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14.5.11

A "CULTURA" NÃO EXISTE






Esta entrevista de Francisco José Viegas é, a vários títulos, eloquente. Viegas "mexe-se" bem no regime. É um homem que, ao contrário de uma das suas famosas personagens, jamais será forçado a deixar tudo para trás: «sempre idem velle atque idem nolle.». Fica-se a saber, por ele, que um governo liderado pelo PSD não apresenta um ministério da cultura. Porventura o cargo equivalente regressará a um secretário de Estado na dependência directa do primeiro-ministro depois de a "direita", com Lucas Pires, em 1982/83, ter inaugurado a ideia de "ministério", só retomada, depois de 1995, com o bonzinho Guterres e Carrilho. Se assim for, tudo indica que o cargo será de Viegas, o "coordenador" da matéria no prolixo gabinete de estudos do PSD. Mas Viegas, para além disto, é sobretudo editor de livros, escritor, cronista e comentador televisivo, coisas em que ele (como o sublinha, aliás) possui muito mais poder do que em qualquer governo obrigado a contar tostões. Viegas é candidato a deputado por Bragança porque são de lá os seus "maiores", a família. Se for eleito e não for para o tal cargo na dependência do 1º ministro (que, nesse assunto, ficaria "dependente" de Viegas já que nenhum candidato a 1º ministro ou afim se distingue particularmente por ser "culto"), Viegas fica com uma parafernália de opções. Às que lhe davam "poder", poderá sempre juntar a de deputado que, entre nós, é coisa perfeitamente exercível em part-time. A "cultura", de facto, não existe.

1.5.11

"TER RAZÃO"


Aos adversários internos de Passos Coelho que pululam nos media é-lhes indiferente que Sócrates fique. E que seja o principal rosto político da bancarrota que a troika anda por aí a tentar consertar. O que lhes importa, independentemente da retórica usada, é ter razão. Pessoas tão distintas como Pacheco Pereira ou Santana Lopes aparecem, agora, "unidas" precisamente por causa do "ter razão", algo que lhes interessa mais que o futuro do país. Estas não virgens suicidas apenas pretendem garantir ficar à tona de água, após as eleições, a pedalar as suas egoístas bicicletas. Nem sequer é tanto Passos Coelho, em concreto, quem os incomoda. Se não fosse ele, era outro ou outra como é típico da ecologia autofágica e narcísica do PSD. Lopes, um monumento mundial à credibilidade política, até sugeriu que Passos não tem nenhuma. E que, sobretudo, não a tem perante Sócrates contra quem Passos se perfila. Pacheco, com outra subtileza, recorreu a meios alternativos aos habituais em que ele trabalha*. Deu entrevistas das quais só retiraram o que interessava para a louvaminhice passiva de Sócrates. Não percebo que vaidade pode existir em ganhar uma "medalha Sócrates" de bom comportamento oposicionista para lá de toda a inépcia do presente PSD. Os cemitérios, a começar pelos políticos, estão cheios de cabotinos que tiveram muita razão. Força.

*Ontem, no Público, esta "doutrina" vinha bem resumida por JPP. «Eu não estou a dizer que Sócrates seja um produto da televisão, embora também seja, mas que as suas qualidades pessoais, e o modo profissional como utiliza os media, lhe permitem uma enorme vantagem sobre os seus adversários, mesmo no pior dos contextos. E que isto é um problema cada vez maior nas democracias, muito maior e mais grave em quem pensa que pode jogar o mesmo jogo empregando agências de comunicação, especialistas de marketing brasileiro, assessores de imprensa, de imagem, etc., etc. Sócrates tem isto tudo, mas tem algo mais: é melhor a jogar este jogo, muito melhor.» É um "jogo" que Pacheco e outros adoram "jogar" com Sócrates. E que querem poder continuar a jogar com ele. Pacheco até tem no seu "activo" deputacional aquela inenarrável comissão parlamentar de inquérito destinada a alegadamente "entalar" Sócrates por causa dos "negócios" e dos amigos, e da qual ele saiu mais fresco do que nunca.

