Renée Fleming cantou ontem no Met/Gulbemkian uma sublime Madeleine. O Capriccio,testamento operático do Strauss,é musicalmente e textualmente das obras mais subtis e requintadas que existem no cânon. Todas as questões fundamentais,Música-Palavra,Actor-Personagem,Sonho/Representação-Realidade, são ali afloradas pirandellianamente,com o humor e o cepticismo afável de que viveu muito e se prepara para se despedir do mundo,sem ilusões e com alguma melancolia. A "ária" final do Capriccio é dos grandes momentos da Ópera,e da Arte. É uma imagem de uma Civilização que apesar de tudo não desapareceu. Não sei se o dr.Gonçalves esteve por lá,mas senão, muito perdeu. E,apesar das reservas do Calado no "Expresso",a Fleming continua em óptima forma,num papel feito para ela,dir-se-ia. Santa Páscoa!
2 comentários:
Sublime neste desempenho. Melhor é mesmo impossível.
Renée Fleming cantou ontem no Met/Gulbemkian uma sublime Madeleine. O Capriccio,testamento operático do Strauss,é musicalmente e textualmente das obras mais subtis e requintadas que existem no cânon. Todas as questões fundamentais,Música-Palavra,Actor-Personagem,Sonho/Representação-Realidade, são ali afloradas pirandellianamente,com o humor e o cepticismo afável de que viveu muito e se prepara para se despedir do mundo,sem ilusões e com alguma melancolia. A "ária" final do Capriccio é dos grandes momentos da Ópera,e da Arte. É uma imagem de uma Civilização que apesar de tudo não desapareceu.
Não sei se o dr.Gonçalves esteve por lá,mas senão, muito perdeu. E,apesar das reservas do Calado no "Expresso",a Fleming continua em óptima forma,num papel feito para ela,dir-se-ia.
Santa Páscoa!
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