22.1.10

CAVACO


Este blogue - o seu autor - é muito fustigado com coisas do género "só sabe dizer mal". É sinal de que, apesar de tudo, ainda sei dizer alguma coisa. Mas hoje concedo um elogio que não é vitupério. Cavaco Silva foi eleito Chefe de Estado há quatro anos. Depois de Eanes (atípico) e de dois socialistas, a chegada a Belém de alguém que nada devia à legitimidade militar ou à "anti-fascista" repôs algum equilíbrio no regime. A prova disto reside nos persistentes ataques que aqueles que se julgam donos do dito regime, directa ou indirectamente, lançam, alarve ou menos alarvemente. ao PR. Cavaco não "faz o género" desta gente. Não fez quando arrebatou duas maiorias absolutas, nem faz agora. A autoridade de Cavaco foi construída. Nunca foi outorgada em atestados de bom comportamento passados pelo patronato democrático ou pelos critérios de eugenia político-cultural em vigor que Pulido Valente (não o historiador mas o "admirador" de Soares) sintetizou na sentença "não ficará na história". Como escrevi na altura no falecido Independente, «a sobranceria das esquerdas acerca de tudo e de todos, particularmente em matéria de subtileza "cultural", teve a resposta que merecia.» Voltará a tê-la daqui a um ano.

Adenda: É triste a figura que um jornalista com a idade de Mário Crespo fez diante de Passos Coelho por causa do seu ódio primitivo - e inteiramente pessoal - ao PR. Ao pé de Crespo, e até pelas respostas que deu, Passos Coelho foi um senhor e ele apenas patético.

8 comentários:

Anónimo disse...

Ainda não começou a campanha da oposição a Cavaco. Mas a avaliar pelas legislativas, vai ter de ser bem sujo e rasteirinho. Nem os comunistas deslumbrados com as praias das grandes empresas onde se podem deitar ao sol admitiriam perder o único bispo que os trará de volta ao governo no momento escolhido para a eleição do secretário certo.

Anónimo disse...

Afinal já começou a guerra. Depois de um exemplar deputado socialista conhecido por ter estado associado a uma associação mostar a sua revolta por o assessor do PR abordar um tema que o PS pensava estar já morto, eis que há resposta: "Em resposta ao artigo de Fernando Lima, o Expresso publica amanhã um artigo exclusivo de Rui Paulo Figueiredo, no qual o assessor de José Sócrates não poupa o seu homólogo de Cavaco Silva." A isto chama-se alimentar o morto, ainda por cima envolvendo um assessor que tem a particularidade de assessorar alguém que não tem nada a ver com o referido ressuscitado defunto assunto e que, com certeza, pretende arranjar ou distracção ou sarna para se coçar.

radical livre disse...

está presenta o velho grito de guerra «a luta continua»

a guerra actual não tem quartel nem rectaguarda. é guerrilha suburbana suja com «diarreia na ventoinha».

o PR sabe perfeitamente o que espera dos facínoras do mercado.

nem depois de deixar a presidência conseguirá recuperar o direito à cidadania (postliminium)

Nuno Oliveira disse...

Caro João,
Dizer mal é uma das razões de existência do blog, provavelmente a central. Se tudo fosse um mar de rosas (escolhi mal a cor...) estaria provavelmente a saborear um bom queijo amanteigado e respectivo vinho ao som de uma excelente música em vez de queimar pestanas ao monitor.
Apesar de ser fan do Mário Crespo, que reafirmo continuar a ser, considero que este está a bater na porta errada. Posso estar muito enganado em relação a muita coisa, mas numa não quero crer: que o Cavaco seja desonesto. De vários defeitos que tem, esse é um que não tem. 99% de certeza e espero que o tempo o venha a provar.
E se o for, comparado com o Soares será apenas um menino do coiro.

P.S.: Já que puxou pelo assunto, concorda com as opções que o PPC pretende para o país?

Anónimo disse...

Patético é o que ele, Crespo, foi, é e sempre será. E além de que é antipático até dizer chega, vaidoso (de quê, senhores?!) irritantemente sobranceiro e com a mania, que já é mais uma psicose, de que é o melhor jornalista de Portugal, quiçá do mundo. Que tristeza de criatura. Que Deus lhe dê a clarividência necessária para que se aperceba da triste figura (facciosa) que diàriamente faz perante milhões de pessoas. E que se capacite da sua imensa pequenez como locutor/jornalista.
Maria

JLR disse...

Dr. João Gonçalves,

Permita-me discordar, para mim Cavaco ficou bastante aquém das expectativas, em todos os níveis.

Relativamente a Mário Crespo, já não é a primeira vez que tem este tipo de comportamento. Não se se recorda de uma entrevista ao Ministro Silva Pereira, deplorável. Calhou, na semana a seguir ver o mesmo jornalista entrevistar Manuela Ferreira Leite, um doce. Será isto jornalismo??? Quem pensa Mário Crespo que é?

ana laura disse...

MáRIO Crespo, dirijo-me a si, quando aborda um assunto com os convidados, repete uma fórmula um pouco erótica"...essa zona..., ou, nessa zona aí...," honestamente, nunca lhe disseram que era um pouco libidinoso?
E o célebre vídeo de apoio incondicional a Sócrates, desapareceu da net?
Cavaco Silva é um Homem honesto, mas como todos os homens tem defeitos, falta-lhe jogo de cintura para lidar com a máfia esquerda-caviar que se julga única no direito ao trono do País. Talvez porque esse jogo de cintura implique mentir, simular, roubar , apoiar o partido de origem na luta pelo poder. Por mim, fico-me com Cavaco Silva, como bolo-rei e sou, para o regime, inculta.

Garganta Funda... disse...

Para mim,o Presidente Cavaco vai ficar sempre ligado (como já o tinha sido no passado) pelo seu inexplicável rancor em relação aos Açores, enquanto vai contemporizando com o Admirável e Refulgente Líder a pretexto duma teórica «cooperação estratégica», a qual é responsável pelo descalabro económico-financeiro e social de Portugal.

Para mim , o Prof.Cavaco é uma das faces do actual regimén, e não será dificil pensar que o Sr.Sócrates já deve estar a «rezar»
para que nada de mal aconteça ao seu «protector».

De facto o bardo Alegre - pela sua inconstância, imprevisibilidade e lirismo - é, será ou seria uma «pedra no sapato» na estratégia socretina.

Para esta estratégia socretina só interessa que o Presidente Cavaco se candidate; que vença as próximas eleições; e por entre os pingos da chuva o Admirável resistirá, contando com a liquidação da «ala esquerda» alegrista e bloquista do PS e contando com a «opera bufa» a cargo do PSD ou até com o colaboracionismo dum novo bambino d'oro.

Mas como já o disse em outras vidas passadas, para mim ser Presidente, A ou B, é igual o litro.