22.3.10

A SEMANA DELES


Esta semana é a semana de todos os caciques do PSD, de todos os gangs do multibanco ao serviço dos candidatos, de todas a lamechices dos próceres deste e daquele, das mais e menos valias dos valetes de cada um, das sms, dos telefonemas, do "não te esqueças", do "já sabes o que te acontece", do "deves-me tudo e tens de ir lá", etc. etc. Já fui da coisa e sei como é. Ganhará quem conseguir "mobilizar" melhor esta tralha toda para cima do incauto militante até ao derradeiro momento na fila para o voto. Só muito depois desta enxovia é que virá, se vier, o país.

Foto: Ephemera

4 comentários:

Garganta Funda... disse...

Aquele camião é bem a prova que a politica é a única «actividade económica» rentável em Portugal e com «retorno de capital garantido».

Imaginem Vs.Exª.s quem está dentro daquele camião e quem vem atrás dele.

Pensam que são os voluntários do Exército de Salvação ou as acólitas da Legião de Maria?

Observador disse...

Quem vem entre outros indispensáveis à democracia são o Pedro Pinto, o Todo Bom, Carreiras, Marco António,Ruas, Bota, Angelo, etc

Anónimo disse...

Ribau Esteves, ex secretário geral do PSD, definiu finalmente a sua posição. Está com Paulo Rangel...
http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentid=4F18BDB8-1A0B-4598-8400-B75471681044&channelid=00000021-0000-0000-0000-000000000021&h=3

Carlos Sério disse...

Paulo Rangel é claro quando afirma: “finalmente, o mito da imutabilidade dos mecanismos de protecção social tem prolongado na sociedade portuguesa uma verdadeira ilusão de “status-quo” das políticas sociais…”; “tornam-se igualmente necessárias políticas de forte contenção salarial na função pública”… ;“no lado da receita, são necessários novos modelos de financiamento, nomeadamente através de privatizações…” ou ainda “não podemos ficar agarrados aos velhos cânones e às exaustas soluções históricas da social-democracia clássica, desenhadas num contexto histórico marcadamente diferente”. Tudo para a “construção de uma sociedade decente” seja lá o que isto quer dizer. Pedro Passos Coelho por seu lado com a mesma clareza enuncia os seus propósitos “Eu concordo com este princípio de acabar com a universalidade na área da saúde e não só".

No fundo, o que Paulo Rangel e Passos Coelho criticam em Sócrates, não são as “reformas” que resultam em cortes nas políticas sociais, nem o congelamento de salários da função pública, nem as privatizações, nem tão pouco o seu neoliberalismo económico e social. O que na verdade os candidatos do PSD criticam, é a falta de eficácia das “reformas” ensaiadas pelo governo de Sócrates, o que constitui uma “alternativa” muito modesta, uma alternativa disposta apenas a gerir a crise, mas não a ultrapassar a crise, o que estará muito longe de uma verdadeira e mobilizadora alternativa ao governo. Lamentavelmente, seguem as pisadas dos seus antecessores - “o Estado não pode ter o monopólio da Saúde, Educação e Segurança Social, o Estado deve sair do ambiente, das comunicações, dos transportes, dos portos, e na prestação do Estado Social deve contratualizar com os privados” (Filipe Menezes); "A política da saúde vai ter muita dificuldade em ser financiada da forma como é. Considero que o SNS gratuito ou tendencialmente gratuito para todos é um aspecto que provavelmente vai ter que ser revisto" (Ferreira Leite).

Nada de novo portanto. Perde assim o PSD a oportunidade de afirmar a sua matriz social-democrata e constituir-se numa verdadeira alternativa de governo, numa mudança, numa ruptura com as políticas neoliberais de desenvolvimento económico que, como a recente crise financeira, económica e social provou, têm provocado nas últimas décadas a par de fracos e sempre decrescentes crescimentos económicos, as maiores e sempre crescentes desigualdades sociais.