Mais do que de Queiroz - que assistiu à coisa provavelmente como eu: sorrindo de ironia e cansaço - ou dos pobres dos jogadores, a derrota da selecção nacional na Noruega (considero sempre excelentes estas derrotas por causa do famigerado "ego" nacional) é sobretudo a derrota de um tipo famoso de lixo representado, na circunstância, pelos Laurentinos, pelos Madaíl e pelos Carvalhos secos. É uma derrota política porque fizeram do futebol política e da política futebol como se pode ver todos os dias nas televisões, nos jornais ou nos blogues. Quando tudo é futebol, então nada é futebol. Foi o que aconteceu. Nada.
18 comentários:
Um "nada", todavia, muito útil. Esta derrotazinha vai dar muito jeitinho: vai povoar páginas e páginas, e longos minutos (horas) de emissões de televisão e rádio, com catadupas de ouvintes e espectadores a perorar, taxativos e até à náusea, sobre tão premente matéria.
Como seria o caso, se em vez de derrota se tivesse ganho aquilo.
Ou seja, em qualquer caso, o Poder (que só escrevo com "p" maiúsculo por mera inércia formalista; definitivamente não por seu mérito) fica a ganhar. Tem vasta fatia do povinho anestesiado, para mais tranquilamente lhe fazer - com demonstrado método e abundância - coisas que a educação me impede de invocar.
E o povinho deixa-se anestesiar (e o resto). Suponho que nem desgosta do seu papel nessas práticas.
Costa
Perfeitamente de acordo com o artigo, bem como com o comentário anterior.
A selecção envergonhou o povo português. E isto só aconteceu porque o povo português, no estupor catatónico que habitualmente caracteriza o seu quotidiano, não tem qualquer refúgio para a sua auto-estima que não seja o futebol. Geografica e politicamente afastado das grandes decisões, com governantes cada vez mais amigos de campeões da liberdade como Chávez, com uma taxa de desemprego que assume valores horripilantes, resta a esta bronzeada massa humana viver como suas as glórias e desilusões de uma selecção que, aliás, de nacional já tem muito pouco.
A promiscuidade entre a classe governante e alguns sectores de actividade traz à memória os bons velhos tempos da Idade Média, quando se queimavam pessoas na estaca por tudo e por nada. Do mal o menos, recupere-se o costume e limpe-se isto...
PB
Interessante é ver como certos políticos de países subdesenvolvidos aparecem na TV minutos depois de uma vitória por 7 golos à Coreia do Norte e desaparecem sempre que corre mal.
os xuxas montaram o circo dos sapos laurentino-carvalho para distração da 'porca miséria'.
os Queiroz são os contribuintes
metade do rectângulo trabalha e paga impostos
o restante recebe ordenados e subsidios pagos pelos contribuintes
socialismo da distribuição
Parece que há gente (leitores) que perante este "tema", muito mais do que perante os importantes, ficam escamados quando se escreve ou verbaliza que a futebolice é lamentável e uma sala-de-visitas da politiquice, ou um centro de estágio para a baixaria diplomada. Efectivamente, chega a ser ridículo falar-se de "desporto". O "desporto" ficou todo no bengaleiro, dentro do bolso de uma gabardine velha. O futebol é política por outros meios; assim como presidir a associações de bairro no salão de bombeiros. Só que com dinheiro.
Ass.: Besta Imunda
Subscrevo.
D.O.
Fede leve, levemente, como quem chama por nós!
«Eu perdi um pouco de tempo a ler os comentários que aqui se encontram presentes e tirei algumas conclusões. A mais importante para mim é que vejo que existe um grande amor pelo futebol e pela nossa selecção, pois só assim poderiam sentir uma raiva tão grande com tudo o que se está a passar. é verdade, também a sinto. passei o jogo inteiro a roer-me por dentro, a imaginar o que irá na cabeça de jogadores, técnicos, do queiróz e de mais não sei quem. a roer-me porque vejo a enorme capacidade que temos a ser completamente desaproveitada por algo que vai muito mais além que um problema de colocação dos jogadores nos lugares certos... é o problema de um povo inteiro!! porque o que se passou dentro do campo, é o que se passa em todos os pequenos campos onde entramos todos os dias! perdoem-me se estiver enganado, mas o que vejo na nossa selecção é o reflexo do nosso país! cada vez mais débil e doente... porque não existe alguém que assuma uma responsabilidade, alguém que não minta, alguém que de uma vez por todas chegue à frente e diga 'vamos fazer disto um país melhor!'
