16.4.08

AS PARCAS


A esquerda e onze deputados do PSD votaram o fim do casamento civil desde que se verifiquem as seguintes "causas objectivas": a separação de facto por um ano, a alteração das faculdades mentais de uma das partes, a ausência sem notícias ou "quaisquer outros factos que, independentemente da culpa, mostrem a ruptura definitiva". "Quaisquer" é, por definição, um termo que não tem nada de objectivo. Por isso, as outras três "causas objectivas" são meramente facultativas. Só o "quaisquer", na realidade, conta. Vale tudo.

9 comentários:

Anónimo disse...

Mas acha que a lei, seja ela qual for, é que determina se marido e mulher estão ou não divorciados?
As pessoas que se vão divorciar com esta lei divorciar-se-iam na mesma com uma lei muito restritiva....talvez não se divorciassem legalmente, tornando-se apenas divorciados de facto. A lei é irrelevante...o que conta é a disposição das pessoas para suportarem ou não os momentos mais dificeis da vida conjugal. E isso é independente das leis que estejam em vigor.

Anónimo disse...

"VALE TUDO"

Pois ...temos de nos "modernizar" ... são as vantagens do simplex.

Anónimo disse...

hoje em dia contam mais as porcas que as parcas. portugal da cintura para baixo
infelizmente foi o rectângulo que chegou ao fim. "pás" á sua alma.

LUIS BARATA disse...

Vamos ver onde vai dar tamanho facilitismo,especialmente se não forem protegidas as partes mais fracas-quase sempre mulheres domésticas e filhos menores,vítimas de crises de meia idade ou desistências precoces dos cavalheiros.
Até porque actualmente já é o que se sabe,com autênticos dramas sociais e casos de polícia.
Não haverá Fundo de Garantia de Alimentos que aguente...

Anónimo disse...

Dá mais trabalho despedir a mulher a dias.

Anónimo disse...

A instituição casamento está em desuso: passámos a ser um país de namorados...

CCz disse...

Quanto ao divórcio em si, cada um sabe de si.
.
Preocupa-me é que num parlamento de maioria masculina, com chefias masculinas, se possa ter deteriorado a protecção da parte mais fraca, como refere o Luis Barata

Anónimo disse...

Como é que a maioria socialista resolve o problema dos homosexuais? É que, enquanto os heterosexuais vão desacreditando o casamento, aqueles não se cansam de reivindicar para si o direito de dar o nó. Dado que a ânsia legislativa não pára, bem podiam agregar isto tudo num pacote e esvasiavam mais uma bolha incomodativa, tendo a vantagem de melhorar a estatística relativa ao número de casamentos, compensando a redução de uns com o aumento de outros e melhorando, ao mesmo tempo, as receitas fiscais destes eventos, agora debaixo do olho do fisco. E enquanto o povo se vai entretendo com estas "minudência" vai esquecendo o que é importante.

Buriti disse...

Anda esta gente preocupada com o Acordo Ortográfico, quando não percebe nada de sintaxe nem de semântica quando redige as leis. Aliás, os Diários da República dariam bom material para estudo linguístico, para já não falar de outros estudos, e a palavra outros, aqui, servirá exactamente para definir aquilo que se quiser.