
Fora a conversa dos dinheiros - uma senhora não discute preços em público sobretudo depois do dr. Salgado ter feito "doutrina" com aquele brocado de que tudo tem um preço menos a honra -, esta entrevista de Manuela Moura Guedes possui a sua graça. A discussão em torno de um possível regresso a Queluz é tão retórica como eu ser entrevistado pelo Mário Crespo ou pela Constança Cunha e Sá. Quem diz daquilo o que Moura Guedes diz, poderá ir para qualquer estação menos para aquela. Talvez, quem sabe, para uma a meio do caminho. Mas isso agora não interessa nada. Há coisas que a Guedes afirma que me parecem razoáveis. Júlio Magalhães é um entertainer e não é um jornalista? Uma evidência. «Está mais à vontade a fazer coisas no entretenimento do que na informação?» Naturalmente. É o que ele e Marcelo perpetram aos domingos à noite e ainda não chegou a época da troca de leitões. «O jornal de domingo tem sido um derrotado sistemático, e isto apesar do investimento feito no Marcelo. Foi um desastre?» Não sabia, mas admito. É só mais um bocadinho de bola e a coisa amanha-se. «As pessoas estão mal, mas querem continuar dessa forma?» Claro. Mas Moura Guedes - de quem gosto muito - deve saber melhor do que ninguém que panem et circenses é o que está a dar, confundindo-se informação com lixeiras e matadouros públicos. Isso, parece, vale milhões e nenhuma vergonha. Estão bem uns para os outros.