23.11.05

A VINDA À RUA

Cavaco Silva vai falar no American Club de Lisboa. Depois do Brasil, trata-se da sua primeira "aparição" esta semana, uma vez que a entrevista ao Público, embora "conte", é outra coisa. Desconheço o que se rumina na comissão política da candidatura onde abundam ilustres académicos. Nem sei sequer se a "estratégia", até mais ver, passa por o candidato ter apenas uma ou duas "intervenções" semanais. Pacheco Pereira também é um "académico". Por sinal, e apesar do seu gosto pela astronomia, costuma ter os pés muito bem assentes na terra. Ao pensar nisto, lembrei-me de um post seu no Pulo do Lobo e que reproduzo de seguida sem mais comentários. "Para ganhar na primeira volta, tendo-se as sondagens como indicativo, a vinda de Cavaco Silva à rua é essencial. Só o contacto na rua com muitos milhares de pessoas vai dar o impulso final de mobilização para um esforço muito difícil. Porque vai sempre ser difícil ganhar as eleições na primeira volta. É possível, mas é difícil. Pode parecer um contra-senso arcaico este método, no momento em que cada passagem na televisão parece atingir muitas mais pessoas do que qualquer comício. Não é de comícios que falo, mas da vinda à rua, ao local ao mesmo tempo máximo e mínimo do "espaço público", onde só se entra quando muito do que se tem a dizer já foi ouvido. Se for bem recebido nas janelas e varandas, e a habitual comitiva preparada dos fiéis se dissolver na multidão, então está tudo a correr bem. Vamos ver se a meteorologia ajuda. Uma campanha para os 51% não é a mesma coisa que uma campanha para os 20%, por isso é natural que as lógicas de campanha não sejam sobreponíveis. Já se deveria ter percebido que Cavaco Silva fará a dele, não a dos outros."

Sem comentários: