23.8.07

A TRAMA DOS NEGÓCIOS E AS COMPROMETEDORAS SOLIDARIEDADES


A "história" da Somague mata qualquer um. Sabemos - sabemos isso há muito - da promiscuidade do betão com o regime. Uma visita aérea pelo país dá-nos bem o retrato dessa calamidade. A anteceder isso, há a plutocracia partidária e os interesses. O sr. Arnaut, uma das criações mais desconchavadas do regime, do PSD e do dr. Barroso veio assumir a "responsabilidade objectiva" pela aceitação da dádiva do sr. Vaz Guedes. O sr. Vaz Guedes, convém lembrar, é um daqueles betinhos do "Compromisso Portugal" que de vez em quando pretendem dar lições de "governança" e de "ética" empresarial ao país. E o dr. Canas, do PS, com aquele arzinho de aprendiz de catequista, mais valia estar calado. Em suma, esta gente não presta. Fazem qualquer coisa por um prato de lentilhas que, a avaliar pelo que se lê, o governo do dr. Barroso tratou de servir à Somague um mês depois de tomar posse. O problema não é haver almoços de borla. O problema é a factura que o regime tem de pagar por ser dirigido, dos partidos à sociedade civil, por essa gente dos almoços. Resta saber quem acaba primeiro com quem ou com o quê.

12 comentários:

Anónimo disse...

Começa-se a levantar a ponta do véu sobre o financiamento partidário. Em relação à Somague e ao PSD, era interessante que se investigasse porque é que essa empresa fez as obras de quase todos os estádios do Euro 2004. O governo da época era precisamente a coligação PSD/CDS.

Mais recentemente, e para que não se pense que isto só se passa com os "laranjinhas", recorde-se a "novela" Túnel do Rossio, e porque é que se tirou a empreitada à Teixeira Duarte, para se adjudicar por ajuste directo à Mota-Engil, que está em todas as obras do regime planeadas pelo PS, desde a Ota ao TGV. Seria muito útil que estas tramas fossem denunciadas em tempo útil, e não três ou quatro anos depois, quando as obras já se fizeram e os protaganistas políticos em causa já partiram para outra...

Anónimo disse...

A Somague é um dos rebentos empresariais de uma companhia que vivia do e para o regime salazarista: Moniz da Maia e Vaz Guedes. Portanto, tem uma longa vocação de servir regimes: ontem um, hoje outro, amanhã o que houver.
Só posso perceber a sua reacção porque, provavelmente, não tem idade para conhecer estas "antiguidades". Que companhia é que não serviu ou serve o regime num país que nunca habituou os empresários ao risco e à total independência? Por isso o país produz pouco e está como está.

Anónimo disse...

Virgenzinha ofendida, agora, é? Não tem mai nada pra dizer, o menino, não?


Quando são os do PS, aqui d'El-Rei que é a camarilha dos "xuxas", mas quando são os teus, o mal é "desta" Democracia.


E é assim que te queres tornar numa voz idónea e de "referência", no mundo dos orangotangos?



Tem dó das minhas bandeiras despregadas...

Anónimo disse...

todos os regimes têm de pagar 'facturas' para ser 'dirigidos'.
não há aqui novidade.
e os regimes têm que ser 'dirigidos' de algum lado. o winston até gostava de 'dirigir' o seu da cama ou mesmo da banheira. á mesa de almoço jantar? não me parece nada mal, sse o vinho for bom, porque a bondade do vinho pode passar para as decisões.

(o problema, o verdadeiro,é que os nossos 'dirigentes'- do governo oposição ou 'sociedade civil' - têm todos um péssimo gosto e, provavelmente, mau vinho).

normalmente isto acaba nas urnas.

Anónimo disse...

esquecia-me:
o sr arnaut não disse nada de 'objectivo'. deu uma justificação lambida. como o seu cabelo.

Anónimo disse...

"Esta gente não presta".
Desnecessário qualquer acrescento.

Anónimo disse...

«Que companhia é que não serviu ou serve o regime num país que nunca habituou os empresários ao risco e à total independência ?».