22.4.11

FAÇAM FAVOR


No dia 5 de Junho não concorrem cem pessoas - nem o "compromisso" do dr. Barreto - ao cargo de 1º ministro. A opção - paupérrima e eloquente, sem dúvida, porém real - é entre continuar Sócrates (um voto a mais e ele jamais abdicará de continuar perante Belém, São Bento e o mundo, sem querer saber para nada das condições em que continua) ou Passos. O resto (o programa) é outorgado de fora. Continuar a dar voz a estimáveis "vultos" como António Capucho (em 1985, na Figueira da Foz, estava com Salgueiro e Balsemão para, como que por milagre, se passar para Cavaco quando percebeu que este levaria a melhor, chegando a líder parlamentar e a membro da comissão permanente logo em 85) e à indignação das suas vaidadezinhas paroquiais, é dar votos a Sócrates. Mais. Este PSD, de tartufos permanentemente indignados e autofágicos, é herdeiro (alguns ainda estão vivos mesmo que pareçam mais mortos do que outra coisa) do PSD de 1978 e de 1979 que reputava Sá Carneiro de louco. Até formaram um grupinho parlamentar autónomo que as "intercalares" de 2 de Dezembro de 1979 mandou adequadamente para casa, optando o "povo" pelo "louco". Passos é fraquinho mas é um sintoma da debilidade geral do regime e dos partidos. Não é atípico. Comete erros, rodeia-se de vermes que não são porém mais vermes do que os vermes de Sócrates, estes com provas dadas diariamente nos últimos seis anos. Todavia é Passos quem aí está para dar a cara contra Sócrates no dia 5 de Junho (não são os "vultos") depois de ter sido escolhido pelos militantes do seu partido onde tão enojada gente pulula como chatos púbicos sem remédio que os liquide. A primeira fase da nova legislatura começa por aí e pelo aperto, sendo que este conduzirá à segunda, presumivelmente sem nenhum dos protagonistas principais do 5 de Junho. Passos Coelho não (me) entusiasma. Se, no entanto, preferem continuar a ser "entusiasmados" por Sócrates e pelos seus animais amestrados de quem até já Teixeira dos Santos se afastou, façam favor.

17.4.11

QUANDO AS GALINHAS DO DR. NOBRE TIVEREM DENTES


«Nas circunstâncias actuais, qualquer alternativa sofrível à toleima do PS estaria com cinquenta por cento nas sondagens. O PSD, porém, faz o que pode para não se mostrar sofrível nem alternativa. Em poucos dias, conseguiu: a) arranjar uma trapalhada em volta do PEC IV e das reuniões/telefonemas trocados com o primeiro-ministro; b) ouvir recusas (provavelmente desejadas) de cada "notável" convidado a concorrer a deputado; c) escolher os "cabeças de lista" distritais segundo os critérios ex-candidatos-presidenciais-com-votos-hipotéticos-à-solta e colunistas-inteligentes-que-não-criticam-o-Pedro; d) manter-se em escrupuloso silêncio sobre o programa de governo. A última alínea não é disparatada: por este andar, o PSD só governará quando os maluquinhos da Exponor lhe pedirem ou as galinhas do dr. Nobre tiverem dentes, de acordo com o que acontecer primeiro. Entre o desesperado apego ao poder do eng. Sócrates e o desprendimento suicida do dr. Passos Coelho, Portugal balança. Logo que caia, convém rezar para que Deus nosso Senhor, ou o FMI, o apanhe. Se os finlandeses deixarem, claro.»

Alberto Gonçalves, DN

«Fernando Nobre não tem quaisquer condições políticas para ser Presidente do Parlamento e nem sequer para ser deputado pelo PSD. Se ele declara desde já que renuncia ao cargo de deputado, o melhor é que nem sequer seja candidato. Um verdadeiro líder partidário perante estas declarações assumiria que enganou na escolha e retiraria Fernando Nobre das listas. Essa é uma medida elementar.»

