
Por curiosidade fui ler dois bloggers que escrevem no mesmo jornal. O Carlos Abreu Amorim aliviou-se por instantes da sua azia "maneleira" e até tem razão. O "ideal monárquico", em 2009, não passa de uma «mescla entre um vago saudosismo pindérico com um esforço de ostentação onomástico.» E cito propositadamente o CAA por causa do outro blogger, o Francisco José Viegas. Segundo ele, «o ‘alinhamento’ voltou a estar na moda e a reabilitar antigas intolerâncias» dentro da chamada "blogosfera". Isto por causa das eleições. Continuo a citar. «Agustina Bessa-Luís chamava a atenção para a existência de épocas em que o ressentimento e a mediocridade andam de mãos dadas – os períodos pré-eleitorais são o exemplo de como a inteligência pode atrofiar-se em ambos os sentidos.» É verdade. Porém o Francisco não estava à espera que a blogosfera - onde já estão instalados, como metásteses, vícios dos media tradicionais que ele menciona e outros como o "videirismo", o "amiguismo" e o "maria vai com as outras" da "redacção única" - adoptasse, perante os referidos actos eleitorais, uma posição "branca" como o sorriso idiota do sr. Blair. Eu, pelo menos, não consigo estar bem com Deus e com o diabo. Mas admito que a sobrevivência do regime e, por consequência, de algumas das suas "elites" dependa desse implícito convénio "respeitoso" (para recorrer a um termo de José Sócrates) por mais hipócrita que ele seja. A complacência generalizada com a graçola da bandeira - e, lá está, não é por estarem envolvidos amigos meus que não deixo de considerar pífia a coisa - é um pequenino exemplo do que digo. "Viver habitualmente" era um dos lemas do Estado Novo. Já chega, não?
(Também aqui)
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