31.5.09

A FAMÍLIA ADAMS



«A entrevista da Ana Gomes, emitida ontem no Radio Clube, pode ser um bom trunfo para a campanha de Paulo Rangel. Repetir muitas vezes algumas partes daquela entrevista é um processo barato para o PSD roubar votos fáceis do centrão ao PS. Ana Gomes situa-se politicamente numa zona que fica algures entre o MRPP e o POUS, o que é o mesmo que dizer que Ana Gomes é a típica Bloquista a quem falta treinar a moderação linguística artificial que os actuais dirigentes do Bloco usam para conseguirem mais votos. Ana Gomes só estará no PS por acidentes de percurso e, provavelmente, porque paga melhor. Quando se excita, AG não consegue parar de expor em cada frase as suas raivinhas e os seus inúmeros ódios de estimação.»

jcd, Blasfémias

«Desde o princípio que [Vital Moreira] passa o tempo a dizer que não disse exactamente o que disse ou a explicar que, se por acaso disse, o que disse não queria dizer o que parecia. Toda a gente via com complacência a irremediável confusão daquela cabeça coimbrã e o zelo sempre extravagante do convertido. Coitado, não era. Mas, no caso do BPN, as coisas não se podem tomar com tanta ligeireza (...) Nunca ninguém se atreveu a ir tão longe na demagogia eleitoral. No próprio PS houve quem se espantasse com este delírio, que, tratando o PSD como uma associação criminosa, ignora militantemente as regras básicas da democracia. Maria de Belém (presidente da comissão parlamentar de inquérito ao BPN) protestou. E, como se calculará, José Lello correu a criticar Belém e a confortar Vital. É agora decisivo que se saiba - e se saiba com muita clareza - para que lado Sócrates se vai inclinar. Manuela Ferreira Leite já lhe exigiu, como é óbvio, uma declaração inequívoca. Inequívoca e, convém acrescentar, indispensável, porque se o secretário-geral do PS (e, além disso, primeiro-ministro) aprova, ou tolera, os métodos de Vital Moreira por uns votos numa eleição secundária, tudo é de facto permitido - e tudo inevitavelmente se pagará mais tarde.»

Vasco Pulido Valente, Público

«Em se tratando da incomensurável responsabilidade do cargo de conselheiro de Estado, a suspeita chega e sobra para, a bem do prestígio institucional, condenar politicamente um sujeito e empurrá-lo rumo à porta, ou, nas palavras oficiais do PS, constatar com "satisfação" que "a democracia funcionou". Já quando o sujeito ocupa cargos irresponsáveis e integra instituições desprestigiadas, nenhuma suspeita importa: a democracia pode seguir disfuncional à vontade que o PS e pelos vistos o país também ficam satisfeitos. Seria pois ridículo enxotar um primeiro-ministro, digamos, a partir de julgamentos de carácter. Embora a continuidade do eng. Sócrates no eminente Conselho de Estado me pareça motivo para um mal-estar generalizado que, talvez por distracção, ainda não notei.»

Alberto Gonçalves, Diário de Notícias


5 comentários:

garganta funda.... disse...

Deus nos livre desta turma de trogloditas, falsários, inimigos da liberdade, serventuários do estatismo mais asqueroso e panfletários da miséria!

Viava a Liberdade!

ATTO, VEN E OBGDO disse...

A política perdeu com a azougada ana gomes o lugar que seria ocupado por uma pessoa sensata.
Pelas razões inversas também perdeu o mercado do bolhão.
Aquela língua desempenada e guinchante, teria ali o aerópago adequado...:)

MIguel Neto disse...

Gente sem nível. Ou melhor, talvez tenham nível para tratar das suas vidas. Mas não têm nível para defender o interesse público.

São gente sem Princípios, uma vez que os aplicam selectivamente: Os "nossos" são sempre vítimas de cabalas; os outros só podem ser desonestos; dos "inimigos" que não têm "casos" mal explicados a apontar, dizem que têm amigos comprovadamente (independentemente de qualquer sentença judicial) autores de roubalheiras. E por isso autores "morais" das mesmas roubalheiras.

Os "nossos" são absolutamente puros; os "outros" são absolutamente "podres".

Não há luta contra a corrupção que resista a esta tipo de mentalidade. Enquanto houver gente assim, haverá incentivos à corrupção; haverá sempre alguém com propensão para "fechar os olhos" aos actos "menos claros" mas que justificam os fins, praticados pelos "nossos"; com gente assim, haverá sempre "pressões" sobre magistrados; haverá sempre papéis que "desaparecem"; com gente assim, o combate contra a corrupção deixa de ser um "combate" da Justiça e passa a ser um combate político.

Gente desta, tem nível para zelar pelo seu interesse e pelos interesses dos "seus". Gente desta não tem nível para zelar do interesse de TODOS.

Anónimo disse...

vital parece ser o porta-voz do que o pm não quer dizer.
infelizmente a falta de carácter não é exclusiva de ninguém.
dias e o menino de ouro são como o roto e o nu.

radical livre

joshua disse...

Faço inteiramente minhas as palavras de Miguel Neto. Brilhante síntese do que é um Começo de Ruína Portuguesa.

Está na hora de TODOS ganharmos expelindo a peçonha de 'alguns'.