3.4.11

CADA UM TEM O QUE MERECE




Nós já tínhamos o túmulo do Rossio, o D. Maria. Com a remoção de Paolo Pinamonti do São Carlos, criámos (criaram as extraordinárias Isabel Pires de Lima e Gabriela Canavilhas e o inócuo Pinto Ribeiro no seu funesto interlúdio entre as duas) outro no Largo de São Carlos. Agora que tanto se fala de auditorias, devia pensar-se numa espécie de auditora moral e intelectual ao consulado "cultural" de Sócrates e da "esquerda moderna". A ópera inexiste enquanto tal e o São Carlos passou a vulgar sala de espectáculos onde se perpetram espectáculos vulgares. Parece que o derradeiro, concebido por João Botelho, ainda é do menos mau (mérito de João Botelho) dos últimos tempos. Mas aqui ao lado, a coisa é a sério. Esta notícia não causa admiração. A Espanha deu ao mundo lírico do melhor que se pôde ver e ouvir no século XX. E continua, felizmente, a dar. Cada um tem o que merece.

Clip: Teresa Berganza, Placido Domingo, Montserrat Caballe, Alfredo Kraus, Pilar Lorengar, Jose Carreras, Jaime Aragall and Juan Pons

8 comentários:

floribundus disse...

por cá temos insignes intelectuais de esquerda totalmente desaproveitados:
sergio godinho, tordo, branco, delgado, lau do laço, há-brantes ...

Cáustico disse...

Cinismo de Passos Coelho ou canalhice de Sócrates

O grande canalha, ferido na sua vaidade e com o seu pedantismo de rastos, considera que Passos Coelho tem uma atitude cínica ao defender agora o que não quis com o PEC IV.
Os dicionários do idioma português que possuo, dizem: Cínico é um desavergonhado, um impudente, um desprezador das conveniências sociais. Canalha é um indivíduo desprezível, patife, velhaco, sem pudor, infame.
O nosso povo, com a sua sabedoria alicerçada no percurso que fez ao longo dos milénios decorridos, diria, neste caso: Entre os dois, venha o diabo e escolha.
Estando muito longe de mim qualquer pretensão a mafarrico, não posso deixar de optar. E a minha opção leva-me a preferir a falta de vergonha e de pundonor, o descaramento e a insolência, o desprezo pelas conveniências sociais de Passos Coelho e a rejeitar o comportamento vil, miserável, traiçoeiro, fraudulento, abjecto, propositadamente enganador do canalha (canalha, porque aldrabão contumaz) Sócrates.
Toda a actividade política está, infelizmente, bem longe de ser honesta. E a palavra honesta é empregada aqui com a maior abrangência, quer no campo das palavras, quer no dos actos.
Passos Coelho chegou agora ao galarim da política. Terá, por isso, de dar provas da sua competência na gestão da coisa pública e duma qualidade importante que se exige a par desta: HONESTIDADE. E só pode ser considerado honesto quem não engana, quem não mente, quem tem uma vida límpida quanto baste, não susceptível de criar suspeitas da prática de actos pouco recomendáveis.
O grande canalha tem andado a brincar com o povo português, valendo-se da sua verborreia fácil para o adormecer. As dúvidas quanto ao seu comportamento honesto acumulam-se; mente desaforadamente para as dissipar; decide, as mais das vezes, em desfavor dos pobres, dos humildes, beneficiando os bem instalados, principalmente os amigos e correligionários. Tem seguido uma política indecente que lançou o país num atoleiro donde jamais sairá, a menos que ocorra um milagre de perdão de todos os nossos credores. E não sei se tal perdão será suficiente.
Quando lhe é chamada a atenção para o estado em que o país se encontra, costuma dizer que o governo da quadrilha a que pertence não tem culpa do estado em que os governos de Durão Barroso e Santana Lopes deixaram o país. Desculpa que não colhe, porque nem Durão Barroso nem Santana Lopes tiveram alguma intervenção na formação do pântano desenvolvido por Guterres, seu colega na quadrilha. O que eles não puderam, por falta de tempo e talvez por falta de garra, foi eliminar ou reduzir o lamaçal guterrino. E há quantos anos está o grande canalha no comando das operações governativas? Se aos dois governos do PSD competia, como ele insinua, drenar o pântano criado por um governo PS, não competiria à quadrilha vinda do Rato corrigir os erros que vinham de trás e originados, sem qualquer margem para dúvidas, por um governo PS? Competia sim, mas tal desgraçado preferiu afundar ainda mais o país.

Cáustico disse...

