23.5.09

AS "EUROPEIAS" DOS PEQUENINOS


Começa hoje, na mais plácida indiferença, a campanha para as "europeias" de 7 de Junho. A única novidade da dita chama-se Paulo Rangel. O resto - que é muito - não interessa ou é ranço. O tandem Vital/Sócrates estreia-se com uma exibição provinciana à altura das personagens. O admirável líder vai ou foi a Espanha abrilhantar uma sessão dessa luminária da esquerda moderna que é o sr. Zapatero e, depois, o sr. Zapatero vai até Coimbra (um "modelo" de modernidade e de progresso) abrilhantar a festa do PS. A D. Ilda, do PC, anda há anos nisto e pura e simplesmente não se pode ouvir. Miguel Portas é um duplo de Louçã - que não dispensa a sua presença nos cartazes à boa maneira da "escola" onde se formou - destinado a retirar (muito apropriadamente) votos ao PS. E Nuno Melo tem de aguentar com a sombra tutelar do Paulo das feiras e dos centros comerciais que não o vai largar a fim de evitar o inevitável: a concentração de votos úteis (nunca o termo foi tão adequado) da não esquerda e do centro-direita em Rangel. Bom dia e boa sorte.

Adenda: Estava isto escrito quando li, em papel, o artigo de José Pacheco Pereira no Público. Não o vou reproduzir na íntegra mas, uma vez que eu fazia parte do «numeroso grupo de autores de blogues [que] foi convidado a ir ao Parlamento Europeu a expensas de deputados (mais do que um) no fim do mandato», apenas duas ou três notas. "Os deputados" às«expensas» dos quais fui a Bruxelas chama-se Carlos Coelho e é o segundo nome da lista de Paulo Rangel em que, presumo, o JPP vai votar se cá estiver no dia 7. Como o JPP foi deputado europeu, imagino que, melhor do que o «numeroso grupo de autores de blogues», sabe como é que, em termos de pura intendência, isso funciona. Depois, essa viagem não alterou um milímetro daquilo que eu penso acerca da Europa, das suas instituições, do seu funcionamento e do "alargamento" o que, uma vez que o JPP comete a gentileza de me ler com frequência, está abundantemente testemunhado por aqui. Mais. Estou bem mais próximo das posições dele - JPP - do que da "língua de pau" consensual sobre a Europa como tive ocasião de afirmar de viva voz, numa noite destas, a Paulo Rangel no Café Nicola. De resto, é como o JPP escreve: «Falta por isso debate e muito. Debate interno, interior, dentro das baias da aceitação do "europeísmo" dominante, pouco me interessa. Debate que tenha a coragem de vir de fora, que diga as verdades que precisam de ser ditas sobre uma Europa que caminha a passos largos para destruir o adquirido comunitário a favor de uma realidade meramente geopolítica sem cabeça para um tronco grande de mais, isso é bem-vindo e faz falta.»

4 comentários:

Anónimo disse...

a d. Ilda não se pode ouvir e prcebe-se bem pq.

Se visitar o blogue de Vitor Dias, imagino que não frequenta, descobrirá que a estação pública em mais de duas semanas de campanha não acompanhou nenhuma das actividades da senhora.

deve ter a ver com motivações editoriais e de manifesto interesse público, aposto.

eu que até aprecio rangel -sem concordar com ele - gostava de a poder ouvir. apesar de tudo, os do partido de rangel e os do candidato vital já nos trouxeram para a crise.

gostava de saber o que têm os outros a dizer.

joaogon disse...

Caro João.
Foi a espanha. Discursar no mais pura espanhol técnico... :-) Faça-me o favor: o espanhol técnico merecia um postezito ao seu estilo... Fico a aguardar... Encarecidamente...
Cumps
Joao Gonçalves

joserui disse...

A única novidade da dita chama-se Paulo Rangel.Está tudo dito. Estou verdadeiramente entusiasmado! -- JRF

Nuno Castelo-Branco disse...

Não se, não: já reparaste na SUBSTANCIAL votação que nas sondagens auferem os "outros" (sem especificar)? É que esta democracia tem a coisa amarrada e bem amarrada. 5 a 7% por cento é qualquer coisa e poderemos ter uma ou outra surpresa.