Toda esta palhaçada a que assistimos continuamente, casas pias, apitos dourados, pts-tvis, freeports, xxx, zzz... o que é isto realmente? eu não sei dizer! sei que gostava de fazer parte e contribuir para um país bom e justo, de passar pela rua e ver as pessoas felizes... De não ficar desiludido com uma derrota, porque é disso que se trata!! talvez não seja aqui o espaço certo para falar sobre isto, peço novamente desculpa a todos, mas infelizmente sinto-me triste, revoltado e inútil perante tudo o que vejo acontecer... infelizmente a selecção acaba por ser por um lado o rastilho que acende tudo o resto e ao mesmo tempo o saco onde todos batem quando o problema é bem maior que isso...»
Este comentário "tirado" da bloga reflecte o que muitos sentem, sob o actual estado da nação.
Um país sob a batuta de um grande mentiroso e seus acólitos, um país que vê nos pequenos campos deste país, a miséria a proliferar sob o manto da decadência que se acentua.
Quando mais de 150 engenheiros Portugueses nos "campos" petrolíferos da Noruega, são apenas o minúsculo icebergue de um país que se exila arrastado para a lama por uma click de energúmenos legais com rosto, mesmo que com cara de "pau", que futuro para Portugal?
Obviamente que perante os desaires futebolísticos de quem já não acredita na "nação", a propaganda do regime, ou o regime da propaganda, apoiado na bengala da Maria Cavaco e seu frágil marido, fará cair rapidamente o ainda putativo seleccionador nacional, não vá a descrença incendiar ainda mais o rastilho da revolta cobarde deste povo!
RESPEITO. EU EXIJO RESPEITO PELO FUTEBOL. RESPEITO! RESPEITO! RESPEITO!
Não termos tido reportagens como aquelas a que nos habituaram sobre a partida e a chegada da selecção, com muitos abraços e vivas e buzinadelas e galfarros aos saltos já foi um descanso...
Pensei que o Queiroz era o Eça que, como se sabe, asistiu a (muita) coisa sorrindo de ironia e cansaço. Este outro não conheço.
E pensar que esta tropa fandanga, democrática e preferencialmente "de esquerda" esconjurava o «fascismo» porque, diziam, estava sempre estruturalmente ligado aos fados e ao futebol ... ahh o fascismo !
Para uma almejada recuperação económica do País, o melhor seria suspender por 6 anos a selecção nacional de futebol.
Só dá prejuízo, absentismo e distrai o tuga do trabalho e dos seus deveres.
O futebol português não interessa nem à «beliquinha do Menino Jesus»...
PQPs!
Excelente análise na linha habitual.
Gostei e identifico-me particularmente com a referência ao "ego" e confesso que estas derrotas me dão particular prazer nomeadamente porque os "experts", antes das competições, vêm sempre com a conversa de que as outras equipas são acessíveis, o grupo é fácil,etc.
Enfim, isto está ao nível do resto cá no sítio.
Abro a televisão às sete da manhã e "gramo" as estuporadas notícias do futebol em repetições contínuas até às 9 horas, hora a que a fecho. Abro às 13 para fechar às 15 horas e neste espaço o castigo mantém-se. Volto a abrir às 19 e, se não há novidades, aguento com a enésima repetição das notícias futeboleiras, dos comentários dos letrados em pontapé na bola e mais os dos jogadores, treinadores directores.
O programa que a SIC Notícias designa de Plano Inclinado, que aos Sábados nos vai mostrando o estado caótico em que se encontra o país, só é repetido uma vez á Segunda-feira.
Porque não se passa com este programa o que se passa com o futebol? Naturalmente responderão: porque o povo só gosta de futebol.
Mas não diziam os escribas do tempo da ditadura que a censura não permitia que se ensinasse o povo? Porque não o ensinam agora que já não há censura dos coronéis?
O povo não quer? Não quer agora como já não queria antes. É um povo calão.
é uma vergonha este assalto politico ao desporto
uma das poucas coisas que ainda nos massajavam o ego a ser conspurcada por vermes como esse laurentino de fafe
"Pensei que o Queiroz era o Eça que, como se sabe, asistiu a (muita) coisa sorrindo de ironia e cansaço. Este outro não conheço."
Ou talvez, aqui, a ironia e o cansaço sejam os de Régio ["Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,(...)]. A ironia e o cansaço de quem, definitivamente, "não vai por aí", pela intoxicação futeboleira.
Isto quanto a nós. Porque o "Professor", afinal, é um deles. Dos que vivem - e francamente bem - da inflação de bola que grassa perene por cá. Mas talvez esteja a ser injusto para com o homem.
Costa
Sr. Dr. João, este "negócio" interessa? Pelo vistos sim. É mais um epifenomeno da cultura desportiva. Estão todos bem uns para os outros. Deixá-los com essa coisa da grande indústria do futebol. Não compro.
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