31.10.08

OS MILITARES E O REGIME

Medeiros Ferreira, no famoso "congresso de Aveiro", "previu" que o regime do Estado Novo cairia às mãos da tropa. Caiu. Em 1976, quando foi eleito livremente como primeiro Presidente deste regime, Ramalho Eanes acumulava um poder extraordinário para os "parâmetros" ocidentais onde começávamos a dar os primeiros passos. Presidia ao país, à tropa e ao "conselho da revolução". A nova nomenclatura não descansou enquanto não varreu os militares do poder de decisão. Soares e Balsemão "combinaram" uma revisão constitucional ad hominem e, pelo caminho, extinguiu-se o conselho militar revolucionário. No princípio dos anos noventa, Cavaco e Fernando Nogueira deram início ao processo de extinção "cívica" e política das Forças Armadas. Daí para diante, a obsessão com a "sociedade civil" por contraposição a tudo (função pública, em geral, incluída) determinou o apoucamento do "estatuto militar". A machadada decisiva deu-se com o fim do serviço militar obrigatório "afastando" ainda mais a corporação - e, por consequência, a compreensão do seu simbolismo - da "sociedade". O dr. Portas, autor da "obra" e uma pessoa sempre tão disponível para a demagogia patrioteira, cedeu à facilidade. A "profissionalização" transformou-se num mero pretexto para ornamentar missões internacionais e ganhar uns dinheiros extra. Este regime tratou mal os militares e os seus símbolos que, quase sempre, coincidem com os nacionais. O governo de Sócrates, enfatuado com o seu "reformismo" histérico, pretende equiparar a "condição" militar a outras de serviço público como se a tropa fosse fandanga ou mais um bando de "mangas de alpaca". Sem armas funcionais, sem carros de combate que se mexam, sem quartéis e, sobretudo, desprovidos da relação com a "sociedade civil" a que a guerra obrigava, os militares podem hoje pouco. Lamento-o porque ainda pertenço a uma espécie em vias de extinção que respeita as Forças Armadas. Ou, pelo menos, a "ideia" delas. Por isso, e fora uns encontros patéticos entre "associações" de militares, seguidos ou não de jantares e de passeatas, não virá mal ao regime por parte do pessoal fardado. Quem lhe faz verdadeiramente mal são os donos dele.

Adenda de 1 de Novembro: «A política de Sócrates de equiparar a Defesa à Saúde ou à Educação é a última humilhação para um oficial - a negação da sua moral e do seu valor. Loureiro dos Santos não falou por falar.» (Vasco Pulido Valente no Público)

10 comentários:

Anónimo disse...

já viu que existem paises aonde não há militares e nem precisam deles para nada ... Mas as forças militares de um Estado democratico não estão sugeitas ao poder civil? A guerra colonial acabou já passaram trinta anos mas as mentalidades de alguns parecem ainda não terem acordado desde esse dia. Santa Batatinha nos dê paciência.

Anónimo disse...

O positivismo do sr. Rui Oliveira e Costa, rei (incontestado) das credíveis (?) sondagens, revela de que lado está e, assim, para ele, os 'foruns' em que os lusitanos se manifestam descontentes, valem o que valem (expressão muito utilizada pelo 'vidente').

Talvez, por acaso, ou não, as opiniões do citado publicitário não valham a ponta de um corno.

Alguns 'cromos' deste país 'parece' que estudaram na bíblia do ministro da propaganda do Saddam iraquiano.

Será que se poderá saber a que 'gente' se faz sondagens ?

Anónimo disse...

A instituição militar é muito respeitável pelos muitos serviços que prestou ao país.
Tanto mais que a nossa História é uma sucessão de lutas pela liberdade e pelo domínio de novos territórios.
Não partilho da perspectiva de que os militares devam ter peso na condução do Estado,no entanto.
Mas sinto que existe uma grande ingratidão para com aqueles que fizeram as campanhas da guerra no ultramar.

A verdade é que os militares hoje estão infiltrados pelos partidos políticos e já nem com eles podemos contar para combater as máfias partidárias.
Há até um caso de um Loureiro dos Santos...perdão,de um general que mandava uns bitaites e que com a subida de Sócrates ao trono se tornou num Lulu de mãe de ministro.
Enfim isto está podre desde a raíz.

Anónimo disse...

é pena.

Anónimo disse...

Os Militares foram anulados e humilhados.Os Magistrados foram comprados e infiltrados.Os Padrinhos do Regime Socialo/Maçónico a que estamos submetidos sabem muito bem o que têm andado a fazer há 30 anos.A Justiça e as Forças Armadas tornaram-se inoperantes.A corrupção,todo o tipo de tráficos e o o cerceamento das Liberdades desenvolveram-se.

Anónimo disse...