Luís Menezes Leitão, Albergue Espanhol


Adenda (do leitor Alves Pimenta): «Por mim, é assim: votaria até no Rato Mickey se este tivesse hipóteses de correr com o falso engenheiro. Portanto, vou votar PSD, com Nobre ou sem Nobre, Passos ou seja quem for. Não vejo mais quem mais tenha as referidas hipóteses... E, entretanto, considero de muito mau gosto tudo quanto, directa ou indirectamente, possa contribuir para as reduzir.» Tem razão. O pusilânime Nobre - politicamente nulo como uma rolha de cortiça - é justamente um desses exemplos "de muito mau gosto" que contribuem directamente para o efeito. Quanto ao resto, não é a opinião (ou, até, o voto) pessoal que está em causa.

Adenda2: Não vale a pena bater no ceguinho. Mas a D. Fatinha Campos Ferreira aparecer ao domingo a entrevistar a mencionada nulidade, na RTP, quer dizer exactamente o quê?

10.4.11

QUE LINDA FIGURA


A escolha de Fernando Nobre - o da "cidadania" e de Marte - para cabeça de lista do PSD por Lisboa e, pior do que isso, para putativo candidato a presidente do parlamento, é uma má notícia num dia cheio delas, vindas de Matosinhos. A percentagem que Nobre obteve nas presidenciais esgotou-se aí. É uma ilusão pensar que esses votos são transferíveis para uma eleição completamente distinta. Para mais, Nobre é um monumento vivo ao vazio político. Só isso pode explicar que tivesse sido mandatário do Bloco para as europeias, em 2009, membro da comissão da recandidatura de Soares, em 2006, candidato da "cidadania" há uns meses e, agora, "independente" pelo PSD com a promessa de vir a ser a "segunda figura do Estado" a seguir. Que linda figura.

Nota: Não são admitidos mais comentários em letras maiúsculas. Lemos todos razoavelmente bem.

2.4.11

E NÃO SE PODE EXTERMINÁ-LO?

Um vice-presidente do PSD (seguramente o representante do partido em Marte) veio com "promessas". Não consta que o interditassem imediatamente. É como diz o José António Barreiros: «Não aprendem! Nem que burros fossem ou por burros serem. A técnica do "bacalhau a pataco" continua. O País no caos e o PSD, com ânsias de ser Governo, a prometer mundos e fundos. Até que vai ajudar a pagar casas! Sabem que mais? [Desculpem]: merda para isto! Repito: merda para isto tudo!»

19.3.11

UM JANTAR COM PASSOS COELHO




Com manifesta simpatia, Passos Coelho convidou uma mão cheia de bloggers para jantar. Uns, da "casa", do PSD/JSD. Outros, antes pelo contrário (Ana Matos Pires ou Marta Rebelo). Alguns - Pedro Correia, Rodrigo Saraiva ou Fernando Moreira de Sá - "passos-coelhistas" convictos ou convictos "anti-pachecos" o que é praticamente o mesmo. Também estavam a Ana Margarida Craveiro e o Manuel Pinheiro, Paulo Guinote e um jovem "Aventar". E o meu amigo Luís Naves. Depois de descontada a inevitável langue de bois, interessou-me perguntar uma coisa a Passos e recordar-lhe outra. A primeira, se é certo que o PSD, em vez de "dar a mão" a mais PEC's unilateralizados por Sócrates, prefere estender a mão ao país recusando, de vez, a mistificação em curso em que alguns bonzos da direita alegremente participam. A segunda, foi alertá-lo para, em caso de eleições, estar preparado para o "número Eva Péron" que Sócrates irá perpetrar, descamisado e "defensor" daqueles cuja vida ele agravou enquanto "humilhados e ofendidos", contra a "ameaça liberal" e a "invasão estrangeira". Em cerca de três horas de conversa, Passos Coelho revelou-se alguém simplesmente tranquilo com a sua consciência e com aquilo que é decisivo fazer agora, sem tagarelices estéreis ou tergiversações e com um módico de realismo. É preciso começar a varrer Sócrates, esse perigoso erro ambulante colectivo, de uma vez para sempre das nossas vidas. E, depois do não de Passos, começar uma outra coisa qualquer.

