19.3.10

AS PRATELEIRAS DA IGNORÂNCIA


«Há uma insistência em classificar Alice in Wonderland como "literatura infantil" ou "literatura infanto-juvenil". Por mais graça que uma criança ache ao Coelho, ao Humpty Dumpty ou mesmo ao Gato de Cheshire (ou a qualquer outra personagem), não alcança o significado da complexa narrativa non-sense de Carroll. Aliás, nem estou certo de que non-sense seja um termo correcto neste caso. Alice é uma obra demasiado grande para ser metodicamente arrumada nas prateleiras do "infantil" das nossas pobres livrarias. Mas, verdade seja dita: não se pode esperar muito de um "mundo literário", ou de um "mercado livreiro", que arruma a maior parte (toda?) a literatura de fantasia na secção "juvenil".» Como é que se explica isto à literatice doméstica lambuzada por tanto burro que sonha um dia, chegar a cavalo, sem ironia de espécie alguma para as geniais transumâncias de Carroll?

3 comentários:

Manuel Anastácio disse...

Certo dia, tinha eu cerca de 15 anos, fui humilhado por uma professora de História por estar a ler o que, segundo ela, era um livro para crianças. Escusado será dizer que livro era esse.

radical livre disse...

as livrarias estão inundadas de lixo e de "monos" nenhum deles alici-ante.
li duas vezes pelos meus 30 e 50 mas nunca vi nenhum exemplar à venda nos últimos 30 anos.

muita literatura importante desapareceu da lingua portuguesa e de outras apesar da sua actualidade.

no rectângulo vivemos numa época fútil condizente com o socialismo degradante que se apoderou do poder.
o único espelho que conhece é o speculum stultorum

Anónimo disse...

Finalmente, leio uma opinião com a qual concordo plenamente! Já estava quase a desistir deste blogue!