31.5.09

EFÉMERA


... a política. O cartaz da foto recorda a extraordinária campanha de Lucas Pires nas primeiras "europeias" nacionais, em 1987. Cavaco arrebatou uma maioria absoluta no mesmo dia em que Pires, pelo CDS, obtinha um excelente resultado. Tudo o que não existe nesta campanha, passou-se nesse longínquo mês de Julho de 87. Rua, alegria, bons tempos de antena, debate, festa, multidões, punch. Agora quase toda a gente parece andar a fazer um enorme frete, um frete a que, muito apropriadamente, pouca gente liga. O calor não ajuda. Os protagonistas não ajudam. As ideias não abundam. A Europa é um pretexto num país onde nunca chegou a ser "texto". Veja-se, por exemplo, de que é que a inverosímil dupla Vital/Sócrates - a do shallow absolutismo democrático que se deseja perpetuar - fala. Será para que o pobre do eleitor não perceba que, atrás de Vital (já de si péssimo), vêm a D. Edite, o sr. Capoulas, as dúplices Elisa e Ana Gomes e o despedido Correia de Campos? Que saudades de Lucas Pires.

Foto: Ephemera

4 comentários:

Toninho disse...

Em equipa que vence não se mexe, terá certamente pensado o "Mister".

Manteve o "onze" de sempre "contratando" apenas o titular da braçadeira de capitão.

Suspeito no entanto que o "campeonato" está longe de se achar vencido.

A qualidade e a técnica dos "atletas" não é de facto da categoria de outras "épocas" e de outros "campeonatos".

Pelo que o "adepto" anónimo vai por aí murmurando na porção das "resmas", até eu começo já a recear que se porventura me deslocar ao "estádio" da minha freguesia para cumprir o dever do "coração", me arrisco a que os elementos da assembleia fiquem a saber a "cor" do meu voto.

MARIA disse...

Caro João,

Trabalhei com o Prof Dr. Francisco Lucas Pires, como sua assistente à disciplina de direito comunitário numa Universidade em que era docente dessa cadeira, já ele exercia funções
no Parlamento Europeu.
Sou muito incrédula nos políticos em geral. Antes de uma ideologia, procuro um código de valores, um carácter. Procuro alguém que coloque como propósito na política servir a comunidade, não ser servido nos mais diversos interesses, pessoais, profissionais ou económico-sociais.
Guardo dele a memória de um Homem exemplar, de valor, de palavra indúbia, que se comprometia de facto com o que acreditava.
Talvez não concordasse com todas as suas ideias, mas sabia porque ele as defendia ...
Hoje ...
Nada é já bem assim. A crise social não tem apenas origem económica.
Hoje perdeu-se a auto censura, a culpa, a consciência a segredar-nos mal estar porque algo podia ser melhor.
Tudo se reduz a uma eficaz gestão despersonalizada de certos interesses.
É pena.
Não calcula como gostaria que a minha filha pudesse crescer num Portugal de homens de coração justo, como Francisco Lucas Pires.
Bem haja por esta homenagem.

Maria

Anónimo disse...

Parece haver, de facto, um fundo cansaço dos "clichés" partidários em eleições. Sejam elas quais forem. A sociedade portuguesa está fartíssima das conflictualidades de pacotilha.

joshua disse...

Desintoxicar o ambiente com verdade e paixão é hoje muito complicado. Tudo cheira a falso. A Lista do PS cheira a tacho e a engodo.

Pessoalmente não suporto olhar para o ex da Saúde: todos têm o mesmo sorriso desprezivo e superioral e são todos línguas de pau de um recheio enganador.