5.3.11

UMA AGREMIAÇÃO DE SUICIDAS


«Pedro Passos Coelho tenta aguentar as coisas e descobrir uma via média entre as dezenas de notabilidades que pretendem correr já com o PS e as que pensam que é melhor esperar até Outubro de 2012. O inevitável Luís Filipe Menezes, que vem sempre à superfície quando há sarilhos, pensa que o país precisa de um "refrescamento" eleitoral. Aguiar-Branco quer a "remodelação" de Sócrates, Ângelo Correia, com a sua famosa lucidez, concorda. Mas Pacheco Pereira pede que Sócrates governe até 2013. Rui Rio pede que não se precipite a "revolução". E Capucho hesita. De qualquer maneira, a guerra civil voltou ao PSD e a cada episódio - seja ele a megalomania de Santana e Rio ou a despropositada paciência de Pacheco Pereira - a maioria absoluta com que ele desde Cavaco sonha fica mais longe e duvidosa. Aquela é de facto uma agremiação de suicidas.»

Vasco Pulido Valente, Público

22.2.11

PREPARAÇÕES E EXPERIÊNCIAS


Vejo Pedro Santana Lopes muito preocupado com a falta de experiência e a "impreparação" de Passos Coelho. Em apenas alguns dias, sugeriu por duas vezes que Rui Rio, graças ao seu já longo desempenho autárquico, sempre seria, a título exemplificativo, "diferente". Sou insuspeito em relação a Passos (é o que há) mas parece-me que, salvo numa ou outra infelicidade de formulação, tem sido sensato. Não tem pressa o que quer dizer que talvez, e para variar dos derradeiros anos, esteja mesmo interessado em "preparar-se". Rio perdeu a sua oportunidade quando desistiu para Ferreira Leite depois de ter dito "sim" (para além disso não é certo que consiga "crescer" do Porto para o país). E Ferreira Leite passou como passou o próprio Lopes, tendo servido de pouca coisa a "experiência" de ambos na hora da verdade. Mal vai entretanto um partido que não consegue libertar-se da "síndrome trituradora interna" face a um opositor tenaz como Sócrates. E que persiste, pela voz "autorizada" de ilustres militantes, nos tirinhos de feira destinados ao pé.

11.2.11

UMA INFELICIDADE

Já se sabia que o dr. Aguiar-Branco, funesto candidato à presidência do PSD, não era exactamente um modelo de perspicácia e de inteligência políticas. Ao dizer que, pessoalmente, estaria disposto a votar uma moção do dr. Louçã, só veio confirmar essa infelicidade.

5.2.11

«PERSONALIDADES»

«PSD prepara governação com personalidades", lê-se num título do Público, um jornal cada vez mais com demasiada "opinião" e pouco jornalismo. Ontem, uma dessas "personalidades" lançou um livro e foi entrevistada na tvi24. Falava "de fora", reclamava novos protagonistas, era contra (sic) o "bloco central de interesses" e quem não o conhecesse podia imaginar que Carapatoso (é dele que se trata) se preparava para ser o Sr. Baradei da política portuguesa. Antes de Carrapatoso, porém, já tínhamos tido outros Carrapatosos como o dr. António Borges que, por exemplo, chegou a vice-presidente do PSD sem que dele sobrasse uma história para contar. Carrapatoso vem já pelo menos desde o tempo em que a "direita" governou brevemente o país entre 2002 e 2004, com o seu "compromisso Portugal". Aliás, o "compromisso" e a comissão de honra da recandidatura de Cavaco deverão ser os principais "centros de recrutamento" das ditas "personalidades" que, salvo uma ou outra excepção, estão vistas e revistas. No fundo, Passos pretende imitar, não os "Estados Gerais" de Guterres (que, apesar de tudo, ainda produziram algumas novidades) mas as estafadas "Novas Fronteiras" de Sócrates, com os mesmos, os menos maus dos mesmos e os novos fiéis. Carrapatoso, lá por vir da "sociedade civil" e querer "desatar o nó", continua a ser apenas mais um tagarela na longa fila deles, dos que se preparam para se perfilar atrás de Passos Coelho enquanto for Passos Coelho. Esta monotonia, da esquerda à direita partidárias, é preocupante. E enquanto não se "desatar o nó" do regime no sentido de o mudar para o presidencialismo, não saímos disto e destes. Das "personalidades".

