1.9.10

O VIDEIRISMO PASSEIA POR CASTELO DE VIDE O SEU ESPLENDOR


Consta que o sr. Carrapatoso - um exemplo puro de "liberal à portuguesa" que deve provocar poluções nocturnas nos alunos da "universidade" que sonham em ser como ele, um dia, passado o excitante ciclo da carne assada - passou por Castelo de Vide. Mais vão passar: Francisco José Viegas (o proto-ministro da cultura de Passos), António Pinto Ribeiro (conhecido profissional do comissariado exposicional português e, pelos vistos, um homem sempre com os olhos postos em qualquer futuro), Rodrigo Moita de Deus (este, por definição onomástica, está em toda a parte) ou Guilherme Oliveira Martins que, por natureza, representa o regime de que Passos jamais se conseguirá livrar. Na "universidade" está, nomeadamente, um miúdo de quinze anos (quando a "universidade" começou tinha apenas catorze) como este futuro "quadro" aqui descrito. «As consolas tiram-me tempo que posso dedicar à vida activa na sociedade (...) Ser um bom ser humano e um bom político. Sempre tive um interesse especial pela política e aqui aprende-se a ser político com grandes nomes do partido.» Com certeza (e que bonito!) que vai ser tudo isso - basta-lhe olhar para "os grandes nomes do partido". Entretanto sugiro ao menino que medite neste post de Tomás Vasques. Devia ser de leitura obrigatória na "universidade" e sempre se poupava em videirinhos.

Adenda: Para aqueles que vão falar em ressentimento ou em dores disto e daquilo, é evidente que, conhecendo a gente em causa (esta portuguesinha gente em geral e não este ou aquele em particular) e escrevendo o que escrevo, só se fosse tolinho de todo é que alimentaria "esperanças". Mas "esperanças" de quê e para quê? De ser complacente com o mesmismo medíocre que tudo governa e não necessariamente a partir de um governo? Não. Os meus interesses são bem mais tranquilos e não concorrentes com videirinhos. Para além disso, sou radical nas minhas opiniões e isso não convém aos bons costumes e às boas almas que velam - e velarão - pelo bem-estar geral no poder, nos media, nos blogues, na oposição ou no raio que os parta, à "moda antiga" ou à "moda moderna", e que, para nossa e deles perpétua desgraça, se levam a sério. Estou - quase meio século dá destas tranquilidades caóticas - como o poeta, em Creta com o Minotauro.

Eu sou eu mesmo a minha pátria. A pátria
de que escrevo é a língua em que por acaso de gerações
nasci. E a do que faço e de que vivo é esta
raiva que tenho de pouca humanidade neste mundo
quando não acredito em outro, e só outro quereria que
este mesmo fosse. Mas, se um dia me esquecer de tudo,
espero envelhecer
tomando café em Creta
com o Minotauro,
sob o olhar de deuses sem vergonha.

11 comentários:

Anónimo disse...

Muito bem descrito e autopsiado. Se naquelas sebáceas cabeças houvesse um mínimo de vergonha, a leitura deste "postzinho" levá-los-ia a um retiro auto-flagelante. Mas não. Estão convencidos da sua boa-figura - gravemente.

Ass.: Besta Imunda

Anónimo disse...

Meu Deus, o Viegas como Ministro da Cultura, nem quero imaginar... lol Para além da previsão de um patético ministeriado, passado a arranjar tachos aos muitos "afilhados" que acumulou nestes anos, seria, sem dúvida, o cargo de ministro mais barato da história: uma edição do "programa" político de Passos, e pronto, alá p'ra Ajuda!

Daniel Gonçalves disse...

No noticiário da TV ouvi uma parte da prelecção de António Carrapatoso: fiquei aborrecido, era isto a que Pacheco Pereira chamava "histórias de carochinha", mais iniciativa individual menos Estado, a repetição da velha doutrina yupie travestida em tons académicos. Em que estado ideológico está este PSD, se o melhor que consegue é isto... O discurso de Carrapatoso fez-me lembrar uma afirmação de Karl Popper quando se referia a certos debates filosóficos do seu tempo como "infantários de ideias", esperava-se mais profundidade e complexidade nesta iniciativa "universitária". Considero que tirar o PS de Sócrates do poder é vital para o desenvolvimento de Portugal, mas olho para este PSD, enquanto alternativa, e fico desanimado.

FNV disse...

O FJV seria um excelente ministro da cultura.
Agora, ó João: esse Pinto Ribeiro de que fala é o mesmo que foi ministro do outro governo PS????

Anónimo disse...

Desde que não o tenham lá a si oh João ...ainda há esperança.

João Gonçalves disse...

filipe... siga os links para ver qque é esse Pinto Ribeiro. Mas não é esse. Tornaria a coisa ainda mais ridícula.

Anónimo disse...

João, o facto do grupo "dos passos" não ser o ideal significa que é preferível continuarmos com os bandoleiros do dito cujo?

Não vamos gastar tempo a procurar o ideal e a estragar uma esperança de acabar com este período negro.

Rua com estes (em especial com o dito cujo). Next!

PC

Anónimo disse...

Viva João.

Estes teus "VIDEIRISMOsinhos" ainda em estado "larvar", fez-me recordar aquela Sr.ª deputada que se definiu como que "ALGUÉM QUE FAZ POLITICA COM P GRANDE E NÃO POLITICA COM p pequeno".

O seu nome nem merece ser recordado, mas por certo ainda percorre o (seu) espaço do "limbro" dos passos perdidos, que também poderão ser "Passos (de) Coelho". Sem ofensa clara, ..., apenas para que fique uma recordação e uma "reflexão".

A

Rui

Anónimo disse...

António Carrapatoso foi ensinar aos jovens como se deve fugir ao fisco.

Bandido disse...

Meu caro amigo, não lhe escapa nada
Saudações Chaladas

João Marques disse...

Não deixa de ser interessante e paradoxal o texto que nos presenteia. Se por um lado arrima no pretenso videirismo de quem se "passeia" (é o que se infere) por Castelo de Vide e no perpétuo "pecado" dos jovenzinhos de 14 anos que ainda não leram kierkegaard ou Kant e que por isso falam em "consolas" (vil objecto) e de uma forma pouco ortodoxa para um"radical (...) [com] quase meio século", por outro o leitmotiv (espero que se baste com a pouca dignidade dos estrangeirismos empregues) da reflexão é o do típico portuguesismo, nada radical e tão bem conhecido do pior da natureza do nosso povo. Da inveja ao ressentimento (que tão bem alvitra em jeito de antecipação peremptória), passando pela preferida de Sócrates, a maledicência, está lá tudo. Mas verdade seja dita, os portugueses sempre foram bons na nobre arte da tautologia e o Sr. merece, como poucos, o doutoramento honoris causa.