10.11.05

TROCA-TINTAS

A demagogia e a pusilanimidade com que o PSD tratou, no Parlamento, a questão do Orçamento de Estado, merece umas breves notas. Particularmente depois de ter dado a entender que estava disponível para não o inviabilizar pelo voto. Qualquer pessoa minimamente esclarecida e de boa-fé concede que este OE não seria muito diferente de um elaborado por um ministro das Finanças social-democrata. Excluindo o aumento de impostos para os pensionistas "remediados" e a metafórica redução da despesa pública pela via de uma inexistente e desestruturada "reforma da administração pública" que apenas visa reduzir circunstancialmente a despesa, o OE do dr. Teixeira dos Santos mereceria, se não a aprovação, pelo menos a abstenção do PSD. As coisas são como são e não é por estar "lá" o PS ou PSD que a realidade muda. O PSD ainda não conseguiu, por consequência, enxergar sobretudo a "sua" realidade. "Troca-tintismos" como estes descredibilizam, até, um merceeiro. Miguel Frasquilho aceitou o "lugar do morto" de Marques Mendes para o Orçamento, algo, aliás, que ele aparece quase sempre a fazer com imenso gosto. Na sua insustentável leveza, não perceberam que, assim, ninguém os pode levar a sério.

Sem comentários: