14.3.08

DA EDUCAÇÃO

«Chegamos assim, queridos amigos de Roma, talvez ao ponto mais delicado da obra educativa: encontrar um justo equilíbrio entre a liberdade e a disciplina. Sem regras de comportamento e de vida, feitas valer dia após dia também nas pequenas coisas, não se forma o carácter e não se está preparado para enfrentar as provas que não faltarão no futuro. Mas a relação educativa é antes de tudo o encontro de duas liberdades e a educação com sucesso é formação para o recto uso da liberdade. Mas à medida que a criança cresce, torna-se um adolescente e depois um jovem; portanto devemos aceitar o risco da liberdade, permanecendo sempre atentos a ajudá-lo a corrigir ideias e opções erradas. O que nunca devemos fazer é favorecê-lo nos erros, fingir que não os vemos, ou pior partilhá-los, como se fossem as novas fronteiras do progresso humano. Portanto, a educação nunca pode prescindir daquela respeitabilidade que torna credível a prática da autoridade. De facto, ela é fruto de experiência e competência, mas adquire-se sobretudo com a coerência da própria vida e com o comprometimento pessoal, expressão do amor verdadeiro. Portanto, o educador é uma testemunha da verdade e do bem: sem dúvida, também ele é frágil e pode falhar, mas procurará sempre de novo pôr-se em sintonia com a sua missão. Caríssimos irmãos de Roma, destas simples considerações sobressai como é decisivo na educação o sentido de responsabilidade: responsabilidade do educador, certamente, mas também, e na medida em que cresce com a idade, responsabilidade do filho, do aluno, do jovem que entra no mundo do trabalho. É responsável quem sabe responder a si mesmo e aos outros. Além disso, quem crê procura responder a Deus que o amou primeiro. A responsabilidade é em primeiro lugar pessoal, mas existe também uma responsabilidade que partilhamos juntos, como cidadãos de uma mesma cidade e de uma nação, como membros da família humana e, se somos crentes, como filhos de um único Deus e membros da Igreja. De facto as ideias, os estilos de vida, as leis, as orientações gerais da sociedade em que vivemos, e a imagem que ela dá de si mesma através dos meios de comunicação, exercem uma grande influência sobre a formação das novas gerações, para o bem mas muitas vezes também para o mal. Contudo a sociedade não é uma abstracção; no final somos nós próprios, todos juntos, com as orientações, as regras e os representantes que elegemos, mesmo sendo diversos os papéis e as responsabilidades de cada um. Portanto, há necessidade da contribuição de cada um de nós, de cada pessoa, família ou grupo social, para que a sociedade, começando pela nossa cidade de Roma, se torne um ambiente mais favorável à educação. Por fim, gostaria de vos propor um pensamento que desenvolvi na recente Carta Encíclica Spe salvi sobre a esperança cristã: a alma da educação, como de toda a vida, só pode ser uma esperança certa. Hoje a nossa esperança está insidiada de muitas partes e corremos o risco de nos tornarmos, também nós, como os antigos pagãos, homens "sem esperança e sem Deus neste mundo" como escrevia o apóstolo Paulo aos cristãos de Éfeso (Ef 2, 12). Precisamente daqui nasce a dificuldade talvez mais profunda para uma verdadeira obra educativa: na raiz da crise da educação está de facto uma crise de confiança na vida.»

Da Carta do Papa Bento XVI à diocese e cidade de Roma sobre a tarefa urgente da educação, Vaticano, 21 de Janeiro de 2008

3 comentários:

Anónimo disse...

os dirigentes porugueses não necessitam de conselhos.nasceram iluminados. por isso estamos às escuras.
"luz para nossas escuridades" Pe A. Vieira

Anónimo disse...

Já mandaste esta mensagem do Santo Padre ao Sócrates?
E à Milú, a Ministra da Educação?
É que,«penso eu de que»,são estes dois burrinhos que devem aprender alguma coisa com tão SUBLIME e SÁBIA mensagem PAPAL.
Que venha de lá(de Roma)alguma LUZ e discernimento p/os PACÓVIOS que nos Governam,ou pior:nos enxuvalham,nos roubam e nos ATROFIAM.
Só espero é que o Zé-1ºMin-um dia não depare,lá na sua casa,com 2filhos(se é que tem coragem de os meter no ensino público...ahahahah)completamente brutinhos e c/4exames feitos,num Domingo,numa Universidade do tipo da tal Independente,do prof.Morais q é primo da Edite Estrela, lembram-se?
É que,com tal BRONQUICE,só podem arranjar emprego na politiquice/aparelhómetro ou,com alguma sorte, seguir os passos do PAI:ir p/a Beira Interior fazer,ou «assinar-de-favor-pelo-amigo,uns tantos «projectos-de-mamarraXos-tipo-"la-maison"-para-emigrantes»(ganda-lata esta desculpa...).
Esta loucura a q chamam "reforma da educação" só poderá produzir mais "tugas-xicos-espertos" que, com alguma sorte poderão chegar a 1ºMinistro dum qq PS à deriva ...
Bye-bye...Marezia.

Anónimo disse...

Atráves dos séculos a "santa igreja" aliou-se sempre com o poder e participou activamente em todas as campanhas que serviam a exploração, o abuso, maltrato e o obscurantismo dos cidadões! Qualquer parvalhão hoje em dia sabe que o vaticano tem uma fortuna colossal, das maiores do planeta! JESUS disse: "And again I say to you, it is easier for a camel to go through the eye of a needle, than for a rich man to enter the kingdom of God." (Do vaticano nenhum entra no Reino de Deus! ) "If you wish to be complete, go and sell your possessions and give to the poor, and you shall have treasure in heaven; and come, follow Me." (Do vaticano nenhum seguiu as palavras de JESUS!)
E para terminar que tem a religião a ver com a educação?