DANÇA DE VÁRIOS VÉUS

Quando faço zapping ou estou num local público com "lcd's" e observo os canais de notícias, pergunto-me de onde é que, de repente, apareceu tanta gente. Não falo da reluzente testa intensamente despovoada por dentro de Marques Lopes ou da dra. Alves cheia de pulseiras até aos cotovelos. Ou de ilustres "independentes" militantes dos partidos ou de "politólogos", essas irritantes formiguinhas que só sabem cheirar o rabo umas às outras. Estes, pela natureza deles, apreciam fazer de Rui Santos depois de terem lido dois ou três panfletos da especialidade e o semanário brasileiro Expresso onde se aprende muito com os cronistas. Falo, por exemplo, de bloggers. Tropecei, num café, em quatro deles que estavam na tvi24. Não os ouvia. Será que falam de borla? Sei que estou, também por natureza (minha e de certos homúnculos despalavrados, machos ou fêmeas, que não me apetece nomear), banido de qualquer órgão de comunicação social escrito, falado ou de densa definição tecnológica. Mas se não estivesse, teriam de me pagar muito para aparecer numa folha ou no lcd a tentar não ser trivial. Porque para trivialidades chegam alguns dos que citei e mais duas ou três "estrelas" tudólogas pagas como Salomés para servirem - e mal - as cabeças dos outros ao excelentíssimo público. Vá lá, bloggers, peçam tudo a que têm direito a bem da valorização corporativa, salvo seja. E tentem não copiar o pior do que não presta.

Clip: Richard Strauss, Salome. Maria Ewing.