18.6.10

DA PAISAGEM


«A queda que dia a dia se acelera para uma catástrofe que não se consegue imaginar é para a maioria dos portugueses, talvez por isso mesmo, irreal: uma coisa que sucede num outro mundo e a outra a gente. Não basta que os comentadores de serviço não parem de se queixar, de explicar, de protestar. A consciência exacta do sarilho em que nos metemos (ou nos meteram) não dispensa uma expressão política; e em Portugal, tirando algumas polémicas sem sentido, a política parou pela vontade conjunta do dr. Cavaco, do PS e do PSD, a pretexto de que a menor agitação nesse capítulo só poderá agravar a crise. Segundo a teoria oficial, um Governo fraco, paralisado e que o país despreza é preferível a qualquer mudança. Sócrates não serve, mas já faz parte da paisagem.»

Vasco Pulido Valente, Público

4 comentários:

Anónimo disse...

Se há coisa de que Portugal necessita é de uma crise política que traga ar fresco e credibilidade. Essa coisa de cair o Governo e o país entrar em colapso imediato é um mito, a não ser que seja esse o plano do sr.Sócrates, disposto a sacrificar-nos com a verdade, mal sinta que o correm. É capaz de ser menino para isso e para muito mais. Ele é mestre a fazer coisas aparecer e desaparecer.

Mani Pulite disse...

AS RATAZANAS DEVEM SER QUEIMADAS PELOS FOGOS QUE ELAS PRÓPRIAS ATEARAM.SE OS BOMBEIROS INTERVIESSEM AGORA CORRIAM O RISCO DE SALVARAM AS RATAZANAS E SEREM ELES AS VITÍMAS DO BRASEIRO.O PAÍS SOFRE.CLARO QUE SOFRE, MAS COM PACIÊNCIA E FIRMEZA NO MOMENTO PRÓPRIO A PRAGA DAS RATAZANAS SERÁ TOTAL E DEFINITIVAMENTE ERRADICADA.

Ana Gabriela disse...

João
Sim, uma análise interessante de VPV. Que continua assim:
"A mudança é por natureza imprevisível e perturba a mais preliminar agência de 'rating'.

Sucede que por detrás deste altruísmo se esconde uma questão decisiva: ninguém quer pagar a conta da 'austeridade'. O Presidente, que se afastou do primeiro-ministro e cultiva uma ambiguidade prometedora, não quer qualquer espécie de interferência na sua reeleição em Janeiro. Pedro Passos Coelho quer, como é óbvio, que o peso do orçamento 2011 caia exclusivamente, ou principalmente, sobre o PS (e também sobre a esquerda). E Sócrates, que vive num 'bunker' de ilusão e vaidade, escolheu a resistência 'à outrance'. Há um pequeno inconveniente nestes pequenos cálculos: para evitar o pior, Portugal precisa de reforma - e de uma reforma de alto a baixo - e assim ficará indefeso e parado, enquanto o Presidente e os partidos tratam de si. "
Ana

Anónimo disse...

E nas próximas eleições - presidenciais, legislativas, autárquicas, europeias ou seja lá o que for, a populaça inchada de poder "bota" o seu voto democrático para que este ou outro PR, estes ou outros dançarinos tratem de si. Enquanto nos tratam da "saúde".
Refrão: "Vamos lá cambada..."