23.9.09

OS FABRICANTES


Já nem sequer disfarçam. As "linhas sobrepostas" entre certos media, certos jornalistas e os interesses político-partidários da actual maioria constituem o detrito que ficará desta estúpida campanha eleitoral. Afinal, no caso vertente, Ana Sá Lopes não saiu do Público por "pressões". Saiu porque precisavam dela num sítio onde pudesse dar asas ao seu indisfarçável "socratismo" de pacotilha, subservientemente acéfalo. É daquelas que nem sequer precisa de "encomendas". Ela, por si só, é uma. O artigo do "i" nem para embrulhar ovos serve. Porque pode contaminá-los. Depois há as televisões, o "novo" pavilhão de desportos dos comícios dos anos setenta e oitenta. É aí que tudo se decide entre "morangos com açúcar" e "apetece-me algo, Ambrósio". Transformadas, regra geral, em prostíbulos transmissores de virús improváveis, as televisões fazem desta campanha um case study de informação e contra-informação, com demasiada ignorância perversa pelo meio. Ao fim do dia de ontem estive com Pacheco Pereira na campanha dele em Santarém, território nacional a meia-hora de Lisboa. Uma frase "obrigou" as venerandas televisões a uma maçadora deslocação a Mação. Para quê? «Quando chegou ao juicy detail, que levou as equipas a Ferreira do Zêzere e a Mação, aconteceu o mais grave: é que do que eu disse enquadrando a questão presidencial sobre o papel de José Sócrates e do PS, os exemplos de como existe um condicionamento da campanha pela "fábrica de casos" do PS, as questões por esclarecer deste governo em particular os negócios dentro dos gabinetes, nem uma palavra foi para o ar. Censuradas, para não estragar a composição. Se as gravações ainda existem, sempre pode um jornalista curioso ir lá ver.» São estes "fabricantes de casos" apascentados a pratos de lentilhas que passam por jornalistas em Portugal. Se calhar não merecemos melhor.


Adenda: Depois existem produtos híbridos como este, sempre a meio caminho entre o oficioso e o correcto inofensivo não vá o diabo tecê-las.

7 comentários:

fado alexandrino. disse...

Não concordo nem um bocadinho sobre a análise feita aos jornalistas.
Eles, como o senhor e como eu, precisam de comer e aliás costumam comer bem.
Porque é que haviam de morder a mão que lhe dá o pãozinho?

Anónimo disse...

Na SIC é também uma vergonha: a reportagem sobre a campanha de Ferreira Leite tira sempre umas imagens desfavoráveis e umas alfinetadas para rematar com factos, extrapolações e subjectividades que nada têm a ver com o dia de campanha.
O Jornalismo perdeu a alma e eu já nem ligo a esta classe quase toda de bárbaros avençados pelo poder ou anestesiados apenas pelo cheiro.

Vitor Esteves disse...

O jornalismo esse Satã tirando, é claro, o jornal nacional e a MMG arautos da liberdade e verdade oportunamente silenciados. Será uma trip de ácido?

António P. Castro disse...

As prosas analfabetas desse tal CAA - que se apresenta como "professor de Direito" (certamente porque a respectiva Universidade, como ele, perdeu a vergonha) - são redacções que nem na antiga 4ª classe se admitiam. Isto, claro, abstraindo do facto de serem totalmente ocas...
E, no entanto, o sujeito perora num canal da televisão do Estado (pudera não!, somos nós que pagamos...), alardeando necedades com a lata própria dos irresponsáveis.
Nunca mais chega segunda-feira, 28...

João Gante disse...

O António Castro é que a disse toda, nunca mais chega dia 28 (com o resto concordo parcialmente.

Na segunda-feira, estaremos mal, na mesma - com melhores ou piores (ou menos más) perspectivas de futuro - e, possivelmente,com a estabilidade institucional presa por um fio. Mas ao menos terminará a festa em que qualquer disparate proferido é aceite.

Ou será que continua?

Mani Pulite disse...

O i é o jornal Sócretino soft para enganar os leitores do Público e rebentar com este jornal incómodo.A jornalista já estava queimada no Público enquanto outras toupeiras não.Assim foi deslocada para onde fazia mais falta.É assim que o Polvo trabalha.

Anónimo disse...

«Para Assis, "num momento grave de crise de valores que se vive na sociedade portuguesa, precisamos de um homem vertical e corajoso à frente de Portugal"»
Uma pérola, dupla.
Vinda de quem vem,
dirigida a quem é.
Particularmente, quanto ao seu destinatário. O imediato.
JB