Há comentadores televisivos membros de partidos políticos que conseguem a seguinte proeza esquizofrénica. Nos sites do partido, apoiam-no, com som e imagem, nas próximas eleições. No comentário na televisão, esforçam-se o mais que podem (e mais, até, que comentadores pertencentes a outros partidos) para apoucar o partido a que pertencem e pelo qual dão cara e voz noutros sítios. Bem sei que nos sites oficiais dos partidos a prestação é, em princípio, de graça. E que não é fácil dizer bem. Mas não deviam impor a si mesmos um limite, digamos, ético mínimo?
4 comentários:
Trata-se de uma mera questão de incentivos (a Teoria de Incentivos explica com clareza cristalina muito do que vemos em Portugal e pelo mundo fora):
Os comentadores não têm cargos partidários e em caso de vitória eleitoral não estão para assumir qualquer papel na máquina do estado porque dá pouco dinheiro e muita chatice.
São comentadores porque as TV's e o público os vêem como vozes não alinhadas. E isso dá zero de chatices, muita visibilidade e uns bons milhares de euros fáceis.
Se tudo continuar tão mau como tem estado, tanto melhor.
"quem tem ética passa fome" já dizia, e bem, Teresa Guilherme, conhecedora sagaz da sociedade mediática em que vivemos.
O Eixo do Mal de ontem foi um excelente exemplo. Logo a abrir, foram dez minutos perdidos a assentar porrada no Eduardo Catroga sobre o insuportável e execrável insulto Hitleriano a Sócrates, primeiro por um PML ultrajado e depois pelo BE/PS. O problema é que logo a seguir entrou o convidado, Rui Ramos, que abriu cuidadosamente, explicando aos presentes que ouviu o que disse Eduardo Catroga (esta necessidade de dizer que ouviu não deve ser menosprezada) e que aquele não disse que Sócrates era um Hitler, avançando para a explicacão (geralmente desemboca numa verdade inegável: o agora monstro da humanidade também foi eleito e reeleito democraticamente pelo povo Alemão e também era um bom orador). Porém, como já era de esperar, o que estava a dizer cortava os argumentos como moto-serra em pés de barro, pelo que foi logo inundado e desviado da rota. O programa continuou, penso eu, para quem o quis ver. É esta relação com a verdade, esta análise pela rama, este fala-barato, este empacotar à pressão da política e da opinião sem reflexão nem análise cuidada, moldada para um qualquer espectáculo semanal que mata o muito pouco que já resta de um Portugal que alguns ainda querem.
CORNETEIROS E TAREFEIROS
Os jornalecos que por aí andam, os canais de televisão que por aí proliferam e os comentadores engavetados que por aí peroram nunca mais aprendem, perdão, nunca mais se libertam e assumem a nobreza da profissão. É confrangedor vê-los em todos os palcos onde os atrelam a enaltecer as qualidades farsantes e maleficamente calculadas de Sócrates, desvalorizando e camuflando os resultados catastróficos da governação de tal impostor.
Quanto a Passos Coelho, mais parecem um rebanho a responder aos assobios do dono que os domestica, na descoberta canina de uma indecisão, de um tiro ao lado ou de uma suposto incumprimento do líder do PSD. Ludibriadores encartados na tramóia, querem fazer de nós burros e para mal dos próprios e nossos pecados tentam fazer parecer Passos governante desta desgraça. E quando não pescam inventam. Quando é que esta cambada alivia o pesado rodapé Socretino que carregam, e nos expõem com seriedade e pudor as cambalhotas, inconsistência e malabarismos de tal manipulador?
Os supostos e raros Passistas convocados a jogo, caem imberbes na rasteira, não sabendo escolher campo, nem defender ou contra-atacar pelos flancos
"Não há festa nem festança onde não entre a Constança"
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