28.1.10

O "DITADOR" QUE DÁ TRABALHO


Há muitos anos, por causa de um trabalho num concurso profissional, li Os grandes patrões da indústria portuguesa, de Maria Filomena Mónica (à direita, na foto). São entrevistas a alguns desses "patrões" precedidas de um notável texto da autora agora aparentemente mais interessada em republicar-se do que em escrever "originais". O que é uma pena. Ali, um desses "patrões" era Belmiro de Azevedo, com a Sonae por "modelo", que utilizei no referido trabalho. Desta vez, Belmiro deixa-se entrevistar para não dizer nada. Ou, melhor, para ser engraçado que é um estado de alma muito apreciado por aí. Mesmo assim, as frases que os media respigaram não fazem justiça ao que Belmiro disse na íntegra. Caricaturá-lo a partir delas e, por tabela, "etiquetar" este ou aquele é insuficiente. O homem, à nossa é à sua medida, é um rei. E um rei com sotaque que esconde outro na barriga e que dá trabalho a muita gente. É quanto basta.

9 comentários:

joshua disse...

Implicitamente sente-se que poderia ser ou ter sido um magnífico primeiro-ministro, um excepcional Presidente da Repúblico, um Mestre de Avis, inaugurando uma dinastia de reis e "exploradores" de gente a quem, vá lá!, dá tanto trabalho.

Lamas disse...

Na verdade a entrevista não vale nada.
Não justifica mais do que uma pequeníssima nota de roda-pé.
Não entendo porque raio de carga de água se está a dar tanta importância à mesma que justifica abertura de telejornais e de notícias da rádio.
Será que a Visão está tão mal que precisa deste tipo de publicidade?
Só pode.
A não ser que os nossos ilustres jornalistas sejam mais burros que paracem.

Nuno Castelo-Branco disse...

Coisas do centenário. Ele deu algum contributo?

ana laura disse...

Perguntem às funcionárias do Continente onde está o ditador. Não há paciência!

De nihilo nihil disse...

O seu "brilhantismo" resume-se à fortuna que lhe caiu em sorte, a distribuir produtos de consumo geral, a revender comunicações e a vangloriar-se do seu empreendedorismo de pé descalço. Uma coisa é certa, dá trabalho a muita gente mas sem grande qualidade de vida.
E se mais dissesse, dar-lhe-ia uma importância indevida, e estaria a banalizar o meu precioso tempo.

Anónimo disse...

«Não justifica mais do que uma pequeníssima nota de roda-pé»
Vejamos.
Uma balança:
Num dos pratos, o percurso académico, empresarial e de experiência de vida de Belmiro;
No outro, os percursos académicos, profissionais e políticos deBarrosos, Santanas, Sócrates.
Felizmente há luar.
E há pouco, Mahler na Gulbenkian.
JB

Eduardo Freitas disse...

Por mera coincidência, hoje almocei com alguém com quem não falava directamente talvez há uns três anos. Este alguém, o ano passado, conjuntamente com os seus sócios, reduziu o seu ordenado em 25% para, assim, haver dinheiro para pagar os ordenados dos seus empregados e conseguir não despedir ninguém.

Rendo-me à sua dignidade e grandeza.

Anónimo disse...

Uma amiga minha, tomou por trespasse ,a um colaborador do ENGº, duas tabacarias no Continente da Guarda e Covilhã.Na Covilhã fizeram obras e aumentaram -lhe o espaço ,,que lhe entregaram no osso.Como não tinha dinheiro para mobilar ,aumentou as dividas,pois ainda não tinha pago as do trepasse.Como premio da dedicação aumentaram-lhe a renda creio que cinco vezes. Parece-me que qualquer coisa como 600 contos mes.Para compensar e a menos de 100 metros,começaram a dar o Publico e a vender revistas,jornais e tabaco.Esta concorrencia desleal, em breve deu resultado.Como a renda estava garantida por caução bancária, o BANCO permite que o fiador fique com o suficiente para não morrer a fome. O mesmo não acontece com a arrendataria.Como era patroa, nem ao subsidio de desemprego tem direito.Estava a esquecer-me do caso da Guarda.O contrato era temporario.Acabou sem qualquer compensação.

Anónimo disse...

Não será possível inquirir os funcionários do senhor comendador para saber se é "negreiro ou empresário"?
É conhecida qualquer preocupação social nas empresas do senhor comendador?
Para além do espírito e do ouro do tio Patinhas que mais haverá para incensar o senhor comendador?