21.6.09

A CAIXA DE PANDORA


«Estiveram à espera que o PS perdesse umas eleições para falar», escreve, com propósito, o Jorge Ferreira sobre o "manifesto dos vinte e oito". É que, se atentarmos bem na coisa, estão lá alguns dos que opinaram junto de Sampaio que Santana Lopes devia suceder a Barroso - sem votinhos do povo por causa da "economia" e da "estabilidade" -, outros (os mesmos) que a seguir imploraram ao resoluto Sampaio que expulsasse Lopes por causa da "estabilidade" e da "economia" e, finalmente, outros (porventura sempre os mesmos) que, nos primeiros tempos de Sócrates, tornaram imediatamente admirável, "reformista" e "corajoso" o nosso homem de Vilar de Maçada. Também, claro está, em nome da "economia" e da "estabilidade". Impressionaram-se, então, com a "determinação" da criatura e, na sua imensa vacuidade política e em nome da "decência", supuseram que Sócrates era melhor do que qualquer direita. Levaram quatro anos a perceber que, afinal, a caixa de Pandora estava vazia. Em 1928, ainda houve um jurista, especialista em direito fiscal e orçamental, que percebeu imediatamente o "sistema". Nesta nossa actual elite tão incensada e tão cheia de diversificada "massa crítica" - e por mais que puxe da lanterna como Diógenes - não enxergo um.

14 comentários:

Karocha disse...

Assino por Baixo JG !

Anónimo disse...

O Medina Carreira há muito que adverte para a loucura da estratégia económica.

Anónimo disse...

É verdade! Citando o bardo:

"Yet I well remember
The favours of these men: were they not mine?
Did they not sometime cry, 'all hail!' to me?
So Judas did to Christ: but he, in twelve,
Found truth in all but one: I, in twelve thousand, none
"

Mani Pulite disse...

Só tenho pena que o Medina Carreira tenha assinado este "Manifesto".O grosso do resto não é mais do que lixo oportunista a manifestar uma oferta de serviços ao Novo Poder que se avizinha

radical livre disse...

para os latinos:
«os pobres (de espírito) não têm amigos».
este e o conde drácula são verdadeiros "assaltantes de estrada" (insidiatores viarum) deste pinhal da Azambuja

www.angeloochoa.net disse...

Mas ainda não chegaram... ou só agora chegaram? à conclusão de que são SEMPRE OS MESMOS!

Ritinha disse...

Excelente post.
Bem escrito, levezinho e certeiro.
Parabéns.

Unknown disse...

os ventos estão a mudar e as moscas no ar ...

Anónimo disse...

Alguns dos actuais subscritores do documento como Medina Carreira, Silva Lopes, João Salgueiro e Jacinto Nunes sobreviveram à mudança do regime. Porquê? Pela simples razão que eram técnicos competentes ao serviço da Pátria. Os políticos mudaram e aquilo que era a noção do serviço público e dos interesses do País passou a ser o dos grandes interesses económicos privados, em primeiro lugar, e os partidos meras correias de transmissão desses interessses. E o resultado é o que se vê: um País estrangulado por uma dívida externa imensa e um governo com projectos megalómanos para satisfazer os interesses das
respectivas clientelas, com o aplauso dos burocratas de Bruxelas.

garganta funda.... disse...

Desse grupo, o Prof.Medina Carreira, foi o único que desde muito cedo foi alertando e denunciando o grande embuste que estava a ser realizado pela seita socretina.

Quase todos os outros incensaram o Socretino-Mor nos altares da fama e da competência.

Agora que o vento sopra doutros quadrantes, este animado grupo de "eCUnomistas", já mudam de prancha para andarem sempre à tona d'agua.

Tenho pena que o Prof.Medina Carreira faça companhia a esses carreiristas do nacional-sucialismo pacóvio...

Anónimo disse...

Os carrascos que desde há 35 anos têm aniquilado (com grande profissionalismo) Portugal, vêem agora dar uma de santos! Já não há o mínimo de vergonha nesta democracia putrefacta.

Carlos Medina Ribeiro disse...

DURANTE anos e anos, numa empresa portuguesa bem conhecida, as obras eram ganhas, amiúde, com lucro ZERO.
A ideia (não totalmente descabida) era que, depois, no decorrer da obra, seria possível obter os lucros necessários - algo que umas vezes sucedia, outras não.

Ora, um belo dia, a administração mudou - e os novos 'big-bosses' quiseram ver algumas dessas contas muito bem explicadas.
E veio por aí abaixo, até aos chefes de projecto, uma terrível directiva:

No dia tal, às tantas horas, os responsáveis pelos maiores projectos vão ter de apresentar, perante representantes dos accionistas, a análise custo/benefício desses 'empreendimentos'. E deverão estar preparados para responder a tudo, tim-tim por tim-tim...

Gerou-se o pânico entre o pessoal intermédio! EXPLICAR OS NÚMEROS?! Mostrar que as obras são rentáveis? Mas onde é que isso já se viu?!

Tive possibilidades de acompanhar de perto esse verdadeiro drama (que, em certos casos, assumiu aspectos de comédia), e é dele que me lembro quando alguém pede para ver as continhas, as explicações dos números...

Unknown disse...

"não enxergo um". Eu enxergo o Medina Carreira!

Anónimo disse...

então só publicas quem diz bem de ti e do que escreves? meu palhaço!