14.11.05

MAXIMIANO

Este post do Eduardo Pitta fez-me pensar na entrevista de Rodrigues Maximiano à Pública de domingo (sem link). Maximiano foi, durante nove anos, o único inspector-geral da Administração Interna. Jubilou-se como magistrado do Ministério Público e, a convite de Alberto Costa, de quem é amigo, integra o Conselho Superior daquele organismo. Saiu imediatamente antes de o PS regressar ao poder, apesar de ter sido pela sua mão que ocupou aquele cargo. Agora deu esta entrevista a Adelino Gomes. Fala de si - nem podia deixar de ser-, fala da justiça e fala de António Costa. Eu, aliás, suspeito que foi sobretudo para criticar o actual MAI que Maximiano falou. As tiradas retóricas sobre a "justiça" e sobre as relações entre a magistratura e a política, dada a proximidade de Maximiano a Alberto Costa, podiam perfeitamente ser ditas em privado. Não é por aí. Com o outro Costa, Maximiano nunca teve grandes relações. E, aparentemente, vice-versa. Este MAI decidiu desvalorizar politicamente o papel da IGAI e isso, mesmo na sombra, incomoda Maximiano. E bem. Só que, ao criticar António Costa, Maximiano acaba por criticar implicitamente a manutenção em funções da pessoa que lhe sucedeu e que foi seu colaborador ao longo dos nove anos em que esteve à frente da Inspecção. Não sei se a IGAI ganhou alguma coisa com esta "reaparição" de Maximiano, pelos vistos, como sublinhou, "jubilado mas não reformado". Eu li assim a entrevista. Como é que António Costa a terá lido?

1 comentário:

Anónimo disse...

Querido Dr. João, é sempre com muito prazer e alguma saudade que diariamente leio o seu blogge. Estive uns dias fora de Lisboa e hoje ao regressar, cá vim matar a tal saudade, da escrita, da amizade e da pessoa. Pois é, o nosso antigo patrão há muito que estava calado, mas continua a ser o mesmo, a vedeta (ele até fica bem no retrato), mas realmente resta muito pouco daquela daquela IGAI que a um tempo nos unio com um fim.
Bem, mas isto foi um pretexto para lhe dizer que continua no meu coração como exemplo de um amigo com uma integridade e cultura fora do comum.
Um abraço, com muita saudade
Carmen