16.7.07

UMA DEMOCRACIA COM CARA DE FODA-SE


Nos intervalos das suas correrias tontas como presidente em exercício, conviria ao secretário-geral do PS - tão emocionado com a "riqueza" da participação eleitoral que só deve ter existido na sua autoritária mona - nos magros cinquenta e oito mil votos que a sua seita arrebatou através do dr. Costa. Costa que, por sua vez, demonstrou pela enésima vez que não possui uma ideia para a cidade (ele vive de conspirar, não vive de pensar) a não ser a tal da "limpeza geral" e mais dois ou três lugares-comuns. E não foi em Cabeceiras de Basto, a terra que estranhamente ocupou o Altis, que ele ganhou. Foi em Lisboa. Dos restantes partidos, nem vale a pena falar. Ontem registou-se uma derrota geral da plutocracia partidária - cega, surda e muda aos valores da abstenção - e a apoteose do "estou-me nas tintas" generalizado. Aos poucos, os portugueses, mais preocupados com as suas coisinhas, com as suas vidas medíocres e com os seus filhos ranhosos e analfabetos, votam a pseudo-cidadania política ao maior desprezo. Os sempre-em-pé já não entusiasmam ninguém. A democracia está cada vez mais com cara de foda-se.

11 comentários:

Anónimo disse...

É mais ou menos isto, é.

Anónimo disse...

Este post cheira a muitos que já escrevi! Força!

lorenzetti disse...

Continua o incompreensível direito de voto exclusivo em Lisboa dos residentes em Lisboa.

Sendo que residir em Lisboa é cada vez mais raro, como se sabe, relativamente ao número de pessoas que aí vivem todo o dia, porque aí trabalham, estudam, ou porque passam aí quase todo o seu tempo.

Todos aqueles que penam no IC19 ou na autoestrada Cascais-Lisboa ou na Ponte 25 de Abril, Vasco da Gama e afins passam o seu dia em Lisboa.

Muitas vezes mal conhecem o sítio onde vivem, desde os vizinhos a quem é o presidente da Câmara, para não falar no -- nunca soube quem é, nem de que partido é -- presidente da 'junta'.

No entanto, não votam em Lisboa.

A mesma Lisboa onde fazem tudo, onde gastam e ganham dinheiro, que conhecem melhor que o concelho onde vão dormir.

O que leva L. a pensar se os resultados eleitorais em Lisboa não serão injustos, errados e inúteis.

Pelo menos enquanto os universitários e restantes estudantes, e todos os que 'dormem' fora de Lisboa, que trabalham em Lisboa, aqueles cujo BI não diz Lisboa em 'residência', não votarem em Lisboa.

Porque vendo bem, são eles que vivem -- e que são -- a Capital.

Anónimo disse...

Aquela de encher a sala com os velhotes de Teixoso, Cabeceiras de Basto, Alandroal, Famalicao, etc a fazer cenário foi o máximo... (da imbecilidade, claro...) Mas onde é que eu já vi isto?... Ah ganda PS!!!

Anónimo disse...

«(...) Os Lisboetas vão ser governados por 29,5% de 27% de votantes, ou seja, se não se me falha a calculadora, por cerca de 8% dos inscritos nos cadernos eleitorais da Urbe. É uma coisa que lhe deve dar, como deu a mim, a gigantesca tesão da Legitimidade(...)».

(Arrebenta, In «As Vicentinas de Braganza»)

Anónimo disse...

Concordo inteiramente consigo e muito obrigada pelo seu post. Acredite que nos últimos tempos só me apetece fugir deste país e começo a arquitectar hipóteses de trabalho bem mais rendíveis e gratificantes noutro país da Europa, não muito longe de casa...

Ant.º das Neves Castanho disse...

Boa sorte, Presidente Ant.º Costa...
O Povo lisboeta "chacinou" ontem as candidaturas partidárias convencionais, de mais do que uma maneira:

1ª) Envergonhou-as a todas (e ao próprio Presidente da República que, não o esqueçamos, faz parte e é até o TOPO deste "sistema"), com um «recorde» de abstenção;

2ª) Deu uma vitória folgada ao P. S., mas bem longe da maioria absoluta;

3ª) Humilhou o principal Partido da Oposição com um desonroso terceiro lugar, ATRÁS da candidatura independente dissidente desse mesmo Partido (e apesar das conhecidas e notórias fragilidades desta candidatura);

4ª) Ridicularizou todos os esforços do segundo maior Partido da Oposição, relegando-o para um banalíssimo quinto lugar, mais do que subalterno para uma força política que já governou a Cidade e, ainda para mais, ATRÁS de uma outra Candidatura independente sem qualquer tradição na Cidade (a de Hel. Roseta);

5ª) Baniu (de vez, como em Oeiras?) o PP da Câmara de Lisboa, Cidade capital de Portugal e Câmara cuja Presidência já deteve, anos a fio (como, aliás, também em Oeiras!)!

6ª) Não demonstrou um mínimo sinal de especial apreço por José Sá Fernandes e pelo B. E., relativamente ignorados no meio disto tudo, apesar do seu reconhecido papel-chave na Câmara anterior e, sobretudo, ao longo de todo o processo "político-legal" que acabou por desembocar nas próprias eleições intercalares!

Pois é. "Procuram-se explicações para tudo isto", diz o Prof. Vital Moreira no seu "bolgue" «causa-nossa.blogspot.com»...


A meu ver, apesar da "lamechice" subserviente da comunicação social "convencional", tentando por todas as formas ignorar ou suavizar este evidente DESCALABRO SEM PRECEDENTES para TODOS os Partidos parlamentares, a verdade é que, como diria hoje Jorge Sampaio (se fosse coerente e corajoso), "HÁ MAIS DEMOCRACIA EM PORTUGAL PARA ALÉM DOS PARTIDOS!" e é bom que eles se apercebam disso enquanto ainda podem aprender alguma coisa com os sinais dos tempos presentes e, a partir deles, tentar urgentemente REGENERAR-SE, pois são ainda, apesar de tudo, indispensáveis à nossa Democracia!

Mas a grande verdade é que o serão CADA VEZ MENOS, se não conseguirem acompanhá-la, à Democracia, na sua natural EVOLUÇÃO!

Isto encerra, igualmente, lições para outros temas actuais, como o da Regionalização: o estrondoso SUCESSO das candidaturas independentes em Lisboa prova que É POSSÍVEL DESCENTRALIZAR E "LOCALIZAR" AS TEMÁTICAS E OS ACTORES POLÍTICOS, nem que para isso tenha que se procurar "alimento" FORA DOS PARTIDOS CONVENCIONAIS!

E então, se esta tendência (que, saliente-se, já vem das últimas autárquicas!) se consolidar, chegar-se-á fatalmente a um ponto em que a própria posição destes Partidos sobre a Regionalização PODERÁ TORNAR-SE MENOSPREZÁVEL face à emergência de uma nova consciência cívica, associada a uma nova geração de ELEITORES E CIDADÃOS ACTIVOS E CONSCIENTES!

A maior lição destas intercalares lisboetas será talvez esta: ESTÁ A CHEGAR O TEMPO DE TODOS OS "CIDADÃOS PELO PAÍS", não só por Lisboa, se organizarem e PASSAREM À ACÇÃO POLÍTICA concreta, confrontando os Partidos tradicionais NOS SEUS PRÓPRIOS TERRENOS, como agora sucedeu em Lisboa!...

Se os Partidos não acordarem a tempo, assistiremos a muitos e muitos mais Carmonas, Rosetas e Isaltinos a perfilarem-se no horizonte, dispostos a protagonizarem a REGIONALIZAÇÃO!...

Anónimo disse...

Pôrra, 58 mil votos é obra.
Afinal, bastam pouco mais de 50 mil cruzinhas.
Hão-de ir longe.
Com estes artistas, nada a fazer.
Valeu, o entusiasmo do presidente do conselho.
Teremos ali um novo Pirro?

Anónimo disse...

Ó estimado Sr. Dr. João Gonçalves: já não percebo nada disto. Então o poveco tem andado há dois anos a levar porrada da dura do autoritário licenciado Sócrates, e ainda votam no Dr. Costa para presidente da maior câmara do país?

E o licenciado Sócrates diz que está feliz...porque a cara dele é de alguém que está feliz - diz ele.

Eu cá, penso que ele não pôs cara de faliz - pôs foi cara de gozo. Ele goza com o nosso mal.

Agora passámos a ter o Governo na CML. Com o Dr. Costa, vamos levar mais tempo a perceber que as negociatas da Bragaparques foram trazidas para a câmara de Lisboa pelo Dr. João Soares.

E quando isso se souber, os jornalistas arregimentados pela família (Soares, claro), vão esquecer-se de evidenciar isso nas notícias.

Nesta altura de crise no PSD, é que o Dr. Júdice cá faz falta, logo foi a altura que decidiu ir-se embora, para a esquerda. Na peugada do Prof. Freitas e da Arq.ª Roseta. Estará na moda?

Será que o Dr. Marques Mendes ainda vai para o PS e ser o futuro candidato rosa à CML em 2009?

Sei lá...já não percebo nada disto, mas que o povo português é estranho, lá isso acho!

Digo eu...

Saloio

Anónimo disse...

cara de "foda-se" tem o partido e o novo presidente interino da câmara...

José Ferrão disse...

Não consigo perceber como é que alguém que não tem direito a votar, pode ser candidato e ser eleito em Lisboa;

e também não consigo perceber como é que, em 57000 apoiantes, o PS não conseguiu encontrar um único "maduro" que desse a cara por ele.

Se houver por aí algum pequenino, ou nem tanto, que me consiga explicar, eu ficava-lhe muito agradecido.