18.7.07

O ÍMPETO

O sr. Canas que, inexplicavelmente, continua a ser o porta-voz do PS - imagino que um partido com a tal fantástica "adesão popular" do sr. Perestrello tenha melhor para o representar do que o balofo e boquinhas Canas - descansou o país, no fim de uma reunião da seita, quanto ao "ímpeto reformista" do governo. Apesar da presidência europeia, disse Canas, o "ímpeto" mantém-se. E por causa da referida presidência, nada mais nada menos do que doze ministros estiveram "por fora", no Parlamento Europeu, a explicar as respectivas "prioridades". Um deles, Jaime Silva, da agricultura, anunciou em Bruxelas o corte de cerca de dezassete mil hectares de vinha, em abono da "harmonia" da União. O Marquês de Pombal tinha criado a região demarcada do Douro e a respectiva Companhia para internacionalizar a matéria, sobretudo o vinho do Porto. Estes burocratas da modernidade querem acabar com isso em nome das quotas que aprovam para tudo e para nada: para o leite, para as mulheres, para o tamanho das pilas, para o vinho, para o tabaco, etc. etc. Por isso, e ao contrário do que alardeia o sr. Canas a propósito do "ímpeto", não existe reformismo algum em curso. Há umas coisas avulsas, desconexas e em função dos apetites ministeriais, e o que Bruxelas comanda, que é muito. O sr. Silva, que é um subproduto da burocracia europeia, é que sabe. Cortar, cortar e cortar até não haver mais nada a não ser o "progresso" e a "felicidade" transpostos para efeitos domésticos como uma directiva. Isto é que é "ímpeto". Não duvidem.

5 comentários:

Anónimo disse...

Se você se se desse ao trabalho de estudar um pouco a coisa, tinha já percebido que o prometido arranque da vinha é crucial para a defesa do vinho português e não há um único produtor com nome no mercado que o conteste. Porque não se há-de cortar a vinha se produzimos em excesso e esse excesso é de tão má qualidade que só serve para ser queimado em destilação paga, ainda por cima, com os dinheiros dos contribuintes. É a continuação desse regime arcaico que premeia os preguiçosos e os incapazes que você defende?
E fala do Marquês do Pombal? O mesmo que proibiu a comercilaização dos vinhos medíocres para defender os bons? Qual é a lógica deste seu arrazoado, para além do prazer evidente em dizer mal de tudo?

Anónimo disse...

Eu responde-lhe jgr:

É que o autor do post, mitómano como é, e julgando-se um Marquês de Pombal, faz de nós uns "távorazecos" a toque de chibata e a bolota ou, se preferir, é um Hegel virado do avesso.
Assim se explica semelhante arrazoado.

Anónimo disse...

Quando não há autoridade, o poder esconde-se atrás da hiper-regulamentação, ela mesma é um sub-produto da tecnocracia neo-liberal.
R.A.I.

zirpelino disse...

Indique-me um vitivicultor, ou uma sua associação que não apoie o arranque de vinhas. Isso significa modernização, melhor qualidade. A ânsia de dizer mal é tanta que qualquer coisa que seja mudar, arrancar é um acto vil do governo. Santa ignorância. Eu tenho uns 7 hectares para arrancar de livre vontade e preciso de ajuda. Vamos nisso grande maldizente.

Anónimo disse...

precisam de ajuda para arrancar, como precisaram para a plantar. não é fácil neste tipo de esquemas encontrar quem esteja contra seja o que for, desde que dê dinheiro. isto para não falar dos 'produtores com nome no mercado', que gostava de saber quem são, como fizeram o nome e por aí fora, até desembocarmos em mais uma ajuda do governo/bruxelas para arrancar/plantar and so on and on...

a meu ver, ninguém acerta na intenção do marquês de pombal: quem 'fez' o vinho do porto foram os ingleses; o marquês estava-se a borrifar para a qualidade do vinho (se faz algum sentido 'proibiu a comercilaização dos vinhos medíocres para defender os bons' suponho que se vendiam todos ao mesmo preço, enfim...);
em questões de vinho e vinha, qué mais que a identidade nacional, cada um planta vinha e faz o vinho que bem entender com as castas quiser e qualidade de acordo. não gostam do vinho, não bebam, mas deixem os outros beber (isto dos gostos, não se discutem,educam-se já se sabe e está-se sempre a aprender novas formas de gostar)

um dia destes haverá regulamento para as espécies que eu posso plantar na minha horta. provavelmente, e a este andamento, não poderei plantar cenouras porque na europa haverá muito boas cenouras e produtores enrrascados para as vender.

vão ter com as senhoras do bloco de esquerda.