20.3.09

ERC E MANUELA OU A TROVA DO RESPEITINHO - 2


«Ser "contrapoder" na actividade jornalista é absolutamente essencial. Reparem, eu não digo anti-poder, que é uma coisa completamente diferente. Ser "contrapoder", seja ele qual for, é uma atitude activa de quem exige responsabilidades e explicações de tudo, mas de tudo mesmo, a alguém(s) que, POR SUA VONTADE, quis gerir a vida de um País e, que por isso mesmo, não pode fazer asneiras. O jornalista tem de ser desconfiado, meter o nariz em tudo, fazer sempre de advogado do diabo, morder as canelas, não ter temor reverencial (tão cultivado neste país), eles estão ali para servir o povo e não para que o povo os sirva a eles... o jornalista deve descodificar a mensagem politica que vende gato por lebre, deve chamar as coisas pelos nomes, sem estar com rodriguinhos que só confundem quem nos vê, deve ter, sim, uma atitude "contrapoder". O contrário disto é a informação cinzenta, reverencial que aceita o que se diz, que faz uma pergunta, mas não faz segunda...porque o dever está cumprido! A pseudo-isenção não tem qualquer sentido critico porque, infelizmente, na maior parte dos casos, ou há medo, ou há ausência total de capacidade para tal e isto é confundido muitas vezes, então, se for acompanhado com uma voz grossa e radiofónica, com uma informação "rigorosa, isenta e sóbria"... sóbria, um dos adjectivos mais apreciados pelos portugueses... Por tudo isto parece que fica clara a importância do "contrapoder", entendido também como uma espécie de jornalista "grilo falante" do pinóquio (nos tempos que correm..) Só assim se consegue uma boa informação. É este o jornalismo que se faz na velha e conceituada BBC onde há uns tempos atrás andavam à procura de novos jornalistas "rotteweilers" porque os que fizeram carreira e história chegaram à idade da reforma. Mas lá a liberdade de expressão é verdadeira, o jornalismo faz cair ministros e governos, o Parlamento chama a si questões que os "rotteweilers", os tais contrapoder, descobriram com o seu faro apurado. E, depois, não têm órgãos políticos compostos na sua maioria por elementos da mesma cor politica do governo a analisar a comunicação social, como é o caso da ERC,em Portugal. Mas, o que tem de mais extraordinário ainda este da comunicado da ERC - e isto tem a ver com o último comentário que li - é que nunca foi feito nenhum do género antes. É a primeira vez que a ERC faz um comunicado a dizer que recebeu umas queixas e que vai apreciar as ditas queixas. O que a ERC sempre fez, foi dar, e só, as conclusões e recomendações, se for caso disso, depois de as apreciar. Todos os jornais, ,todos,têm queixas. Imaginem o Telejornal que tem anos de existência... Já alguma vez viram um comunicado da ERC a dizer que recebeu queixas sobre o dito e que vai apreciar as mesmas????....Pois é..."vivemos em liberdade", se, até podemos fazer pão em casa e pôr-lhe o sal que quisermos...eu, para já, não me sinto com vocação para padeira, continuo jornalista como sempre fui, não cedendo a pressões vindas por comunicado ou não.....»

Manuela Moura Guedes

11 comentários:

Anónimo disse...

Ninguém, mas absolutamente ninguém anda com uma arma apontada à cabeça de uns cavalheiros para ocuparem cargos de governo. Certo!. Mas há muita gente interessada que certos cavalheiros assumam cargos de poder. É para fazer, e bem, que se sujeitam a eleições, não é um sacrifício nem um dever... é um direito! E esse direito, que passa a dever depois da eleição, só pode ser escrutinado pelo parlamento quando este merecer um "P" e pelos jornalistas, que cada vez mais menos merecem o "J". Mas ainda há quem o mereça. E o que mais me leva a mandar foder esta gentalha toda é a forma consciente e desperta como os "j"ornalistas, cada vez em maior número, se deixam enrabar.
RIBO

Anónimo disse...

Para mim trata-se de uma questão de significado. Este texto da dra. Manuela Moura Guedes, nesse aspecto, para mim (que não percebo de comunicação social e de que sou cada vez menos "consumidor") é esclarecedor.

