Ontem à noite, entre comes e bebes, o dr. Marques Mendes falou aos fiéis algarvios. O objectivo era falar ao país e, naturalmente, contra Sócrates, essa sombra de primeiro-ministro desde há três semanas. Mendes vai continuar a mandar no PSD. E o PSD vai continuar a não mandar em nada. Esta situação devia preocupar-me. Só não me preocupa tanto porque, graças a Deus, cada dia que passa estou mais longe desta democracia. Do PSD já estava há três anos. Porém, que a Providência o conserve por muitos e bons. Do resto - da democracia em geral-, e graças a esse mestre do embuste que governa o PS e a pátria, e do seu silencioso vigilante de Belém, só prodigalizo distância. É tempo de a democracia - este "modelo" concreto que nos atormenta os dias e a alma - aprender a conviver com aqueles que a detestam, não "doutrinariamente", mas por causa dos papagaios e vilões que a usurparam e que a exibem em "travesti". Por isso foi-me penoso ver o dr. Mendes - que estimo - a pregar a partir de uma esplanada marítima para um país deserto de ideias e de Homens. Não há nada pior para uma nação - mesmo lateral, miserável e irrelevante como a nossa é graças aos referidos vilões - do que ser pastoreada por desalmados. Ontem também se comemorou Aljubarrota. Desses, já não se fabrica.
2 comentários:
Da Democracia:
«Que pretende um político profissional?...Joga na onda, cede aqui, cede ali. Reprime acolá, beija em outo lado. A elite governamental de profissionais não pode deixar de ser medíocre e timorata. Busca a sobrevivência acima de tudo e não o serviço público...
Aloys...acabaria por definir tecnicamente a democracia não como uma ideologia,uma forma de vida, uma utopia da classe dirigente, mas apenas como «um processo típio de seleccionar uma oligarquia de políticos profissionais»»
In "Elites e movimentos sociais" (António Marque Bessa, UnivAberta)
Agora identificado...
Leiam devagar :
- «Numa sociedade moderna em que a complexa experiência dos séculos, quase por um fenómeno físico de reflexão, provoca o aparecimento de inúmeras concepções que, por sua vez, se repercutem umas nas outras, interminavelmente, o Poder Real é salvador.
Porque não é ideológico, abre o campo da Cultura às ideologias. Porque não é político, fecha às ideolgias o domínio estrito do Estado, o mínimo político que pertence ao comum.»
(Prof. Henrique Barrilaro Ruas)
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