4.2.11

CILA E CARÍBDIS


«Os socialistas decidiram apontar armas para o seu próximo congresso, onde se prepara a canonização do engº Sócrates, içado à categoria de salvador da Pátria, na sua intrépida luta contra a invasão do FMI e os traidores da direita que "salivam" perante os interesses obscuros dos mercados e a perda da independência nacional. Por estranho que pareça, esta gloriosa epopeia parece não se bastar a si própria. E para que o Congresso não caia, como habitualmente, numa unanimidade sonolenta, em que o herói se apaga e o vazio impera, o PS tenta desesperadamente encontrar um inimigo interno que teria em Manuel Maria Carrilho a sua encarnação mais feliz. Uma forma de "colorir" devidamente a vitória do chefe que, doutro modo - e por mais epopeias que se ensaiem - se arrisca simplesmente a confirmar a absoluta vacuidade de um partido que, nos últimos anos, se limitou ao papel de mero figurante do desgoverno socialista. Enquanto isso, o dr. Passos Coelho, depois de um prometedor jejum mediático, reapareceu, em cena, a reboque do sector empresarial do Estado e dos prejuízos das Empresas Públicas. Num primeiro momento, estas últimas, nomeadamente no sector dos transportes, deviam pura e simplesmente fechar, a a bem das alternativas privadas que infelizmente não existem; depois, a tese evoluiu subtilmente para o campo das privatizações, e, por fim, todo este magnífico propósito acabou por aterrar no corte dos passes sociais que, como se sabe, costumam ser utilizados pela alta burguesia que não gosta de andar de carro. Ficamos, assim, a saber que, pelo que toca ao PSD, e para diminuir os prejuízos nas empresas de transportes, o dr. Ricardo Salgado vai ter de andar de metro ou de autocarro por sua conta e risco. Uma proposta, no mínimo original, que ilustra bem a normalidade em que somos obrigados a viver.»


Constança Cunha e Sá, CM

29.1.11

O MAIS VELHO E O "NOVO" CICLO


O matusalém do CDS, o dr. Portas, quer ir rapidamente para o governo. Falhado Sócrates, Portas vira-se agora para Passos Coelho a quem sugere um "movimento político" que os abranja e a "independentes". Da última vez que Portas "participou" numa AD pré-eleitoral, em 1999 com Marcelo, bastou uma entrevista sua na televisão para acabar rapidamente com ela (e com Marcelo). Só em 2002, depois de umas eleições que deram Barroso à frente mas em minoria, é que Portas se tornou indispensável para viabilizar um governo de "direita" que durou pouco mais de dois anos. E não foi por sua causa, diga-se a bem da verdade, que a coisa borregou porque Portas apreciava (e aprecia) o poder nem que fosse às cavalitas de Barroso e, depois, de Santana ou de outro do PS. Todavia, a reeleição de Cavaco não "abriu" nenhum "ciclo político" novo como Portas veio a correr sugerir na noite do passado domingo. Nem tão pouco despertou em Passos Coelho quaisquer pressas apesar de já estar aberta a "montra de vaidades" ministeriáveis. E, depois, Portas é a pessoa menos indicada (parece um "sempre em pé" da "direita", há mais tempo no activo partidário do que Jerónimo de Sousa ou Louçã) para vir falar em "novo ciclo" precisamente por ser o mais velho em exercício em vários "ciclos". Como bastas vezes aqui escrevi, Sócrates tem todas as condições políticas internas (o resto ninguém sabe) para terminar a "sua" legislatura. Alguém da "direita", no seu perfeito estado mental, está interessado em pegar nisto agora ou a curto prazo, com mais ou menos "movimentos"? Julgo que não.

