1.5.11

PRÍNCIPES E PLEBEUS


«O casamento do príncipe William com uma senhora de 29 anos, Catherine Middleton, excitou o mundo. Mesmo em Portugal, a televisão e os jornais encheram-se de zelo e houve comentadores de grande erudição que não se dispensaram de comentar o caso (...). Para quem sabe o que sucedeu em Inglaterra desde 1997, a euforia de anteontem pareceu paradoxal. O casamento era um acto de afirmação dinástica e, no entanto, ninguém no Reino Unido se mexeu quando Tony Blair decidiu abolir quase completamente o princípio dinástico na Câmara dos Lordes e reduzir o papel da aristocracia a pouco mais do que decorativo. Como ninguém se mexeu quando o dito Blair inventou a "princesa do povo" e, no processo, humilhou a rainha e o príncipe Carlos. O trabalhismo instalou no Reino Unido a obsessão da igualdade (racial, social, sexual, religiosa) e a imprensa persegue com uma extraordinária fúria a menor infracção ao código sagrado do "politicamente correcto". Mas na sexta-feira, um milhão de pessoas saiu à rua para aplaudir a pompa e o privilégio da Casa Real. Os duques de Cambridge não devem contar com uma vida politicamente sossegada. (Vasco Pulido Valente, PúblicoNem politicamente nem nada. Por cá, de facto, uns quantos andaram pelos media a derramar sobre a monarquia e a república. Parece que a primeira é mais dada a manter o "povo" alegre, divertido e prenhe de "esperança" de acordo com os seus prosélitos. Num país como o nosso, em que se vive permanentemente na lua, uma monarquia pseudo cor-de-rosa, sem o dinheiro dos Windsor (de resto, já temos este conúbio praticamente dinástico do "povo" com o PS), é o que mais falta nos anda a fazer. Tenham juízo.

Foto: Um príncipe, o da Suécia, Carl Philip que "sai" a ele próprio.

8 comentários:

Anónimo disse...

Dr. João Gonçalves,,, se há algo neste paraíso de que não podemos queixar é do porte e charme do nsso rei" Mário Soares "

Anónimo disse...

Talvez porque ao acabar em grande parte com os pares hereditários Blair (que não foi convidado para o casamento) fosse de encontro ao sentir do povo da Grã-Bretanha, o único país onde a aristocracia mandava efectivamente - com ganhos, aliás - a monarquia não se confunde com a aristocracia. A monarquia, enquanto congregadora dos britânicos, funciona, está bem e recomenda-se. Esperemos que o governo conservador comece agora, a pouco e pouco, a demolir o muro do politicamente correcto que ameaça a Liberdade da livre Inglaterra.
Quanto a uma monarquia aqui, acho que não merecemos. O Cavaco do bolo-rei representa bem aquilo a que chegámos.

Alves Pimenta disse...

O "Cavaco do bolo-rei", de que fala esta cavalgadura anónima, é um homem digno - coisa que nenhuma besta alguma vez será, claro.

Anónimo disse...

A cavalgadura pimenta é obviamente uma cavalgadura digna.

João Sousa disse...

Penso ter sido na sexta-feira que passei ao de leve por um debate televisivo entre alguns republicanos e monárquicos. A ironia suprema foi no lado dos republicanos estar o Soares filho-do-pai. E digo ironia porque aquela gente Soares é precisamente aquilo que hoje mais se quer aparentar próximo de uma família dinástica. João Soares, esse, é o exemplo acabado do meio-pateta que tem uma visibilidade inflacionada pelo simples facto de ser filho-do-seu-pai - argumento tantas vezes usado pelos republicanos para justificar a sua oposição à monarquia.

A verdade, contudo, é que os Soares não são uma família-real republicana - são simplesmente uma "famiglia".

Anónimo disse...

Oh pá , a malta so quer a monarquia para serem marquesas do Lavradio, condes do Barreiro e duques da Brandoa. Se tivessemos um rei, a panache era muito pobrezinha, sem qq tipo de glamour, era uma monarquia gasta e estafada cheia de naftalina qque todos iam querer ver pelas costas.Iam-lhes chamr poeirentos e por causa deles o país nao ia avançar. Ao temos nivel nem fundos renovaveis para ter uma monarquia digna. E quem os ia sustentar? E se fossem todos Afonso VIs?

observador disse...

O verdaeiramente estranho, é não ter aparecido ninguém da CIP e afins, como sr. constâncio ou um islandês ou a troika, a clamar pelo meio feriado que a transmissão televisiva ocasionou.

ENTÃO SÓ HÁ PERDAS DE PRODUÇÃO NOS FERIADOS NACIONAIS, mas nos importados da estranga não?

Karocha disse...

Bom Post JG!