Esta pergunta tem a maior pertinência.
Para não perder tempo, podíamos passar logo de vez à propositura de uma nova Constituinte e, nela, à assunção definitiva de uma filosofia política liberal (cf. blog «Portugal Contemporâneo»).
Mas as coisas não se passam assim. A degradação tem de aprofundar nos quatro cantos do país e aí "moer" mais uns dez ou vinte anos. Depois, é só pular do banquinho para o chão ...

Adolfo Letria disse...

http://pequenaloja.blogspot.com/2007/08/anncio.html

Anónimo disse...

Ouvindo Verdi:
«...É curioso ainda notar a migração de políticos profissionais de partidos extremistas para partidos profissionais. A ideologia não era assim tão decisiva. Parece que importava mais a carreira, no Sistema.
...Ostrogorski, no seu estudo sobre a democracia nos EUA,já tinha extraido as principais ilações do modelo, mas estava longe de ter verificado as suas versões mais atraentes, que dispensam o que então chamara de «bandidos políticos«, visto tais funções centrais poderem ser desempenhadas, com vantagem, por políticos profissionais sem cadastro oficialmente registado»
In "Elites e Movimentos Sociais" Bessa, UnAb
Aparentemente, nada a fazer.

Anónimo disse...

Este episódio nada tem de novo, sendo mais um de tantos outros que marcam a nossa partidocracia. O regime em que vivemos já era cantarolado de forma corrusiva pelo Eça. Nada muda: as pessoas não mudam, os povos não mudam. O amiguismo, o "favorzinho" e o compadrio fazem parte de Portugal e são transversais a todos os partidos. Uma coisa é certa: quem paga sempre estas e outras facturas são os otários dos contribuintes. E VIVA A DEMOCRACIA CONQUISTADA NO 25 DE ABRIL!

Anónimo disse...

Claro, claro, a culpa é (tinha que ser!) do 25 de Abril...


Vivam Salazar e Marcelo e a "democracia", impoluta, do 24 de Abril!


Vejam como ela deixou Portugal: está bem à vista, no cinema "King" (TORRE BELA, o Documentário...)!


Jacinto Leite Capelo Rego Vaz Guedes.

Anónimo disse...

Um regime de "velhas putas" :


«Este caso Somague/PSD, de 2002, com factos suficientes para se poder afirmar que houve financiamento ilegal de um partido político, em termos criminais, pode ser um nado-morto. Adiantará investigar criminalmente estes factos? São de há cinco anos atrás e poderão indiciar, digo indiciar, crimes tão imponderáveis como o de corrupção, tráfico de influências ( apenas criminalizado em 1995) ou até, numa abordagem esotericamente alcaponiana, o de falsificação de documentos (!), o que, atentos os cinco anos da praxe da prescrição do artº 118º C.P. já estará prescrito, se o documento for o mero documento contabilístico.
Tendo em consideração o actual standard de investigação criminal atingido pelo DCIAP e cujo melhor exemplo recente é o caso estranho da falsificação de um diploma universitário, será caso para se ponderar e profetizar desde já, mais um falhanço rotundo, perante os métodos conhecidos de pedir documentos, em vez de os procurar; de ouvir pela rama quem sabe pouco e nem sequer esgravatar um pouco mais para confirmar ou infirmar suspeitas legítimas e generalizadas.
O anúncio grandiloquente de instauração de inquéritos, um dia destes, ainda dará vontade de rir, se é que não é esse, já, o sentimento generalizado de quem está já habituado a ver resultados nulos, perante expectativas tão anunciadamente prometedoras.

Mais a mais, a percepção geral da comunidade é que este tipo de comportamentos dos partidos políticos, é tão vulgar como a aceitação de ofertas sem contrapartidas. Como é que alguns políticos que sempre viveram do que o Orçamento lhes pagava legalmente, conseguiram casas, mais casas secundáras, carros, quadros, fundações, viagens para todo o lado e ainda assim, andam por aí como autênticos beneméritos da Nação?

A hipocrisia do PS ( vidè Vital Moreira) e dos outros partidos, neste caso singular, tem uma vantagem: no futuro, serão lembrados destas atitudes moralistas, que só se aguentam por um período de tempo limitado e enquanto as barbas nem estão de molho.
Ponham-nas!».

(José, do «Queijo Limiano»)