É caso para perguntar a este jerico falante - jerico sim, porque chamar-lhe burro, seria como diria o meu saudoso mestre de contabilidade, uma “ofensa à nobre raça dos asininos”- como estava o país em relação à saúde, à educação, à justiça, à segurança e á dívida externa, quando um tal Sampaio fez um frete à quadrilha do Rato.
Nas próximas eleições, o grande canalha, se é homem, diga, com clareza, sem as habituais aldrabices em que é pródigo, quais eram os montantes da dívida externa há 7 anos e qual o valor que atinge agora. E qual a origem da diferença.O povo precisa de saber qual foi o resultado da sua desgovernação. E também se é homem, aceite a imediata auditoria às contas do Estado, porque quem não deve não teme. Não se preocupe com as opiniões do exterior, porque foi esse exterior que muito contribuiu para a ruína da nossa agricultura, das nossas pescas e de muitas coisas que ainda não chegaram ao conhecimento do povo.
Quando os primeiros indícios da sua desgovernação começaram a surgir, na saúde, na educação, na segurança, ainda não tinha rebentado a bomba financeira que abalou a América e a Europa. Quando as pessoas que sabem – as que não conseguiram um nojento canudo na Universidade Independente que tantos benefícios granjeou para alguns impudentes do Largo do Rato - alertam para o estado de desgraça a que foi votado o país, a alimária responde que a crise interna é uma consequência da crise mundial. E a irracionalidade deste país aceita a resposta como válida. Como aceitou, aliás, a afirmação, abundantemente propalada pela oposição de então, onde preponderavam socialistas, apoiantes da merda do socialismo (comunistas), democratas mais ou menos fictícios, de que a fome que grassou neste país no período da segunda guerra mundial, foi provocada por Salazar, esquecendo, malevolamente, que a fome foi devida ao bloqueio feito pela Alemanha à Europa, bloqueio que impedia que chegassem a Portugal os alimentos que precisava e que o país nunca foi capaz de produzir em quantidade suficiente para as necessidades existentes.
Pessoas competentes insistiam na chamada de atenção para o estado em que o país se encontrava. O grande canalha respondia citando números cor-de-rosa e afirmando sempre que o pais estava no bom caminho, que nada havia a recear. Quando a situação se agudizou e não pôde esconder mais, passou a socorrer-se da crise mundial. Mas foi a crise mundial que fez subir a dívida externa nos últimos 7 anos? Se, de acordo com a opinião do grande canalha, os dois governos do PSD, já citados, deviam ter drenado o pântano criado pelo seu colega da quadrilha, não competia também a ele travar a subida da dívida? Para ele, os outros têm todas as obrigações, porque delas isenta-se com a desfaçatez que lhe é habitual.
Logo que a situação começou a ficar preta, sentiu necessidade de muleta. Começou a cantilena de o PSD não poder deixar cair o país em desgraça, aliás, desgraça em que já estava por causa de ratices de ordem e importância variadas. Tal cantilena impunha que PSD tinha de viabilizar os orçamentos que apresentava para salvar o país. O grande canalha mantinha o seu palavreado quanto ao bom estado da situação do país. E o PSD deixou-se levar na conversa. Depois era preciso um PEC, e a cantilena contra o PSD continuou. O orçamento não resultou e os resultados foram os mesmos com o PEC. Mas a alimária persistia na sua conversa cretina, elogiosa do estado da Nação. Novo orçamento e novo PEC, que o PSD teve de engolir, porque era necessário evitar uma crise. Mais outro PEC para se atingir um resultado idêntico aos anteriores.

Cáustico disse...

Qualquer pessoa, com um mínimo de conhecimentos, não pode deixar de perguntar: Os orçamentos e os PEC’s que base têm a presidir à sua elaboração e para que servem?
Falharam 2 orçamentos e 3 PEC’s. O grande canalha deu alguma explicação aceitável para os erros cometidos? Não deu. Limitou-se a apresentar outro PEC, alijando, como de costume, a viabilidade da sua aplicação para cima do PSD. E com isto o saco encheu. Comigo nem haveria o II PEC. Mandava logo os seus autores à merda.
Quem não teve competência para endireitar isto com 3 PEC’s também não a tem para o fazer com mais. E se não tem competência, rua! Vá tratar doutra vida, de assinar projectos de engenharia civil, em que ainda é marçano, para a sua terra. Não para a minha, porque por lá abortos não faltam.
Não venham agora o canalha e os canalhinhas subservientes falar de cinismo de Passos Coelho. Tal corja não deve esquecer que o cinismo de Passos Coelho ainda não prejudicou ninguém. Mas a canalhice de Sócrates já, e muito. E ainda falta conhecer muita coisa.

João Gonçalves disse...

Cáustico... este post era de outro "dipasão" mas V. insiste no mesmo. Há mais vida para além da opereta em curso.

Anónimo disse...

Cada um tem o que merece. É Teatro Real de Madrid, não Teatro da Republiqueta de Lisboa.

Anónimo disse...

Tambem concordo que o assunto do post era o que era,e que não é preciso bater no ceguinho 24 horas por dia. Aliás,no caso do S.Carlos,duvido que tenha responsabilidade directa,pois como a maioria dos nossos políticos com raríssimas e honrosas excepções,a ópera deve-lhe ser completamente indiferente,senão "uma chatice".De entre os frequentadores activos do Teatro,só me lembro de um grupo assaz heterogéneo,composto pelo Sampaio,pelo Vera Jardim,e pelo Almirante Américo Thomaz,que quase não falhava uma récita e tem entre as suas raras memórias positivas a de ter condecorado o Tito Gobbi por iniciativa do João de Freitas Branco,que apesar das suas ideias políticas foi director do Teatro no tempo da "antiga senhora".Haverá outros políticos talvez,mas ultimamente tenho lá ido pouco. O declínio do S.Carlos e da Ópera em Portugal é algo de complexo,de raízes culturais e financeiras,sobretudo,e que ainda divide muito os interessados.É um facto que a Ópera é um espectáculo caro,mas porquê correr com o Pinamonti que fazia milagres com pouco dinheiro,e ter acabado com as récitas do Coliseu,que mobilixavam um público sui-generis,popular e interessado? Continuaremos a debater o problema por muitos anos,provavelmente,pois não se imagina para breve por estes lados o sucesso em Viena que o "D.N." hoje narra.

sampy disse...

Nem tudo são más notícias. Vi ontem no "Câmara Clara" da RTP2 que Pinamonti está de volta, tendo assumido a direcção artística do festival Terras Sem Sombra.

O azar de uns é a sorte de outros...