«Chegamos assim, queridos amigos de Roma, talvez ao ponto mais delicado da obra educativa: encontrar um justo equilíbrio entre a liberdade e a disciplina. Sem regras de comportamento e de vida, feitas valer dia após dia também nas pequenas coisas, não se forma o carácter e não se está preparado para enfrentar as provas que não faltarão no futuro. Mas a relação educativa é antes de tudo o encontro de duas liberdades e a educação com sucesso é formação para o recto uso da liberdade. Mas à medida que a criança cresce, torna-se um adolescente e depois um jovem; portanto devemos aceitar o risco da liberdade, permanecendo sempre atentos a ajudá-lo a corrigir ideias e opções erradas. O que nunca devemos fazer é favorecê-lo nos erros, fingir que não os vemos, ou pior partilhá-los, como se fossem as novas fronteiras do progresso humano. Portanto, a educação nunca pode prescindir daquela respeitabilidade que torna credível a prática da autoridade. De facto, ela é fruto de experiência e competência, mas adquire-se sobretudo com a coerência da própria vida e com o comprometimento pessoal, expressão do amor verdadeiro. Portanto, o educador é uma testemunha da verdade e do bem: sem dúvida, também ele é frágil e pode falhar, mas procurará sempre de novo pôr-se em sintonia com a sua missão. Caríssimos irmãos de Roma, destas simples considerações sobressai como é decisivo na educação o sentido de responsabilidade: responsabilidade do educador, certamente, mas também, e na medida em que cresce com a idade, responsabilidade do filho, do aluno, do jovem que entra no mundo do trabalho. É responsável quem sabe responder a si mesmo e aos outros. Além disso, quem crê procura responder a Deus que o amou primeiro. A responsabilidade é em primeiro lugar pessoal, mas existe também uma responsabilidade que partilhamos juntos, como cidadãos de uma mesma cidade e de uma nação, como membros da família humana e, se somos crentes, como filhos de um único Deus e membros da Igreja. De facto as ideias, os estilos de vida, as leis, as orientações gerais da sociedade em que vivemos, e a imagem que ela dá de si mesma através dos meios de comunicação, exercem uma grande influência sobre a formação das novas gerações, para o bem mas muitas vezes também para o mal. Contudo a sociedade não é uma abstracção; no final somos nós próprios, todos juntos, com as orientações, as regras e os representantes que elegemos, mesmo sendo diversos os papéis e as responsabilidades de cada um. Portanto, há necessidade da contribuição de cada um de nós, de cada pessoa, família ou grupo social, para que a sociedade, começando pela nossa cidade de Roma, se torne um ambiente mais favorável à educação. Por fim, gostaria de vos propor um pensamento que desenvolvi na recente Carta Encíclica Spe salvi sobre a esperança cristã: a alma da educação, como de toda a vida, só pode ser uma esperança certa. Hoje a nossa esperança está insidiada de muitas partes e corremos o risco de nos tornarmos, também nós, como os antigos pagãos, homens "sem esperança e sem Deus neste mundo" como escrevia o apóstolo Paulo aos cristãos de Éfeso (Ef 2, 12). Precisamente daqui nasce a dificuldade talvez mais profunda para uma verdadeira obra educativa: na raiz da crise da educação está de facto uma crise de confiança na vida.»
Da Carta do Papa Bento XVI à diocese e cidade de Roma sobre a tarefa urgente da educação, Vaticano, 21 de Janeiro de 2008
Da Carta do Papa Bento XVI à diocese e cidade de Roma sobre a tarefa urgente da educação, Vaticano, 21 de Janeiro de 2008
3 comentários:
os dirigentes porugueses não necessitam de conselhos.nasceram iluminados. por isso estamos às escuras.
"luz para nossas escuridades" Pe A. Vieira
Já mandaste esta mensagem do Santo Padre ao Sócrates?
E à Milú, a Ministra da Educação?
É que,«penso eu de que»,são estes dois burrinhos que devem aprender alguma coisa com tão SUBLIME e SÁBIA mensagem PAPAL.
Que venha de lá(de Roma)alguma LUZ e discernimento p/os PACÓVIOS que nos Governam,ou pior:nos enxuvalham,nos roubam e nos ATROFIAM.
Só espero é que o Zé-1ºMin-um dia não depare,lá na sua casa,com 2filhos(se é que tem coragem de os meter no ensino público...ahahahah)completamente brutinhos e c/4exames feitos,num Domingo,numa Universidade do tipo da tal Independente,do prof.Morais q é primo da Edite Estrela, lembram-se?
É que,com tal BRONQUICE,só podem arranjar emprego na politiquice/aparelhómetro ou,com alguma sorte, seguir os passos do PAI:ir p/a Beira Interior fazer,ou «assinar-de-favor-pelo-amigo,uns tantos «projectos-de-mamarraXos-tipo-"la-maison"-para-emigrantes»(ganda-lata esta desculpa...).
Esta loucura a q chamam "reforma da educação" só poderá produzir mais "tugas-xicos-espertos" que, com alguma sorte poderão chegar a 1ºMinistro dum qq PS à deriva ...
Bye-bye...Marezia.
Atráves dos séculos a "santa igreja" aliou-se sempre com o poder e participou activamente em todas as campanhas que serviam a exploração, o abuso, maltrato e o obscurantismo dos cidadões! Qualquer parvalhão hoje em dia sabe que o vaticano tem uma fortuna colossal, das maiores do planeta! JESUS disse: "And again I say to you, it is easier for a camel to go through the eye of a needle, than for a rich man to enter the kingdom of God." (Do vaticano nenhum entra no Reino de Deus! ) "If you wish to be complete, go and sell your possessions and give to the poor, and you shall have treasure in heaven; and come, follow Me." (Do vaticano nenhum seguiu as palavras de JESUS!)
E para terminar que tem a religião a ver com a educação?
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