O PS, a braços com algum desvario doméstico por causa das presidenciais, decidiu, através da "concelhia" de Lisboa, retirar a confiança política a Carrilho e ao seu número dois na Câmara de Lisboa por aparentemente terem votado qualquer coisa ao lado do PC. Veio depois Miguel Coelho, uma piéce de resistance da dita concelhia dizer que não, que afinal era só o número dois que ficava privado da sua sublime "confiança". Na AR, por causa do Orçamento, o mesmo PS indignou-se (mais uma indignação) contra o deputado faltoso Manuel Alegre o qual, por sua vez, se indignou com a indignação do seu partido. E atirou-lhes as sondagens à cara. Esta trapalhada paroquial não vai acabar bem. E acabará bem pior se, a 22 de Janeiro, o candidato "oficial" aparecer em terceiro lugar, coisa em que, apesar de tudo, não acredito. O que é espantoso no meio de tudo isto é que, ao contrário do que eu julgava, Sócrates deixou-se irritar e pôs-se a falar por causa de Manuel Alegre, alguém cuja irrelevância política não devia ser salientada pelo primeiro-ministro. Se ele o faz e se Soares já berra com o partido, isso significa que começaram a intuir a trapalhada em que se meteram todos por causa das presidenciais. Não tarda nada - e, para isso, convém atentar na entrevista de Soares a Judite de Sousa - o candidato "oficial" desatará a "descolar" do colo do partido, enquanto o partido lho quer manter a todo o custo, fazendo-lhe o favor de "chatear", a torto e a direito, o outro socialista candidato. É útil manter uma prudente distância destas zangas caseiras. E, por outro lado, prestar mais atenção a outras coisas. A avaliar pelo que se lê pelo que se ouve, parece que é isso que o país anda tranquilamente a fazer.
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