28.5.09

SEPULTAR LISBOA


Quem lá passa todos os dias, como eu, não pode deixar de subscrever esta medonha evidência: «Os intentos de António Costa, Manuel Salgado e Sá Fernandes em relação ao Terreiro do Paço suscitam profunda preocupação e enorme indignação. Na verdade, aproveitar o balanço e os movimentos de terras de umas obras de saneamento para intervir na principal Praça da Cidade e do País é um abuso inqualificável.» Estas criaturas montaram um sarilho no trânsito e na qualidade de vida de uma das zonas mais "nobres" e bonitas da capital. E tornaram Lisboa insuportável. Não se esqueçam, pois, de os reeleger.

11 comentários:

caozito disse...

E, por falar em "obras de saneamento", o Zézito, o engenheiro sanitário, anda pelo país a "ensinar" como se deve combater a crise; isto é, ele diz como se deve "combatê-lo", pois ... não é ele a crise?!

Luisa Paiva Boléo disse...

Tanto azedume neste blogue que é uma espécie de porta-voz da direita.
Enfim! É a democracia.

joshua disse...

A Capital por vezes tresanda ao provincianismo de pôr e dispor sem ouvir munícipes e cidadãos.

Quem ontem alertava para o profundo autoritarismo governamental/autárquico neste tipo de obras impostas, como a re-requalificação do Terreiro do Paço, era Helena Roseta, com Mário Crespo, chamando a atenção para os factos consumados e os ajustes directos sem concurso como marca de uma legislatura profundamente autocrática.

fado alexandrino. disse...

Acho que se estão a misturar aqui duas coisas.
Uma são as obras de saneamento que são úteis e que tinham que ser feitas agora ou depois e outra é o arranjo da praça e as condicionantes de trânsito que se querem impor.
Sobre o trânsito acho muito bem, os carros têm que ser disciplinados e a cidade devolvida a quem anda de transportes públicos ou a pé.
O arranjo da praça feito sem concurso público, Costa e este governo devem achar normal e portanto muito bem.

Miguel Neto disse...

Mas não é uma definição para a nossa classe política de uma forma geral? Abusadores inqualificáveis?

O nosso drama é que há sempre "Luísas" de um lado e de outro a perdoar, a esqueçer ou não ver os abusos. Ou, na melhor da hipóteses, a qualificá-los.

Nom_de_Guerre disse...

Não acredito que vou dizer isto: concordo totalmente com o Fado Alexandrino.

Menos trânsito sim, ausência de concurso numa democracia não.

Anónimo disse...

Pois é, chamar os bois pelos nomes é ser azedo, olhar com clareza é ser pessimista e, claro, ser de direita... Uma maçada!
Mas isto já é hábito: os governantes locais ou nacionais da "esquerda moderna" é que respiram alegria e bom astral por todos os poros. Podem contar com o meu votozinho, podem - é como se já estivesse lá!
RMR

Alfacinha de Gema disse...

É preciso que Lisboa se levante e não permita a pouca vergonha que meia dúzia de celerados pretende fazer no Terreiro do Paço.
A cidade é dos lisboetas e demais portugueses que a amam, não de uma corja que a pretende destruir.
Não podemos, portanto, ficar pelas palavras de indignação. Importa ir mais além.

Anónimo disse...

As pretensas medidas de controle do trânsito da Baixa só estão a causar o maior descalabro.Não é a circulação de veículos que mais prejudica a Baixa.A falta de estacionamento e o estacionamento abusivo é que é prejudicial.E quanto a isso...tudo como dantes...Vão conseguir asfixiar completamente o comércio da zona e contribuir para a sua total desertificação.Para quê?Para meia duzia de turistas pés descalços por ali andarem a comer sandes e para uns quantos desocupados passearem de bicicleta...

Anónimo disse...

Bem lembrado.

Luisa Paiva Boléo disse...

A culpa da desertificação da Baixa, mais precisamente das lojas tradicionais que foram fechando foram da exclusiva culpa deles. Há dez anos que passo pela Baixa a caminho do emprego e vi alfaiatarias, lojas de pequenos negócios fecharem à hora do almiço quando ainda podiam vender algo. Abrirem às 10 h enquanto que as casas multinacionais italianas e espanholas abrem às 9,30 h. Entrar-se numa loja de roupa de homem ou senhora e empregados e patrões na «palheta» sem olharem para o cliente. Claro essas fecharam. Outras lhes ocuparam o lugar. Já repararam que na Rua da Conceição há dezenas de retrozarias, um comércio de retalho e ainda nenhuma fechou?
Meus amigos, a Baixa mudou, os clientes mudaram, as lojas carríssimas de camisas de seda e fatos por medida acabaram. Não se souberam reciclar. É como tudo na vida, uns conseguem outros não.
Já repararam no Chiado? Na vida do Chiado? Pois, e houve muita gente que disse que depois do encêndio de 1988 nunca mais renascia.
Passem lá nas noites de 6ª feira e depois conversamos.
E agora a culpa é da Câmara? Depois das obras de saneamento gostava de os encontrara aqui para vermos o que melhorou e o que piorou.
Cá estarei.