Que, crendo ter nos braços quem amava,
Abraçado me achei com um duro monte
De áspero mato e de espessura brava.
Estando com um penedo fronte a fronte,
Que eu pelo rosto angélico apertava
Não fiquei homem não, mas mudo e quedo,
E junto dum penedo outro penedo."
Os Lusíadas, Canto V
"Salazarismo sonso" - sim, porque no verdadeiro não chegavam sequer a porteiros com o devido respeito pelos porteiros - é dar prémios de gestão a penedos. Com "p" pequeno.
2 comentários:
Podridão (com P GRANDE):
Nesta vida tão penosa
há gente afortunada
pela graça venenosa
de uma cunha tisnada.
O nosso Estado tão exemplar
pagando estas gratificações
não causa mais do que enregelar
as nossas magras remunerações.
Com a vergonha perdida
entre as meias verdades
desta gente desmedida
a fazer alarvidades.
...João Gonçalves, como não sou forte em contas, imagino, mas imagino mesmo? que será fortemente choruda a prendinha a penedos do p minúsculo por prestimosos servicios a REN... dos fabulosos lucros de bradar a céus. Tuta e meia no saboroso dizer de Sebastião da Gama (azeitonense e arrábido) foi quanto sempre vi da cor do dito cujo plim. Não, não, nem centavo de fuga a fisco, que patrão sabe à milionésima parcela quanto abona e quanto retém. De livros nem cheta -- que isso é pra quem tem favores de editores mafviosos -- exceptuem-me um e me quedarei satisfeito.
Pois estes nossos milionários que desde calendas nos desgovernam não matam porque não podem os pobres da parábola. Viuvinhas a dar quanto têm fazem mais por isto desta porca miséria do que esses penedos inchados de maíusculos mas minúsculos vermes, que esses sim têm pedra em vez de coração. A crise continuará indefinidamente enquanto venerarem e bajularem os nojos! Deus de nós se amercie que bem precisados somos.
Enviar um comentário