28.10.09

UMA AVENTURA


Duas escritoras de livros infantis, Isabel Alçada e Ana Magalhães, são convidadas da D. Inês Pedrosa, directora da Casa Fernando Pessoa, para falar dos "livros que andam a ler" no próximo dia 3 de Novembro. Alçada é o nom de plume da actual ministra da educação que, juntamente com a outra senhora, escreveu várias "aventuras" vendidas aos milhares na praça. Calhou bem (já sei que a sessão foi marcada antes de não-sei-quê, etc.). Alçada substituiu uma socióloga guerrilheira que, por fim, acabou abandonada às suas crenças. Alçada, no jargão da inefável Fenprof e da sub-Fenprof (a FNE), tem de rever (isto é, acabar com) a avaliação dos professores tal como ela foi concebida pelo governo anterior por sinal o mesmo. Alçada, mais do que da educação e dos meninos, releva dessa coisa esquisita e tola que é o "plano nacional de leitura". Alçada é afável e notoriamente simpática. A história que se vai contar dela passará muito mais por isso do que por uma "agenda". Até porque a melhor "agenda" para a educação agora é não haver "agenda" alguma ou encará-la simplesmente como mais uma aventura. Promete maravilhas.

9 comentários:

Lura do Grilo disse...

Alçada é assim como Enid Blyton: A Enid escrevia também para meninos e metia scones quentinhos; Isabel vai meter pasteis de S. Bento. Tem que ser tudo levado com doçuras

Anónimo disse...

Tome cuidado, não morda a língua que pode morrer envenenado. Você não presta.

Anónimo disse...

"A Sinistra Ministra Isabel Alçada II, seguida de sábios vereadores das Novas Oportunidades

Hoje, até porque estou muito mais entretido a polir um osso de dinossauro, vou tentar ser breve, e vou voltar ao pobre do Filipe, e do bom ano em que nos conhecemos, e nunca mais me esqueço dele, com ar apavorado, quando eu lhe pus o K. 466, na tonalidade demoníaca de Ré Menor, para lhe mostrar o que podia ser a inquietação e o medo, e ele me perguntou, "mas, olha, tu queres mesmo ser meu amigo?... É que eu venho de uma família tão má, que, na Covilhã, até temos um ditado que fala de nós, e passo a repeti-lo: "Alçadas e gaios, se os virdes, matai-os..."

Suponho que não seja preciso dizer mais nada, e, como há exceções, lá seguimos amigos, mas com a sombra da nova Sinistra Ministra, a que dá facadas com sorrisos, a emergir, no crepúsculo do Socratismo -- sim, rapariga, Ana Maria Magalhães dará uma boa Secretária de Estado -- e, se ela não aceitar, sempre tens uma série de bruxas que tu e eu bem conhecemos, e que podem alçar-se, salvo seja, aos cargos. (Já repararam em como aqueles blogues, muito aguerridos, da "Educação", se calaram agora, não vá a nova Sinistra lembrar-se de convidar algum dos seus rigorosos autores para o Gabinete?... Pois... É...)

A Isabel recuperou uma história semienterrada, e agora vamos aos temas sérios, o traço de caráter da cínica, ambiciosa, pretenciosa e "snob" nova Patroa da Educação, de um tempo passado, quando, mal a Gulbenkian rejeitara o Plano Nacional de Leitura, da autoria de Conceição Rolo e Manuela Malhoa Gomes, através daqueles artifícios, muito conhecidos, da desculpa, olhe é muito bom, mas nós não queremos, que mais parecem aforismos do que argumentos, ele ter, logo de seguida, ressurgido, como "ideia" própria de Isabel Alçada. Boa safra, e há quem ainda tenha também, bem sonante, o timbre de voz, reles e ordinário, de ela a afrontar a Maria do Carmo Vieira, dizendo-lhe que, no Português, os Clássicos não tinham interesse algum (!). Suponho que preferisse as Aventuras da sua Boca da Servidão...

O resto é ainda mais triste, e retrato da taberna suja em que vivemos: donas e donas da rua, diariamente, se dirigem aos Centros de Novas Oportunidades, para obterem o "tal" diploma, que lhes confirma aquilo que sempre afirmaram, "saberem tanto como doutores...", mas a derradeira informação veio-me da Laura "Bouche", daquelas figuras que, se um dia despejasse tudo cá para fora, não era o Governo que caía, mas o País inteiro... É uma história, linda, comovente, um conto de fadas para o vosso sábado, e até podem investigar quem será o protagonista, que eu não tenho pachorra nenhuma para essas minudências.

Então, resume-se assim: com a nova escória eleita para a Câmara Municipal de Lisboa, uma sua velha amiga, de outras eras mais serenas, advogada, vai ficar agora tutelada, e às ordens, de um Vereador, persona grata, que está a acabar de tirar o 9º Ano num CNO.
Such a wonderful world... :-)"
Arrebenta


AH

S.C. disse...

Enid Blyton teve o mérito da criação de Os Cinco. O que Isabel Alçada e Ana Magalhães fizeram foi adaptar o modelo das aventuras de Os Cinco a contextos portugueses. Com menos graça, convenhamos, sem alguma garra literária de Blyton, mas não se lhes nega a importância que tiveram no estímulo à leitura dos jovens, se bem que as concessões tenham abundado, tanto em termos de infantilização como de uso de língua, mas isso... dizem que é dos tempos...

radical livre disse...

esta gente da politica ou pertence ao submundo ou desconhece o que nele acontece.
o mesmo acontece com a maior parte dos que escrevem nos blogues.
os escrevinhadores ou contadores de estórias vivem numa realidade virtual. a alice fez escola. frankenstein também.

passam 20 anos sobre a queda do social-fascismo do leste europeu. silêncio fúnebre sobre os gulags.
o "marquetingue" socialista vende os seus produtos todos fora do prazo de validade

aquela vacina famosa para a gripe dos porcos serviu ainda tão somente para vacinar os ditos. os gringos não aceitam insucessos anteriores.

"nóis pur cá todos béim"

Manuel disse...

Afável e simpática parece pouquinho para ministra, não? Onde o pensamento político sobre a Escola Pública? Onde a qualificação para a gestão de uma tão difícil pasta?

fado alexandrino. disse...

Onde o pensamento político sobre a Escola Pública? Onde a qualificação para a gestão de uma tão difícil pasta?

Praquê?
Quem manda são os Directores-Gerais, até eu podia ser ministro.

Anónimo disse...

Será que a inarrável Margarida Moreira - a tritura charruas - se aguenta na DREN?

maria disse...

Rezemos aos santos....