O dr. Soares falou, com inteira justiça, na "mediocridade" dos dirigentes europeus. Presumo que não excluiu ninguém embora tivesse na cabeça o dr. Barroso, aquela honra nacional que começou com Sampaio e termina em Sócrates. Todavia, é bom para o país deixar, por ora, o dr. Barroso a pastar a sua satisfeita figura - apesar de um primeiro mandato insignificante e cheio de derrotas políticas extensíveis aos ilustres adjectivados por Soares - lá fora. A vida pública portuguesa já tem demasiados chicos-espertos como ele para dar e vender. Voto nele.
7 comentários:
O dr. Soares é um especialista em mediocridade nacional e faz tese com a grande deserção barrosiana, a qual depois 'do juro solenemente' diante dos portugueses e do PR Sampaio, abriu caminho ao desastre: esta coisa politicamente irrespirável e assanhada vagamente parecida com uma democracia, este governo de todos os PS's.
Durão Barroso. É duro e dói mesmo ter de reconhecer a enorme superioridade deste enorme homem, deste gigante do pós-25 de Abril português. Um homem que, de tão grande, não cabe, não conseguiu caber, no seu pobre e diminuto país. Que alcançou por mérito, por mundividência plena, por arrojo intelectual sem par, a liderança do mais sofisticado e dinâmico bloco de países ao cimo da Terra.
Um mandato pleno de dinamismo, pleno de afirmação vigorosa de ideias tonificantemente regeneradoras que têm conduzido a nossa bela Europa a um lugar invejável de liderança, de pujança, de bem-aventurança.
Durão Barroso é todo ele estratégia, é todo ele ideias cristalinamente claras, é todo ele acção plenamente voluntariosa e sem tréguas, a todo o vapor, a favor do colectivo. É um imenso homem que se anula face ao seu e nosso imenso destino.
Deus lhe dê todo o ânimo na sua descomunal demanda.
Abençoados sejamos todos pela generosidade e grandeza do seu ciclópico projecto. Que Deus o resguarde também de qualquer inveja mais terrena, e que O deixe Trabalhar serenamente em prol de nós, seus humildes seguidores.
Amén.
Mário Soares não pode abrir a boca que não lhe caiam em cima.
Soares disse mais do que isso da mediocridade - e se quanto ao medíocre até também uma opinião, no resto tenho a certeza de que disse coisas razoáveis.
Infelizmente, o jornalismo, os blogues e os comentadores são assim. Só pegam nos soundbytes.
O João Gonçalves está a esquecer-se dessa outra (que digo eu? outra? perdão: a maior) honra nacional que foi o próprio Doutor Soares quando deputado do Parlamento Europeu!
Ele sim, que quase chegou a Presidente do Parlamento Europeu, e só por pouco perdeu, para "uma senhora muito boa na cozinha", como ele próprio disse na altura.
Desculpa-me pelo abuso, mas faço um copy-paste de um post meu:
O dr. Mário Soares fala demais, quando melhor faria em encolher os ombros e calmamente dirigir-se ao Bel Canto para um pacato repasto à beira do S. Carlos.
Desta vez, engalinhou-se com a muito provável recondução de Durão Barroso na Comissão Europeia. Torna-se cada vez mais inextricável a linha de pensamento de alegados políticos que se ensimesmam em vãs certezas ou delírios tão infalíveis como uma aposta na roleta do casino.
A vantagem da permanência de Barroso à frente da "UE", não pode deixar de ser encarada como muito importante para Portugal. Não vale sequer a pena enumerar as conhecidas e exaustivamente debatidas razões. Qualquer idiota as compreende.
O argumento da famigerada "foto dos Açores" na qual apenas esteve a mais o primeiro-ministro espanhol, é não só insignificante como demonstrativo da perfeita inconsciência ou desinteresse acerca da política externa portuguesa. Barroso nada mais fez senão cumprir uma linha traçada pela história e que garantiu durante mais de seis séculos a independência nacional. Soares conhece bem as razões e desastradamente pretende querer fazer passar uma imagem anacrónica e já esquecida, de um anti-americanismo de subúrbio. Falando de cimeiras de vergonha, sugeria-lhe uma recordação da Cimeira de Lusaca, onde Soares participou. A contragosto, diz hoje. Mas a sua assinatura consta no documento final.
A arrogante deselegância das palavras, remete-nos uma vez mais, para o desgraçado episódio Nicole Fontaine. Já não é um estadista. Tê-lo-á sido alguma vez? Boa questão.*
*É de elementar justiça reconhecer que ao longo da sua carreira, M. Soares teve momentos altos, em que o seu posicionamento político coincidiu exactamente com aquilo que é o interesse nacional. No entanto, um estadista deve naturalmente sê-lo a tempo inteiro e não pode tergiversar consoante ódios ou paixões particulares e partidárias, em total oposição à verdadeira grandeza daquele que muitas vezes prescinde dos seus, em benefício de todos. Mário Soares adquiriu por mérito próprio um estatuto que neste regime, o coloca em clara vantagem sobre todos os outros homens do seu tempo.
Confesso que do artigo de Soares sobre os líderes medíocres só li o que veio nos jornais, não fui à fonte - o El Pais, que o contrata para lá escrever periodicamente.
No entanto, parece-me ter lido mais do que os comentadores deste post que não passaram do título e disparam para todo o lado fazendo considerações sobre alegadas acusações ao Durão Barroso, que ninguém destacou.
O que soares terá escrito com razão foi : «A situação actual da Europa preocupa-me muito, porque não vejo que exista um plano comum para vencer a crise e, devido à mediocridade dos líderes que a governam, a UE tende a apagar-se como agente global»
No Diário Digital até se diz:
«No texto, especialmente crítico dos governos da Alemanha, da França e do Reino Unido, o ex-presidente português afirma que «as repetidas reuniões dos países mais ricos parecem mostrar uma certa tendência para regressar à ideia de um directório dos grandes, com a agravante de que não se entendem entre si».
Eles querem lá saber do povo,
falam em nome dele, mas isto
no fundo é a corrida ao PULEI-
RO e aos bons TAXOS. O Soa-
res fazia o mesmo. Anda ago-
ra a dizer mal de tudo e de
todos...
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