17.12.10

NÃO HÁ NOVA AD, 3

Boa pergunta a que as nomenclaturas da "direita" não sabem (ou não querem) dar resposta.

26.11.10

O BANDO DOS QUATRO

O motivo é péssimo mas o gesto é, pelo menos, descarneirizado.

24.11.10

OUTRA VEZ O GARGALO E A GARRAFA


Não chega, apesar da "disciplina de voto", essa rídicula mistificação que cerceia voluntariamente a função sináptica. Ausentem-se, façam-se substituir ou votem contra. Declarações para memória futura - ou consolo próprio - depois de se absterem são bravatas retóricas substitutas de lorenins para dormirem mais descansados. A vida, cá fora, não fica mais descansada com esses papéis. Assim, não julgo que haja um PSD decente e outro supostamente indecente que faz o mesmo mas sem os papelinhos da tranquilidade. Quem bebe pelo gargalo, compra a garrafa.

17.10.10

«OS CUSTOS DO ORÇAMENTO»




Enquanto Marcelo palra com os mesmos (adaptados) "argumentos" do clip acima, um amigo diz-me que "há demasiada gente a ajudar o Sócrates, fazendo de conta que não vê que ele está a usar a pressão de Bruxelas para uma manobra política." Por aqui, faço o que posso. Registei, com agrado, que Rui Ramos, no Expresso, escreveu, uma vez mais, crónica digna de atenção. Coincidimos pelo que, com a devida vénia, deixo o seu texto à reflexão dos leitores (sublinhados meus).

«Ao ver tantos antigos e prospectivos líderes do PSD em fila para ir convencer Passos Coelho a deixar Sócrates no poder, lembrei-me do mais dramático discurso que um presidente da república fez até hoje em Portugal. Foi a 30 de Setembro de 1974. Spínola veio à televisão revelar que estava iminente a bancarrota, o caos e uma ditadura comunista. E quando toda a gente esperava que o general anunciasse a exoneração do governo, o estado de sítio ou coisa assim, eis que ele participa ... a sua própria demissão. A elite suplente do PSD está na mesma. Brada que este governo não é de confiança, que perdeu o controle da despesa e que vai, com impostos, afogar a economia. Mas em vez de concluir que é urgente arranjar outro governo, que diminua o peso do Estado e crie um ambiente favorável ao investimento, ao trabalho e à poupança, ei-la a proclamar que o melhor é o PSD submeter-se - pela terceira vez num ano - à vontade de Sócrates, viabilizando, sem refilar, o orçamento nos termos do governo. Há razões para a viabilização? Há. A eleição presidencial, que impede uma transição rápida, é a melhor. Mas evitar a bancarrota? Essa já foi a história do PEC de Maio, com a bênção de Bruxelas - e eis onde chegámos. Há ainda quem preferisse aguardar por melhor ocasião para apear Sócrates. Mas quando é que, nos próximos anos, estará o país numa situação em que não seja uma “irresponsabilidade” derrubar o governo? Examinemos, porém, a perspectiva da bancarrota. Dizem-nos que significa descrédito, empobrecimento e governação estrangeira. E como estamos nós? Só o BCE nos empresta dinheiro, divergimos da Europa, e os PECs chegam de Bruxelas. Não haja ilusões: nenhuma simples exibição de “bom senso”, sem mais, fará os “mercados” esquecer que o Estado e o modo de vida em Portugal não condizem com a economia e a demografia. Essa é a questão. Para os mercados, já falimos. Só a alavancagem do país pelo BCE nos tem poupado à realidade. Mas Bruxelas exige agora, como contrapartida, um consenso orçamental. O governo, sempre hábil, viu logo a oportunidade de transformar o que deveria ter sido o seu próprio óbito, num meio de desacreditar a liderança do PSD, forçando-a a aceitar, sem discussão, a agressão fiscal de que discorda e que prometera rejeitar. É isso que está em causa. Vai Bruxelas - e, devido à alienação dos mercados, é de Bruxelas que devemos falar - punir o país se o PSD resistir? A oligarquia do regime, num curioso intervalo da habitual descontracção nacional, resolveu assumir que sim. A tensão deixou o PS e o PSD nervosos com os respectivos líderes. Não haver orçamento tem custos, mas haver, como simples imposição do governo, também. Para começar, o custo do saque fiscal que vai, mais uma vez, compensar a incapacidade governamental de conter as despesas. Depois, o custo político. Porque caso o PSD deixe passar a proposta nos termos que o governo exige (repito: nos termos que o governo exige), dificilmente voltará a ser, sob esta ou qualquer outra direcção, uma alternativa credível - sobretudo se ficar a impressão de que o drama desta semana foi afinal uma comédia. O regime arrisca-se, para segurar as mesadas do BCE, a perder a capacidade de gerar alternância. Acreditem: essas coisas também se pagam.»

