Não assisti ao debate entre as duas mais antigas demagogias partidárias domésticas. Não me interessam nem interessam ao país. Cada vez que abrem a boca, apenas ajudam Sócrates. Quando falo persistentemente em miséria instintual, não é por ter mau feitio. Basta atender ao que se passou, nas últimas 24 horas, entre nós com as televisões, tão histéricas como a "massa", a seguir o regresso à pátria de um clube de futebol como se vivessemos num mundo de sonho permanente. É esta miséria instintual que aguenta pessoas como Sócrates e que permite que Sócrates ainda ande por aí a balbuciar trivialidades e pantomimices. Preferi, à dita miséria, seguir o destino de DSK em Nova Iorque. Mesmo com um processo daqueles em cima- cujo desfecho aguardará em liberdade após a fixação, por um juiz cheio de medo que SK fuja, de medidas leoninas nunca vistas e depois de ter sido formalmente acusado pelo "povo" - Strauss-Kahn, ao pé dos nossos gnomos bem compostinhos que têm o "povo" que merecem e vice-versa, é um grande senhor.
9 comentários:
Não é a glória proporcionada por um clube glorioso e triunfante que explica a lata residente em nulidades demagógicas e daninhas como Sócrates.
É a miséria material e moral mesmo promovida politicamente ao longo de trinta anos e agudizada nos últimos seis, onde política e crime rimam no cerne.
Tanto quanto ouvi,DSK não aguardará o julgamento "em liberdade",mas sim em prisão domiciliária,com pulseira e polícia armado à porta. Como não sou jurista,talvez o dr. Gonçalves (este sim eminente jurista) me possa esclarecer se é a mesma coisa.
Não sou eminente em coisa alguma como 3/4 do país é, pelos vistos. Quando falo em liberdade, é evidentemente liberdade conndicional. E as medidas leoninas querem dizer: vigilância electrónica domiciliária, caução de 1 milhão de dólares e um seguro tipo "vê lá se não foges se não dás-me cabo da carreira de juiz" de 5 milhões. Esclarecido?
Gostava de perceber o que motiva aquelas ordas a irem para a rua por causa de um equipa de jogar à bola. Ganharam o quê? Sâo uns tansos a garantir o negócio dos outros - "claques".Estão bem uns para os outros. DSK? Quem é o gajo? Venha mais uma bejeca.
O João Gonçalves pode ser ácido e resinga, mas os seus posts em torno da tragédia DSK, a capa de Miterrand, a citação longa de BHLévy, deixam a claro que tem princípios e se bate por eles com o desassombro que só a nobreza de carácter e de convicções, caucionam. Bem haja pela lucidez e frontalidade, neste reino de sacanas.
António Oliveira
O que é que o talento profissional tem a ver com o crime de que é acusado?
Quer dizer que por ter sido bom profissional na gestão do FMI pode fazer o que lhe apetecer com todo o rabo-de-saias que lhe apareça pela frente?
O "regresso à pátria" de uma equipa de futebol, que preencheu em simultâneo todas as televisões portuguesas, é um sinal preocupante do estado a que chegou a Nação.
A manifestação a que nos foi dado assistir, apenas por causa de, ao que suponho, uma modesta taça, num mundo em que há mais taças e campeonatos de futebol por ano do que livros editados anualmente, permite concluir, sem sombra de dúvida, os motivos da situação que Portugal atingiu.
O nosso grande problema não é financeira, nem mesmo significativamente económico, é um problema de mentalidades, e essas custam muito a mudar e não há "troika" que lhes valha.
Em primeiro lugar,aplausos para o António Oliveira. Em segundo,continuando a não ser jurista,julgo que na liberdade condicional um sujeito pode passear pelas ruas e jardins e cinemas,apenas com apresentações periódicas às autoridades,e eventuais restrições geográficas(concelho,distrito,país). Na prisão domiciliária está proibido de sair do perímetro da casa,fixado electrònicamente. Não é? É capaz de não ser bem a mesma coisa,mas não quero maçar o eminente(insisto...) autor do blogue com minudências.
Aprecio também, na maioria dos casos, a escrita do autor do blogue. Agora, chamar "demagogia" a propostas de outras forças partidárias rematando deste modo com uma espécie de "prontos", é que já não me parece bem.
Quanto ao DSK... que sei eu do que se passa ao nível destas organizações. Parece-me é que o Guterres é que tinha razão - "isto é um pântano".
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