14.5.11

UM RUMO COESO?




«Abuso e descortesia marcaram também o conteúdo da conferência de imprensa dada pelos técnicos da Comissão. O próximo governo terá de se fazer entender na matéria. Em paralelo com a crise da zona euro, assiste-se ainda às medidas unilaterais da reintrodução das fronteiras no ‘Espaço Schengen’ em Estados--membros como a Itália, a França e a Dinamarca, causando embaraço à livre circulação de pessoas. Ora a moeda continental promove o aumento acentuado das migrações, como se pode apreciar pela promoção da precariedade do emprego e da segurança social nos países da periferia. Não bate pois a bota com a perdigota. A Europa Ocidental para a qual Portugal pediu a adesão em 1977, e entrou em 1986, já não existe. A União Europeia saída da reunificação alemã e da União Económica e Monetária tarda a encontrar um rumo coeso. Como se tivesse perdido o seu centro de gravidade. Agora que a UE é mais precisa do que nunca.» (Medeiros Ferreira, CM) Ainda não completamente recomposto da galhofa de terça-feira à noite, na tvi 24, Medeiros Ferreira junta-se ao pequeno coro dos meninos de Lisboa (os bons e reais são os de Viena) que persiste em ver na prestação pública dos elementos da CE, do FMI e do BCE que nos vieram fazer as contas um desafio à nossa gloriosa honra nacional. Embora não se trate da bola, parece que os nossos intelectuais políticos mais virtuosos, nesta matéria só raciocinam como se estivéssemos num "euro 2011" a ter lugar no betão armado em estádios por Sócrates. Não estamos e eles vieram também por causa dessa alínea vergonhosa do nosso recente "desenvolvimento". Quanto ao mais, Medeiros tem razão e aponta os sinais da decadência "europeia". Provavelmente, mais ou menos a meio da execução do programa dos detestados funcionários cosmopolitas, o euro e as fronteiras (dois clichés da "Europa" do horrível tratado de Lisboa) poderão desaparecer. Ou nós, com os juros que a Europa "amiga", contrariamente ao ominoso FMI, nos exige. Já não há a menor hipótese de qualquer "rumo coeso". É bem feito.

2 comentários:

Anónimo disse...

«raciocinam como se estivéssemos num "euro 2011"»
É isso.

JSP disse...

Mas esta gente não sabe História?
Das duas... três : ou são ignorantes, ou hipócritas ou,simples e chãmente,estúpidos.