«Escrever é uma variante de pisar ovos. Os mestres do "correcto" vigiam, como nunca vigiaram os coronéis de Salazar. Até a sociedade portuguesa acordou de repente puritana. Cada cidadão, cada medíocre, cada engraçadinho pode esconder um polícia. Pior ainda: um delator e um explorador do escândalo. Os grandes crimes (como de resto os pequenos delitos) contra o corpo ou qualquer espécie de igualdade não se toleram, nem se desculpam. E, entretanto, o indivíduo morreu. Não fui feito para isto.»
Vasco Pulido Valente, Público (algures nestes quatro anos e meio)
Vasco Pulido Valente, Público (algures nestes quatro anos e meio)
4 comentários:
Os mestres do correcto vigiam....no caso do PSD nem têm que vigiar muito, já que este partido submete-se instintivamente a quase tudo o que seja politicamente correcto, sem nunca esbracejar muito.
O caso mais flagrante de submissão dos dirigentes do PSD ao politicamente correcto, nos ultimos quatro anos, foi o apoio incondicional que Paulo Rangel e o grupo parlamentar do PSD deram á super politicamente correcta nova lei da nacionalidade do PS/Socrates. O PS/Socrates quis fazer uma nova lei que facilitasse para lá de tudo o que é razoavel a atribuição da nacionalidade portuguesa a estrangeiros,reduzindo a quase nada os criterios de exigencia, em obediencia aos canones do politicamente correcto...E não é que Paulo Rangel e o PSD apoiaram na Assembleia da Republica, sem levantar a minima objecção, esse delirio Socratico e votaram favoravelmente a nova lei?
Teria sido um bom tema de campanha, entre outros, a questão da decisão do PS de legislar no sentido de que a nacionalidade portuguesa passe a ser atribuida sem criterios quase nenhuns de rigor e exigencia. Mas claro, Manuela Ferreira Leite não levantou essa questão. Como poderia fazê-lo se ao seu lado estava Paulo Rangel, um dos deputados que alegremente ajudaram Socrates e o PS a abandalhar a legislação portugesa até ao limite, nesta questão?
Estava eu aqui a reflectir,e a olhar para o blogue Simplex, onde vejo uma fotografia dos participantes naquele blogue num jantar com José Sócrates, ontem ou anteontem.
Curiosamente, o Miguel Abrantes e o João Coisas, dois activissimos membros daquele blogue, não aparecem na fotografia.
Estarão a transportar fotócopias da redacção do Público para a redacção do Diário de Notícias?
Este NACIONAL socilaismo, cada vez mais se parece com o outro...
Não sei o que é mais ridículo: se a ensurdecedora campanha dos partidos que tivemos que aturar durante 15 dias, se esta decisão disparatada do dia da reflexão, uma espécie de ressaca em que a comunicação social é obrigada à lei da rolha e os portugueses a passarem o sábado em suas casas a meditar sobre em qual dos partidos devem votar no day after. Cambada de imbecis que são incapazes de ousar rever uma constituição completamente ancrónica.
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