7.6.10

A PÁTRIA RECONHECIDA


O "10 de Junho" é sobretudo conhecido pelas medalhas. Julgo que deve dar um trabalhão encontrar alguém que ainda não tenha recebido a sua medalhinha no antigo Dia da Raça (já não há dia nem raça) deste regime. Todavia, a imaginação prodigiosa de alguns prosélitos consegue sempre homenagear o improvável. Isabel Pires de Lima foi uma irrelevante titular da cultura. Quando quis dar um ar da sua graça, foi pior a emenda que o soneto. Parece que é uma profunda queiroziana como, em Portugal, todos os produtos da academia são sempre "profundos" em qualquer coisa. Será por isso? Manuel Maria Carrilho foi o único ministro socialista da cultura (antes dele, talvez Francisco Lucas Pires à direita) e não me recordo de o terem celebrado em nenhum "10 de Junho". Nunes Correia, esse, ainda conseguiu ser mais irrelevante do que ela enquanto ministro do ambiente de Sócrates. Não existiu sequer. E João Salgueiro, que dirigiu anos a fio a associação de bancos, foi seguramente o pior ministro das finanças deste regime. Pois, entre outros, vão receber a sua venera a Faro. Salvo o devido respeito, a pátria não lhes deve nada. Pelo contrário, eles é que devem à pátria tê-los aturado.

17 comentários:

João Sousa disse...

É pouco, eu sei, mas reconheço isto à ex-ministra: não me pareceu particularmente entusiasmada pelo Acordo Ortográfico e andou a arrastar os pés no caso Centro Cultural Berardo (até que o Querido Líder tomou o freio nos dentes e desenrascou com notável rapidez o negócio ao amigalhaço). Com estas duas atitudes de relativa inacção e olhando para o insulto sobre duas pernas que lhe sucedeu, Isabel Pires de Lima até pareceu, por comparação, uma estadista - sem que, somando os dois, se possa ver algo que não um desastre.

Anónimo disse...

Não me diga que foi dos poucos que se conseguiram safar sem uma condecoraçãozinha do Sampaio?

Mani Pulite disse...

A CONDECORAÇÃO PÓSTUMA DO ZÉ LUÍS SALDANHA SANCHES COM A ORDEM DA LIBERDADE É INTEIRAMENTE MERECIDA.OS MELHORES E OS QUE FAZEM MAIS FALTA SÃO MUITAS VEZES INFELIZMENTE OS QUE PARTEM PRIMEIRO.

Garganta Funda... disse...

Isto é uma república de gente doida!

O Presidente da Associação de Bancos (um sector debaixo de fogo e muito responsável pelo desastre económico em que estamos mergulhados) vai ser distinguido com a Grã-Cruz;

O S.Sanches que segundo alguns testemunhos alinhou num apelo à deserção de soldados portugueses como era prática nas organizações «ml's» e «maoistas» da época;

A ex-Ministra da «Coltura Nacional», a inenarrável Isabel P. de Lima, etc.etc.

Como diz o Medina Carreira: «isto é um circo; isto é uma palhaçada».

Zé Rui disse...

Será apenas mais um esquizofrenico momento deste patético país.... e um dia chegará a altura do nosso Eng.ir receber a sua medalha de agradecimento da Nação.......

Fernando Antolin disse...

As últimas palavras do seu post recordam-me o que,há já muitos anos, li numa pedra tumular,rasa,do velhinho "campo" dos Capuchos,na "minha" Santarém. São algumas simples e lapidares palavras e termina com "...servindo o seu País,serviu as suas convicções,morre satisfeito, a Pátria nada lhe deve..."

pois eram outros tempos e outros homens...

Anónimo disse...

Respeitinho, Dr. João Gonçalves. Respeitinho.

Anónimo disse...

O Tony Carreira também devia levar uma condecoraçãozinha...

RV

Karocha disse...

Cá está o Anónimo do "Respeitinho"
Deve pensar que o JG fica cheio de medo looollll

Anónimo disse...

respeitnho Karocha......Respeitinho..

Bmonteiro disse...

Condecorações RECUSADAS anteriormente, por quem de direito (?) para atribuição a:
Fernando Nobre (médico, AMI);
Rui Moreira (Empresário, Associação Comercial do Porto).
Dois perigosos independentes?
JB

Anónimo disse...

Isabel Pires de Lima ia trazendo o Hermitage para Lisboa. E atirou uma Capital Europeia da Cultura para Guimarães, que ainda não sabe bem o que fazer com ela...

Anónimo disse...

Em Faro ou em Boliqueime? Talvez na Vila Mariani. E nós cá vamos, cantando e rindo.

Anónimo disse...

Nos navios da Marinha de Guerra Portuguesa (Armada é outra coisa mais geral e um diferente organismo) pode ser sempre lida a frase "Honrai a Pátria que a Pátria vos contempla". Aqui, os cínicos, poderiam dizer que quando a pátria "vos contempla" quer dizer que "vos vigia". É essa manifestamente a funesta sorte dos contribuíntes portugueses, sempre vigiados pelo predador-estado-chupista. Com estes supra-citados cavalheiros e cavalheiras não é o caso: eles, mesmo sem terem alguma vez sido marinheiros ou mesmo sem terem posto os pés dentro de um navio, são "contemplados pela Pátria" com distinções, a completar boas reformas e outros benefícios, por inestimáveis serviços prestados. Mesmo que dos ditos serviços só tenha resultado banalidade e ineficiência. E está quase tudo dito.

Ass.: Besta Imunda

Anónimo disse...

Que fique claro:
A Pátria nunca é devedora do que quer que seja.

Este é o entendimento dos que a SERVEM e nisso encontram alento.

Ao contrário, entendem-na devedora os bandalhos que dela SE SERVEM. Mas estes serão sempre recordados como "coisas daninhas".

João Mendes

Anónimo disse...

No Portugal pós-25 de Abril, convencionou-se e aparentemente com uma certa leviandade, atribuir condecorações a torto e a direito, a propósito de tudo e de nada.
Como já existe pouca gente com reconhecidos méritos, e porque no dia 10 de Junho é normal haver condecorações, torna-se evidente a dificuldade em arranjar gente com lapela.
Se a tudo isto se juntar algumas nomeações promíscuas, a dificuldade ainda seria maior.
Hoje é muito difícil às pessoas que mereceram essa distinção, alinhar com a vulgaridade com que agora são
atribuidas.
Cps
Scaramouche

VANGUARDISTA disse...

Isto já está tão rasca que até as condecorações já devem ser em resina de plástico "made in china"