Apreciação correcta. O que o poder civil fez e continua a fazer deste país está à vista. A desmontagem e o apagamento das FA foi uma medida premeditada para se atingir a sem-vergonha a que a situação chegou, sem que os seus intérpretes corram quaisquer riscos. Tenho dúvidas que isto possa continuar, assim, por muito tempo. As forças armadas estão reduzidas à ínfima espécie, mas andam por aí muitas armas e muito descontentamento.

Anónimo disse...

Esta gente, se tivesse uma réstia de vergonha, estavam caladinhos a assobiar para o ar e a ver se passavam despercebidos!

Fala-se em toda a espécie de lobis prejudiciais à sociedade Portuguesa, e esta maralha da tropa (falo essencialmente de oficiais), nunca é incluida, quando são das classes profissionais mais parasitárias que temos em Portugal!

O poder politico, fecha sistemáticamente os olhos e até pactua, com o absurdo em que se transformou a carreira militar neste País! Absurdo, acima de tudo, por saír carissimo ao Estado manter este disparate, que não tem quase nenhuma utilidade!

As Academias aceitam todos os anos candidatos a oficiais (muita cunha para entrar), que acabam inevitávelmente por aceder à carreira militar, com as progressões que isso implica.
Em toda a Função Pública, estão congeladas as carreiras...excepto nas Forças Armadas, onde já há mais Coronéis que Cabos!!! Tudo isto com um preço altissimo para o erário público, até porque antes dos 60 (quando não é aos 40), está tudo na reserva, a ganhar balúrdios, à espera da reforma, que virá mais tarde, farta e choruda!!

E pergunta-se: Para quê?
Sem serviço militar obrigatório, que utilidade tem este vastissimo quadro de oficiais, que aumentam todos os dias, enquanto o nº de praças diminui na mesma proporção?!?

Já existem no Exército, 3 graus de oficial General para os ir «arrumando» a todos. Há histórias de unidades em que Majores andam a mudar lâmpadas, porque não há soldados, contratam-se empresas de limpeza para limpar quartéis e cumulo dos cumulos, já se contratou uma empresa de segurança para garantir a portaria de um edificio militar!

E reivindicam! E ameaçam! Ehpa, escondam-se mas é!

Anónimo disse...

Quando a paz existe efectivamente, os militares são um estorvo, um impecilho e causa de muito desperdício. Mas quando aquela cessa, que soluções existem? Como é possível conjurar os perigos que se apresentam?
Recordo afirmações feitas por muitos, que agora criticam a existência de forças armadas,após o início da guerra em Angola, da incapacidade das forças militares lá existentes para responderem, como era necessário, às hordas assassinas que massacravam, exterminavam a população, e da falta de preparação e de meios adequados dos militares que foram enviados a toda a pressa para as zonas de combate.
Só um leigo desconhece que os militares só são precisos quando há borrasca.
Mas um militar, digno desse nome, demora tempo a preparar e a sua preparação custa dinheiro.
A existência de oficiais parasitas é consequência de um mal que sempre atingiu o povo português: pouca ou nenhuma capacidade orgnizativa e o horror ao trabalho.
Trabalhei numa empresa que chegou a ter perto de 25 000 funcionários por força de muitas decisões imbecis proporcionadas pela abrilada. Péssima organização, com muitos quadros, por uma simples questão de importância pessoal, a forçarem a existência de muitos funcionários sob as suas ordens. Muitas vezes faziam desnecessáriamente o mesmo trabalho.
A calaceirice é também um mal de muitos portugueses que os responsáveis não podem ou não querem combater.
Ataca-se a existência de demasiados oficiais nas forças armadas. É possível que o seu número seja exagerado.
Mas quem ataca os oficiais das nossas forças armadas porque razão não o faz também em relação aos que estão nos poleiros da governação quer central, quer local?
Não é conhecida a multidão de assessores que cada bardamerda da governação central ou local tem?
Se o bacharel arvorado em licenciado, por calaceirice ou incompetência, tem uma chusma de assessores para lhe fazerem o trab alho que ele não sabe ou não quer fazer, porque é que um general não há-de ter igualmente uma chusma de oficiais para fazerem o que ele não quer fazer?
Também é preciso não esquecer que para se conseguir um primeiro-ministro basta dar um pontapé numa pedra que surge logo uma caterva deles. Mas um oficial superior demora o seu tempo a fazer.

trabalho

Anónimo disse...

Existem realmente Forças Armadas?

Este protótipo de regime "democrático" acabou com elas, penso eu.

Fazer "jantares de descontentamento" é uma estupidez.

Para haver brio militar tem que haver respeito.

Se o poder politico não tem respeito pelas Forças Armadas, estas têm dois caminhos: entreguem as fardas aos governantes ou, em nome do povo, afastem do poder a canalha que está enterrando esta nação secular.

Tudo o resto é folclore ou música para os ouvidos da garotagem que tomou o poder...

Anónimo disse...

Ainda gostava de saber que ordenados serão os destes senhores
generais e coronéis e que regalias
têem em relação ao resto da escu-
malha !!!