31.5.09

HÁ REFERENDOS MAIS REFERENDOS DO QUE OS OUTROS


Com o país neste estado, um grupinho da pequena, média e alta burguesia urbanas - quase todos, aliás, "intelectuais" como Marinho Pinto, Capoulas Santos, António Costa, Lili Caneças, José João Zoio, Marta Crawford, Marta Rebelo, Piet Hein Bakker, Sofia Aparício, Teresa Guilherme ou Wanda Stuart - decidiu que o casamento same sexer era uma prioridade nacional. Como foi o Euro 2004 ou ainda é o dr. Durão Barroso, presumo. A lista de assinantes do "manifesto" inclui gente que, até há alguns anos (poucos) atrás, era genuinamente homófoba embora agora dêem muitas alegrias à D. Câncio. E também inclui gente que assina qualquer coisa que lhe metam à frente dos olhos desde que cheire a "modernidade", a "progresso" e a aparecer. Até a D. Edite Estrela deu um ar da sua falta de graça no "lançamento" do "manifesto", certamente por acaso e não por causa da campanha em curso onde ela é concorrente. Os "cabeças de lista" desta sublime iniciativa são também sempre os mesmos e as mesmas. É como escreve o Filipe Nunes Vicente. «Um dos subscritores - Miguel Vale de Almeida - deu, na televisão, uma curiosa justificação para fugir ao referendo: "Os direitos das minorias não podem ficar sujeitos à vontade da maioria". Até fez o gestinho das aspas com os dedinhos para sublinhar a justificação. Um tipo fica a pensar: então os referendos sobre a legalização do aborto até às doze semanas foram feitos para defender a ditadura da maioria? O que se aprende a tirar castanhas do lume.»

12 comentários:

JOÃO SANTOS disse...

Contra essa onda de modernice pacóvia, só temos que fazer o mesmo, ou seja, um manifesto em sentido contrário.
E se, acusando-nos de homofóbicos, perguntarem pela razão do nosso manifesto, diremos apenas: PORQUE SIM!!!

Miguel Neto disse...

É deixá-los entretidos com as suas vidas. Lá têm as suas prioridades e preocupações. Como diz o ditado: "Quem dá o que tem, a mais não é obrigado".

Anónimo disse...

Discordância absoluta e de lamentar o comentário nada objectivo do JG. Não importa quem assina o manifesto ou se antes eram homofóbicos e agora não. A questão de fundo é saber se o dito manifesto faz sentido ou não, se alguém deve ser ou descriminado pelas suas opções sexuais e se quer partilhar a sua vida com uma pessoa do mesmo sexo, reconhecendo o Estado e a sociedade, iguais direitos e deveres para essas pesoas que optaram por viver juntas. São causas sociais, como aquelas que acabaram por reconhecer iguais direitos entre homens e mulheres, dos negros serem tratados em pé de igualdade com os brancos etc. Não entendo este ressabiamento em relação a uma causa que é pacificamente aceite na maioria dos países livres e democráticos.

Anónimo disse...

Este pessoal já "chalou" e resolveu pôr os outros chalados também. Para próxima devem defender o casamento com cães, gatos, canários e periquitos, "porque o amor dos donos por eles só pode dar em casamento, e também têm direito à felicidade". Nestes casos eles vão "aceitar" casamentos "different sexes" (homem-cadela, mulher-gato, etc.), o que revela que não são heterofóbicos.

A resposta a esta cambada de palermas é fazer um manifesto para internar este pessoal, mas internar em solitária.

PC

Mani Pulite disse...

Mais uma razão para votarmos no Rangel no dia 7.Os same sexers pelos vistos andam a curtir com o Vital a Edite e o Sócrates.

/b/ disse...

«We'll be the same tomorrow
'Cause we all been painted by numbers
We're dancin' as we borrow
You said it was love
I got what I need to get by»

Carlos disse...

As prioridades são sempre uma má desculpa para não fazer algo. Infelizmente, por norma, com essas prioridades também nada se faz.

Ritinha disse...

Diz o Anónimo 12:01 que "A questão é (...) se alguém deve ser ou descriminado pelas suas opções sexuais."

Ora isso não possível em Portugal, já que as opções sexuais não são criminalizáveis. Não se pode portanto descriminar, absolver, impronunciar a ausência de crime.

Unknown disse...

De fractura em fractura, até à trituração final...

Ritinha,
Em cheio! Modernaças,grandes importadores do "lá de fora", mas quanto às "basezinhas" é o que se vê...

Carlos Medina Ribeiro disse...

Onde está doze (em «legalização do aborto até às doze semanas»), julgo que deveria estar dez.

fado alexandrino. disse...

Houve um ponto interessante no São Jorge. Quando se entrou na segunda parte (a discussão de ideias) a imprensa foi convidada a sair, segundo o Correio da Manhã, porque a jornalista do Público não conseguiu ver este pormenor.

dorean paxorales disse...

Se a questão same-sexer é assim tão secundária por que não é sumariamente aprovada?