Rui Ramos


5.10.10

NEM UMA PALAVRA


Isso, dr. Passos, nem uma palavra. Siga o conselho do PR e não dê para o peditório do estardalhaço. Não acalme ninguém sobretudo as "expectativas" do adversário. Respeite o seu lugar.

28.9.10

O DONO DA DELEGAÇÃO E O APRENDIZ DE FEITICEIRO

Passos Coelho esteve reunido com vinte economistas. Aparentemente para "preparar" o encontro com Cavaco Silva. Passos julgará que vai a alguma prova oral? Tamanha exibição pública de insegurança só serve uma pessoa, aquela que paira sobre a delegação do PS chefiada pelo astuto ancião Almeida Santos. O dono dela, aliás.

Adenda: Medeiros Ferreira, na sicn, apelidou Passos e o dono dos outros de adolescentes retardados. É uma bela síntese analítica. Tal como ter referido como boa a iniciativa do PR, uma maneira indirecta de chamar ao candidato do PE e do PS adolescente retardado. Que ainda por cima se exprime tão mal como perpetra versos.

23.9.10

PASSOS PEDESTRE


O dr. Passos, contrariamente ao que parece, está apenas relativamente interessado no orçamento. O orçamento é um pretexto de que ele precisa para se estabelecer como líder do PSD, devidamente instigado por esse prodígio intelectual luso-árabe que é Ângelo Correia. Este e mais dois ou três oráculos obscuros terão convencido Passos a não ceder no orçamento e, se tal for necessário para preservar Passos, a acabar por o inviabilizar. Por causa do "interesse nacional"? Não. A coisa é mais pedestre. Passos e os seus - e Ângelo, desde a conspiração dos pregos na rua de 1981, é um reputado especialista em teorias dela - pretendem demonstrar que são "autónomos" de Cavaco e que, mais do que isso, receiam ficar "reféns" num segundo mandato do PR. Todavia, alguém poderia tentar explicar duas coisas a Passos. A primeira, dado o estado comatoso como nos apresentamos lá fora perante os credores, é que ninguém perceberia uma trapalhada doméstica por causa de ciúmes e de infantis necessidades de afirmação. A segunda, e aí entra Sócrates e a sua incansável trupe comunicacional, consiste em Passos ficar com o odioso de ter empurrado o país precisamente nos dois centímetros que faltavam aos quilómetros do outro para caírmos no abismo.