22.10.10

DA TAGARELICE

O dr. Santana Lopes quer que o PR cumpra outra constituição, uma diferente da que ele jurou cumprir. Eu também gostava de ter uma constituição presidencialista, pragmática. Gostava. Mas não tenho. Tenho esta e confio neste Presidente. O resto, agora, é tagarelice.

9 comentários:

Anónimo disse...

Este presidente já, pelo menos por uma vez, desrespeitou claramente a actual constituição....quando andou a influenciar, de uma forma que até foi publica, o seu partido, o PSD, para que este não cumprisse a clarissima promessa eleitoral de apoiar a realização de um referendo sobre o Tratado de Lisboa. A Constituição tem muitas falhas mas nem de perto nem de longe prevê que o PR deva sugerir aos partidos politicos que faltem descaradamente á palavra dada aos eleitores...
Até lá está escrito que o PR é o garante do normal funcionamento das instituições....ter incentivado ou pressionado o PSD
a, na Assembleia da Republica, não cumprir o compromisso eleitoral na questão do Tratado de Lisboa não foi certamente garantir um normal funcionamento desta instituição...pelo menos quanto a mim, que acho que o normal funcionamento da AR significa os partidos cumprirem os seus compromisso eleitorais. Mas isto sou eu. Cavaco parece ter um entendimento diferente da questão.

floribundus disse...

o judeu Austríaco Erich Lessing (1923- ), um dos melhores fotógrafos do séc. xx, tem um conjunto de fotos sobre Herbert von Karajan. infelizmente pertencia a um conjunto de muitos trabalhos que perdi na minha reforma de Andarilho. tem vários livros publicados, alguns dos quais consultei em Viena. estava esgotado o que queria comprar (Odisseia). talvez encontre na net

João Gonçalves disse...

Estes comentários "ao lado" do Floribundus são sempre muito "inspiring".

Garganta Funda... disse...

O eloquente «Floribundus», não é o alter-ego do irreverente «Radical Livre»?

Nuno Castelo-Branco disse...

Muito a propósito da situação política, ao fim da tarde no ginásio, reparei que a manada, ou uma boa parte dela, tem o lombo e os ombros pejado de semi-furúnculos, "derivados" - aprendi o termo com os nossos donos - dos esteróides anabolizantes para caparrar o body.
É exactamente isso que penso da tal Constituição e de quem a pretende aplicar. Não "este" em especial, mas o magarefe de serviço, seja ele de que tempo for.

João Gonçalves disse...

Há muito tempo que não tinhamos o prazer das tuas incursões monárquicas, Nuno. Volta sempre mas não abuses delas.

Zephyrus disse...

E com um sistema presidencialista, se nos calha um (pseudo) poeta como presidente? Como ficaríamos, perante tal eventualidade?

floribundus disse...

a alguém que se estima há sempre uma maneira elegante de dizer que o assunto não interessa: no caso presente prestar uma informação.
estava a ouvir música dirigida por von Karajan e a ler sobre a república de Weimar e Walter Rathenau. deu na subida de Hitler ao poder. amanhã divulgo 5 fotos do Führer entre 1938 e 42

Hugo Correia disse...

Na íntegra...

http://sic.sapo.pt/online/video/informacao/NoticiasDinheiro/2010/10/pedro-santana-lopes-sobre-o-orcamento-do-estado23-10-2010-234057.htm


«Existe o falar bem, o falar com fluidez, o falar apropriadamente e o falar a propósito; é pecar contra este último género discorrer sobre o banquete magnífico a que se compareceu junto de pessoas que estão reduzidas a economizar pão; dizer-se maravilhas da própria saúde perante enfermos; entreter com as próprias riquezas, proventos e mobiliário um homem que não possui rendas nem domicílio; numa palavra, falar da felicidade própria perante miseráveis: esta conversação é-lhes excessiva e a comparação que hão-de fazer do vosso estado com o deles é odiosa.»

La Bruyère, Os caracteres


«Todos os nécios são obstinados, todos os obstinados são néscios. Quanto mais erróneos de sentimentos, menos renunciam a eles. Naquelas mesmas coisas em que a razão e a certeza imperam, é coisa sensata ceder: ninguém duvidará de que lado está a razão e ver-se-á, além da razão, assiste-lhe ainda a galanteria. Perde-se mais estima por meio de uma defesa obstinada do que a que se ganha com um triunfo à viva força: não se defende com isso a verdade, antes se demonstra a própria grosseria. Há cabeças de ferro inamovíveis que sempre se tentam de extremos incuráveis; e quando sucede que o capricho se acrescenta à obstinação, ambos fazem uma aliança indissolúvel com a extravagância. A inflexibilidade deve estar na vontade, não no julgamento - se bem que existam excepções, em que nem devemos deixar-nos ganhar, nem vencer duplamente: na razão e na execução.

Gracián, Arte da prudência