4.6.10

À ATENÇÃO DAS DIREITAS E DAS ESQUERDAS MAIS ESTÚPIDAS DO MUNDO


«Enquanto Sócrates for primeiro-ministro não há candidato do PS que ganhe eleições a Cavaco para PR, sobretudo tratando-se de uma era entre dois mandatos. Por isso mais nenhum apareceu vindo do pletórico viveiro de estadistas socialistas donde surgirão muitos para a próxima, desde Guterres e Gama até Vitorino e Sampaio. Para além das surpresas, claro está. O "erro grave" pode ser o de o PS dar mais importância ao primeiro-ministro actual do que às presidenciais e ao rumo da governação, e disto se tomará consciência quando for tarde de mais. Por isso não me parece que Manuel Alegre seja agora o problema com que a esquerda se debate. De certa maneira Alegre fará o papel de Soares nas últimas presidenciais. Quando o fundador do PS sublinha a declaração de Sócrates de que o poeta ficará "com a liberdade de fazer a campanha" sabe o que isso significa e o destino da candidatura. A campanha entregue ao candidato vai ser como uma subida ao Calvário. Alegre ofereceu-se para o sacrifício. Mas ninguém o ajudará na queda.»
José Medeiros Ferreira, CM

«Cavaco Silva em vez de agir como qualquer católico devoto decidiu levar em linha de conta o cargo que ocupa e – escândalo dos escândalos – pronunciar-se como Presidente da República, invocando, para o efeito, alguns argumentos políticos. Justificáveis, diga-se de passagem. Abrir uma frente com o PS e com a esquerda, em geral, unindo o que está desunido e desviando as atenções do essencial, colocando o debate no terreno mais favorável ao Governo seria um erro de proporções fáceis de calcular. Como é óbvio, este tipo de argumentos não comoveram um grupinho de católicos que, de então para cá, entretém o melhor dos seus dias a tentar desesperadamente catar um candidato munido da devida "ética das convicções" e disposto a inviabilizar a reeleição de Cavaco Silva que cairia, na segunda volta, fulminado por um castigo divino. A tarefa, no entanto, tem-se mostrado difícil: da srª Isilda Pegado ao dr. Bagão Félix, passando por uma infindável série de nomes, ainda não houve ninguém que se prestasse a tão prestigiante sacrifício. Mas a ideia ficou. Perguntem ao dr. Santana Lopes que descobriu subitamente a sua estrada de Damasco ou ao dr. Paulo Portas que parece estar em vias de trocar de candidato.»
Constança Cunha e Sá, idem

10 comentários:

Anónimo disse...

Giro giro é esse «grupo de católicos» incluir o Santana das discotecas e das santanetes...

Anónimo disse...

A gente lê a CCS e não pode deixar de se perguntar o que assegurou Cavaco de essencial para o país, com tal posição.
É que, mesmo laica e republicanamente havia muitos e bons motivos para devolver a lei ao parlamento.
É este modo inteligente de ver - passando por cima das minudências (princípios, ética, etc) -que pôs Portugal onde ele está, na miséria e protectorado de Berlim.

A posição de Cavaco afastou.o um milímetro que fosse desse caminho? Não.

Justiniano disse...

Ora, caro J. Gonçalves, trazer aqui a C.C. Sá a redizer o tacticismo que muito tem repetido por aqui, não servirá de grande convencimento!!
Agora é só táctica!???

João Gonçalves disse...

Não se anda aqui a convencer ninguém de nada a não ser a fazerem um pequeno esforço para evitar figuras tristes e infantis.

Mani Pulite disse...

EXISTEM 7500 SANTANETES PARA PROPOREM A CANDIDATURA DO SANTANA?E 7500 PORTEIROS PARA PROPOREM A DO PORTAS?VÃO A VOTOS EXCELÊNCIAS...OU CALEM-SE PARA TODO O SEMPRE.

Anónimo disse...

Nem mais João.
Tenham juízo!

Justiniano disse...

Ora, caro João Gonçalves, a coisa é de auto-convencimento.

João Gonçalves disse...

Dos tolinhos pseudo-indignados? Com certeza. Mas até para se ser convencido, auto designadamente, é preciso ter "matéria-prima" que justifique o exercício. Aqui não há nada a não ser despeitos com muitos anos em cima. lembre-se que Cavaco ganhou coisas que essa gente, toda junta, nunca há-de ganhar. Nem juízo. Ponto final.

Anónimo disse...

Caro João,
Correndo o risco de fazer figura triste e infantil não alinho na teoria do mal menor. Cavaco é uma profunda desilusão por falta de coragem ou por pura táctica eleitoral.
Penso - rezando para que ache que tenho capacidade para tal - que o João não está a ser consequente com o que escreve sobre muitos outros políticos, opiniões com as quais normalmente concordo.
Cumprimentos.

Doe, J disse...

Se a causa se deverá imputar à gay distracção, convertida em desígnio nacional por manifesta falta de melhor assunto, ou antes à soberba indiferença com que o Sr Presidente vai assistindo lá da sua varanda ao afogar do País num mar mentiras e vigarices não sei.

Do que não duvido é que desta continuada e "inabalável" cooperação sem olhar a preços sobrará uma abstenção nas próximas presidenciais aos quase subterrâneos níveis das legislativas e esse será o grande, e ao que parece único, legado do actualmente fossilizado e futuro ex-presidente.