13.4.06

À ESPERA DE GODOT


"Tomemos as reformas que o governo anuncia pelo seu valor facial. Elas significam desemprego, despedimentos e desqualificações na função pública, racionalização de serviços, encerramento de instituições regionalizadas, aumento do custo de vida, mais impostos, menos salários, mais precariedade, pobreza e mediania, onde já não há pobreza absoluta. As expectativas que já são baixas irão ser ainda mais baixas. Se as reformas são para ser reformas, são para equilibrar o orçamento, diminuir as despesas, aumentar as receitas, racionalizar o estado, só podem ter este caminho no túnel, para haver luz no fim de um túnel que não se sabe bem que tamanho tem. Se nada disto acontecer, a crise continuará a agravar-se e fora dos sectores privilegiados pelo estado, os mesmos efeitos se farão sentir. Por isso convém não tomar como adquirida a paz pública e o sossego político. A não ser se já estivermos todos mortos sem dar por isso, o que também não é impossível de acontecer."

In Abrupto

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