26.5.07

PORTUGAL AMORDAÇADO


Mário Soares, depois da humilhação a que se sujeitou e a que o sujeitaram nas presidencias, só apareceu uma vez nos trinta e quatro anos do PS para babujar José Sócrates. Sócrates, na circunstância, até fingiu que se comoveu com tamanha prova de solidariedade que é um sentimento que ele deve ignorar. Soares, com todos os seus defeitos, é maior que o PS. Sobretudo tem uma biografia que o autoriza - e obriga - a verberar "este" PS e este governo asfixiante. Há um clima doentio na sociedade portuguesa e não fica bem ao homem que um dia disse que, onde lhe fechassem uma porta, ele saía pela janela, assistir cumplice e silenciosamente a esta crescente menorização da vida pública nacional. Por respeito por si próprio e por nós, Soares deve falar. O pior é que é bem capaz de falar para nos vir impingir o dr. António Costa em Lisboa. O filho já o engoliu. Se Soares-pai lhe seguir os passos, isso significa que passou ao "estatuto Almeida Santos". Sócrates agradece um museu de cera no Largo do Rato.

7 comentários:

Anónimo disse...

Está-se a esquecer daquela vez que ele apareceu num debate a defender a tese de documentário de 3a segundo a qual foram os Americanos que rebentaram com as torres do WTC. Dessa vez pensei: É isto, foi isto o nosso presidente durante 10anos?

Anónimo disse...

Quanto a mim, Soares já nos deu a "luz" do seu pensamento actual.
Foi no último "Prós & Contras" (ou melhor Prós & Menos Prós) em que esteve. Disse, grosso modo, isto:
Que um socialista moderno é pelo “mercado”, não o selvagem, mas regulado! Que um socialista moderno é pela globalização, não a selvagem, mas regulada!
Ou seja ideologicamente fechou à chave e engoliu-a, o socialismo que há anos meteu na gaveta.
Ou seja, aderiu, definitivamente, ao "neo-liberalismo regulado" do Sr. Eng. Sócrates.
O "neo-liberalismo regulado" ainda é mais perigoso que o "neo-liberalismo" dos já velhos yuppies sortudos e “faz de ricos” do Beato, enquanto o "puro" vive da esperteza, do expediente e da "concorrência" que a selvajaria tolera, o "regulado" vive do compadrio e do “esquema trafulha” em que a velha “ética republicana” é especialista e já deu provas de 1910 a 1926 e de 1974 até hoje.
O Dr. Soares e a sua estratégia e vaidade pessoal, conseguiram transformar a Nação que éramos em 1974 nesta amarga e pindérica província da ibéria.
Do Dr. Soares já não se pode esperar mais nada.
Aliás é bom que se cale de vez e se encerre na sua biblioteca a ler, finalmente, os livros que tanto pavoneou como presunção da sua, “auto proclamada” “vasta cultura humanista”.
Nas horas vagas, pode acompanhar a sua beata esposa ao confessionário e pedir a remissão dos seus pecados pela descolonização exemplar que antes de depois do 25 de Abril incendiou, promoveu e geriu, foram só mais de 20 anos com três guerras civis (Angola, Moçambique e Timor), mais de um milhão de mortos (que um dia tiveram B.I. português) e passados 33 anos, uma miséria generalizada para os sobreviventes e seus filhos, enquanto que os “camaradas” e “amigos” são as elites endinheiradas locais.
Mário Soares, Pina Moura e Mário Lino, etc., etc. aprenderam o “ aeiou” na mesma escola, a do mestre-escola Cunhal. No fundo podemos pô-los todos no mesmo saco!.
Que Deus te perdoe Soares! Não queria estar na tua pele no dia do juízo final!
R.A.I.

Anónimo disse...

Não se iluda João. O Soares é que se sujeitou - ninguém o sujeitou - às últimas presidenciais. Tenha presente o comportamento desse escroque na Comissão Europeia, a cuja presidência também se candidatou e perdeu. Derrotado por uma senhora (lembra-se?), o ordinário demonstrou o seu cavalheirismo e «fair-play» mimoseando-a publicamente com o epíteto de «dona de casa». Imagine o que ele não lhe chamou em privado, entre os seus amigalhaços, a cujo círculo íntimo pertencera o falecido Bettino Craxi, fugido à Justiça italiana. Ganancioso, amoral e fútil como é, Soares não resistiu - como na fábula da raposa e o queijo - aos elogios e, pior, aos auto-elogios que o proclamavam «um corredor de fundo». Convencido disso, o - isso sim! - corredor de fundos, correu, correu, correrá e voltará a correr sempre que no horizonte veja algo para sacar. O problema, porém, é que está velho e os dentes que tem na boca já não conseguem segurar o queijo... Aí é que reside a resposta para as humilhações que, coitadinho, tem vindo de há anos a esta parte a sofrer, e não em supostas navalhadas que os seus correligionários lhe andam a dar pelas costas. De resto, essa gente é bem amiga dele, pois passa-lhe a tempo e horas os cheques que alimentam a sua insaciável Fundação com o nosso dinheirinho. Ainda há dúvidas quanto às «humilhações» do pobre e honesto Soares e ao porquê da sua bajulação ao filósofo de Vilar de Maçada, que tão generosamente o sustenta para estar calado? Se está à espera, caro João, que essa alforreca cuspa na sopa, em nome do combate à menorização da vida pública nacional, ele que outra coisa não fez em toda a vida senão isso, tire daí o sentido, pois não leva nada. Leia ou releia o «Depoimento» de Marcelo Caetano é terá a medida exacta do carácter de tamanho figurão.

Anónimo disse...

A tempo: onde se lê «a cuja presidência também se candidatou» deve ler-se «a cuja presidência do respectivo Parlamento também se candidatou».

Anónimo disse...

Em Portugal, hoje, como desde há 200 anos, nunca houve outra escolha :
Ou o déficit público, ou o parlamento. Vão ver ...

Mar Arável disse...

Não se esqueça - pai é pai

antonio ganhão disse...

Soares sempre foi o homem por quem os combóios esperam.

O homem que convidou os grupos económicos a voltar.

O homem, desta classe política, que viu no 25 de Abril um interregno, que já passou. Os previlégios voltaram e para os mesmos, a pobreza também... e para os mesmos.

Terá existido o 25 de Abril?