Se não houver nada em contrário, tipo uma loira da MTV, um jogo de futebol ou o macaco Adriano noutro qualquer canal, a entrevista que Cavaco Silva dará amanhã a Constança Cunha e Sá, na TVI, deverá ser vista por muita gente. Independentemente do que Constança irá perguntar - o inevitável -, importa a Cavaco estabelecer claramente as "balizas" da sua campanha e a clareza dos seus propósitos. Todas as entrevistas anteriores, tiveram-no, a ele, Cavaco, genericamente como "tema". Quase todas as perguntas formam formuladas em função do que os candidatos "pensavam" dele. Agora, é a vez de Cavaco por Cavaco. Em primeiro lugar, é preciso deixar evidente o carácter "positivo" desta candidatura. A sua, é a candidatura útil e necessária ao país, neste momento. Não por causa de qualquer "providencialismo" serôdio e, muito menos, por uma qualquer vertigem "restauracionista". É, por natureza, a candidatura "moderada" que, sem esconder os apoios partidários de que dispôe, melhor "fala" a todos os sectores do eleitorado, precisamente por ser a única que não é sectária nem segregadora. É o candidato que, uma vez eleito, melhores garantias dá de, respeitando os direitos das oposições, compreender e dar sequência ao sentido do voto maioritário das últimas legislativas: estabilidade, austeridade democrática e credibilidade. Em segundo lugar, Cavaco deve evitar responder aos adversários no mesmo tom de "barrela" que tem sido utilizado contra si. Falar dele mesmo, apontando o que o distingue politicamente dos outros, é o suficiente. Finalmente, e pensando nos seus mais consistentes adversários, Cavaco deve apelar ao voto, à participação na pré-campanha e na campanha, da rua aos "espaços digitais", contrariando a tentação abstencionista e os triunfalismos precoces. De Cavaco espera-se uma campanha popular, sem "populismos", com alegria mas sóbria, determinada e realista. Uma campanha que, verdadeiramente, começa já amanhã.
Sem comentários:
Enviar um comentário