A dr. Manuela Moura Guedes diz que se trata de ser contrapoder na actividade jornalística. Eu a este tipo de jornalismo chamava "isento". Que não é "do contra por ser do contra"; que não é acrítico correndo o risco de ser cumplice.

Por exemplo, quando surge a notícia de que S.Exa. comprou um apartamento por um valor significativamente inferior ao valor de custo de outros apartamentamentos do mesmo prédio e S.Exa., em vez de mostrar documentos que provem o contrário, vem fazer-se de vítima, evocando campanhas negras e cabalas, o jornalista isento deve informar o público que situações dessas, quando detectadas pelo Fisco, dão origem a processo-crime, pelo menos quando os arguidos são "gente comum".

E nesse caso é legítimo pensar-se que 1- S. Exa. não é pessoa séria e 2- que neste país supostamente democrático, europeu e do 1º mundo, se trata de uma prova de que a justiça não é cega, antes tem os "olhos bem abertos".

Quantos processos-crime estão a decorrer na justiça neste momento em que os arguidos compraram imóveis por valor significativamente inferior ao seu valor de mercado?

No comentário ao "post" anterior sobre este assunto, o "anónimo" das 11.41 AM informa-nos de que a ERC recorreu a uma agência de comunicação. Isso suscita-me logo muitas perguntas. A primeira é, nestes tempos difíceis, que paga essa conta?

Dra. Manuela Moura Guedes, hoje lá a estarei a ver.

Anónimo disse...

infelizmente a liberdade é só para socialistas subservientes

radical livre

Anónimo disse...

Correcção: no meu comentário anterior, onde escrevi ..."que não é acrítico correndo o risco de ser cumplice" pretendia escrever que "que não é acrítico para não correr o risco de ser cumplice"

Anónimo disse...

Esta Senhora está condenada a fazer o que fazia a falecida Golda Meier: usar maxi-saia para não se verem os tomates!
Força, Manuela!
Contra os ditadorzecos de merda, venham eles de onde vierem, marchar, marchar!

joshua disse...

Lamento que um só Jornal com uma só Jornalista corajosa levante mais perturbação e pronunciamentos estéticos dos espíritos que toda a corte bajulante que vemos rastejar atrás do monolistismo governamental.

Neste âmbito, MMG não é mais que o necessário lado solar lá, onde Câncio tem sido o lado lunar ou lunático que traveja de retórica sofista e protectora tudo o que a mente zen em oco do PM marketingacessorado tece.

Anónimo disse...

Estamos a dois meses e meio das Europeias.Os Portugueses vão ter finalmente uma oportunidade de darem a Sócrates e ao Poder Socialista um gigantesco cartão vermelho contra o desgoverno,a corrupção e a ditadura.Neste momento a tirania ameaçada tudo fará para perseguir,intimidar,calar,comprar aqueles que se lhe opõem.Contra a resistência é preciso criar a ilusão de um poder eterno e sem limites.É a altura também de todos os enfrentarmos de pé e sem medo.Sócrates e o PS para a rua.Força Manuela,estamos contigo!

Anónimo disse...

MMG dirige um trabalho de verdade naquela televisão. Além disso, é autêntico. Acresce ser incómodo sem ser gratuito.
Menos relevante mas também revelador, MMG é uma mulher descomplexada e saudável do ponto de vista psiquiátrico. Se todos fossem assim não era mau.

Jeronimo disse...

Essa do apartamento é um excelente exemplo. E a alegada jornalista não deveria referir TODA a verdade, nomeadamente que TODOS os que compraram na mesma altura que Sócrates pagaram o mesmo ?
Outra: quando aparece na capa do CM que a mãe de Sócrates comprou uma casa a pronto a uma off-shore num ao em que não declarou rendimentos ... Omitindo que no mesmo ano vendeu outra casa.
Isto é o contra-poder ? Ou é desonestidade pura e simples ?

Anónimo disse...

desonestidade pura e simples, sem interrogação.

Anónimo disse...

Todos fugiram à sisa?Pelo menos um emigrante não fugiu porque estava isento e logo por acaso o seu apartamento foi muito mais caro.A mãe vendeu a casa por quanto?E quanto custou o seu apartamento no Heron-Castilho comprado a um off-shore?