10.10.08

O DESAPEGO


Para além dos ateliers "artísticos" que distribuiu, João Soares também fica na história recente da CML como o "campeão" das "casinhas". Cedeu, de acordo com a lista fornecida pelo seu camarada Costa, 281. Segue-se o falecido Abecassis com 200, Santana Lopes com 155, Sampaio com 153, Carmona com 112 e o próprio Costa com o "curioso" número de 69 casas do património público da CML cedidas. Soares podia calar-se com isto. Mas não. Disse à Lusa: «Tenho muito orgulho em tudo o que fiz na Câmara de Lisboa enquanto tive responsabilidades. Fiz sempre tudo numa lógica de total desapego». É fácil fazer "tudo numa lógica de total desapego" quando se trata de coisas que não nos pertencem, isto é, que são do domínio público. Lisboa, aliás, devia agradecer a estes beneméritos com uma estátua directamente proporcional aos respectivos "desapegos". Para jamais nos esquecermos deles.

13 comentários:

osátiro disse...

Era interessante fazer a média do desapego: tantos por ano; por m2 (tem a ver com os palácios...); por valor da renda...

Anónimo disse...

república socialista de portugal
ou
das Narrenschiff
com a deusa Frigga a voar na vassoura

radical livre

Anónimo disse...

Esta coisa das larguíssimas mãos dos autarcas alfacinhas é importante, claro... mas continuar a falar sobre isto só ajuda os de maior generosidade na dádiva. Aconselho a leitura de um livrinho do Ruy Belo, não digo qual, e, em especial, um certo poema do dito. Também não digo qual, pode ser que a curiosidade leva a um acrescento de lúcida abordagem por parte de tanto imbecil que por aqui e ali anda.

Mas já acho de enorme relevância tentar perceber a razão pela qual o vereador Sá Fernandes resolveu dar uma mãozinha à maltosa do PNR, com a cena do "outdoor". Ahhh, ó sr. vereador vá lá a correr à Fnac comprar o tal livrinho do Ruy, vá, faç´fabor!!!!

Nuno Castelo-Branco disse...

Há uns cinco anos, falando com um dos notáveis assessores da CML, dizia-lhe que não me importaria nada em alugar uma casa num certo prédio sito na zona do Marim Moniz. É um daqueles prédios lindos, "à boulevard" parisiense e está parcialmente fechado e a degradar-se. Pertence à CML. Mias, propuz fazer integralmente - e à minha custa - as obras de recuperação do apartamento, desde que a renda fosse interessante.
Resposta?
"Eh pá, não podemos, temos de ter casas fechadas em Lisboa. Imagina se um dia há um grande tremor de terra, onde é que alojaremos as pessoas?" (sic)

Desatei a rir, pis no caso da ocorrência da dita calamidade, os prédios da CML seriam os primeiros a cair.

E depois, mais ou menos de forma severa, lá disse o meu habitual chorrilho de coisitas politicamente muito incorrectas...

Anónimo disse...

Quem sai aos seus não é de Genebra...
Os nomes dos contemplados com casinhas pelo João Soares, quando e se alguma vez vierem a lume em toda a sua extensão, hão-de dizer bem da extensão do "desapego" que apregoa...
Esta gente, tanto a fornecedora de como a contemplada com bens alheios, não tem mesmo vergonha na cara.

Anónimo disse...

O dr. João Soares que me passe uma procuração de plenos puderes para que eu possa dispôr dos seus bens como eu entender! Prometo geri-lo com "uma lógica de total desapego". Vamos ver no fim quem é mais "desapegado"!
Observação: Os números, assim como o algodão, não enganam: o dr. Costa, devido decerto ao relativo pouco tempo que tem no lugar, ainda não passou dos preliminares!

Fernando Antolin disse...

Para o João Soares,já temos o "pirilau" ao alto do Parque Eduardo VII...melhor sítio não podiam ter escolhido...

Anónimo disse...

Acho que ele se sentou lá e o cutileirico pirilau desapareceu.

Bmonteiro disse...

O Nuno Castelo Branco,
acaba por trazer a lume uma questão importante. Embora vinda da cabeça tonta do pequeno assessor da autarquia - alojamento em caso de crise/catástrofe na cidade de Lisboa.
Há no espaço da grande Lisboa, uma dezena de grandes quartéis semi ocupados ou em vias de o ser integralmente, pela tropa - dotados de camaratas, cozinhas, refeitórios, etc...
Os MDN e o MF, vão tentando obter uns cobres com a venda do imobiliário da Defesa, quando abandonado, para transformar em receita.
A CML, o MAI, o Serviço de Protecção Civil, andam demasiado ocupados, trabalham imenso, assoberbados com as responsabilidades, a ignorância, incompetência e as suas irresponsabilidades, para fazerem seja o que fôr.
Para pensarem.
Acima deles, a AR e o PM que temos. É o que há.
Duplicados pela PR.
BM

Anónimo disse...

69 Casas dadas pelo António Costa em tão pouco tempo? Mas que realidade obscena...

VANGUARDISTA disse...

Os Soares e os Barrosos sempre foram famílias muito desapegadas, até empobreceram nos últimos 34 anos.
Ainda me lembro da avioneta que se desapegou dos céus de Angola ...
Agora na CML foram muitos os apegados que usufruiram do desapego dos "demo-cratas" que lá têm estado desde há 34 anos.
Os homens passam, mas a obra fica!

Anónimo disse...

Há uma pequena diferença entre as casas atribuídas neste mandato, com António Costa como presidente, e as outras. É que como já foi dito, neste mandato as casas foram atribuídas pelos serviços de habitação social e não discricionariamente pelo seu presidente ou por nenhum vereador. É que neste mandato, o presidente não tem as chaves das casas no seu gabinete... É que neste mandato as casas atribuídas foram todas no domínio da habitação social, com os critérios que são conhecidos para essa finalidade, e não com discricionaridade. E essa diferença é fundamental, por muito que a direita portuguesa, na sua melhor tradição, adopte a política da chafurdeira, na tentativa de demonstrar que são todos iguais... Mas não são

Anónimo disse...

E não são?