16.1.10

NO COUNTRY FOR OLD MEN


Os jovens turcos paineleiros (de "panel", em inglês) gostam muito deste senhor. Foi-me, aliás, recomendado em Bruxelas pelo Pedro Lomba. Suspeito que seja a "cartilha João de Deus" de algum paineleirismo fashion que também gosta de Passos Coelho (não, não é o caso do Lomba). Ainda por cima o homem é ateu o que constitui uma espécie de "passe vital" doméstico da direita paineleira amiguinha. Mesmo com os seus lances irritantes que, por cá, ultrapassariam o "bloquismo" mais radical, continuo a preferir Gore Vidal. É o que dá ir para velho num mundo que não é para eles.

Adenda: Hitchens vem a Portugal em Fevereiro dissertar em torno de uma coisa "nova" que Richard Rorty já tinha explicado com meridiana clareza, pense-se o que se pensar dela: "que o conceito de Deus ou de um ser supremo é uma crença totalitária que destrói a liberdade individual."

6 comentários:

Suzana Toscano disse...

O meu sogro dizia que um espírito vazio é um campo disponível para que alguém o ocupe sem encontrar resistência. Não são as crenças que são totalitárias, são os espíritos fracos que se deixam dominar por um totalitarismo qualquer, religioso ou não. É fácil encontrar exemplos, às vezes é mesmo surpreendente como nascem ditadores e se afirmam porque as pessoas julgam-se livres mas estão apenas disponíveis.

radical livre disse...

não me interessa ouvir falar de totalitarismo devido à ideia de Deus.
porque vivo numa republica socialista totalitária que todos os dias esfaqueia ou degola Deus.

o rectângulo é «no country for all men»

os socialistas enriquecem
os contribuintes empobrecem

Anónimo disse...

Não foi, certamente, a crença em Deus que provocou a maior bárbárie da História humana. Foi precisamente o contrário, como horrendamente provou o século XX, com os vários totalitarismos que nele irromperam e de desmoronaram, alguns estrondosamente, como o nazismo alemão e o fascismo italiano, outros sem ninguém lhes tocar com um dedo, como foi o caso do comunismo soviético e outros regimes conunistas. Ainda agora, o ateísmo continua a fazer milhões e milhões de escravos, como se pode provar com os regimes comunistas da China, de Cuba, da Coreia do Norte, etc. Aliás, é para mim um mistério como é que o regime soviético acabou sem um banho de sangue. Só tenho uma explicação: a exaustão.
Vir a Lisboa dizer o que este senhor vem dizer, é de um anacronismo aterrador.

Xico disse...

A crença em Deus levou a Europa ao iluminismo e às amplas liberdades individuais, mesmo que remando contra essa crença.
A descrença em Deus e a proclamação da sua morte levaram a Europa e o Mundo a estágios de falta de liberdade individual e colectiva nunca vistas e nem sequer comparáveis aos períodos mais negros da inquisição.
Os factos passados encarregam-se de desmentir o senhor.
É claro que o senhor não vem falar disto. É da liberdade individual. Mas quem a rouba aos outros é porque a não tem.

Lura do Grilo disse...

Bom comentário Suzana. De facto, como dizia o mais velho dos irmãos Koromozov, depois de longa conversa com o Diabo:
- Se deus não existe então tudo nos é permitido.

A ausência de Deus faz regressar o homem à época das cavernas e deixa-os vulneráveis aos tarados mentais.

Anónimo disse...

Um professor de antropologia britânico viajante incansável e conhecedor de muitas culturas disse-me que dos seres humanos devemos sempre 'hope for the best and expect the worst'. Os nossos maiores inimigos são a ignorância e a falta de memória. Quando se destroem ou falseiam memórias e se impede a educação (para melhor) das próximas gerações então torna-se muito difícil esperar o melhor dos seres humanos.