8.7.10

O "INTERESSE GERAL" ENQUANTO CONVERSA DE CHACHA



O argumentário da República Portuguesa, neste acórdão, em socorro dos seus bentinhos "direitos especiais" na PT, tem momentos dignos do melhor "gato fedorento". No caso, a RP chama-se governo e o governo é uma deflexão de uma coisa chamada PS. "Razões de segurança e de ordem públicas a fim de garantir a prestação dos serviços de telecomunicações em caso de crise, de guerra, de terrorismo, de riscos naturais e de outros tipos de ameaças" ou a "necessidade de assegurar um certo grau de concorrência no mercado das telecomunicações e de evitar uma eventual perturbação no mercado de capitais como razões imperiosas de interesse geral" resumem o famoso "interesse estratégico nacional" que suscitou tantos gritos do Ipiranga invertidos como improváveis solidariedades com o admirável líder. É a brasileira Vivo quem nos garante "a prestação dos serviços de telecomunicações em caso de crise, de guerra, de terrorismo, de riscos naturais e de outros tipos de ameaças"? Ou a tentativa da troika governo/PS/PT de comprar a TVI, em pleno processo eleitoral de 2009, terá ocorrido por insondáveis "razões de segurança e de ordem públicas" ? Ou seria mais por causa do "terrorismo" e dos "riscos naturais" personificados por Manuela Moura Guedes e pela sua perigosa equipa de jornalistas-talibã, especializados em, sic, "caça ao homem"? A colocação de apparatchiks do PS na administração da PT obedeceu às mesmas "razões" ou a foi uma reacção a "outro tipo de ameaças" atípicas? A PT, alguma vez na vida dela, assegurou "um certo grau de concorrência no mercado das telecomunicações"? Em suma, o que é que o "interesse geral" tem a ver com esta conversa de chacha?

10 comentários:

Eduardo Freitas disse...

Este "interesse geral" é uma declinação dessa outra coisa designada por "serviço público". Ou vice-versa.

Em qualquer caso, bullshit.

Anónimo disse...

Esta fotografia que o Sr. Dr. colaca recorrentemente na ilustração dos seus posts é fabulosa.
O argumentário da república é fraco, é vago e é por vezes risível. Como outros estados-membro antes de nós fizeram o mesmo, era bom saber quais as razões que deram e qual a forma que usaram. Talvez se chegue à conclusão que o "nosso" texto é copiado; ou então que é pacoviamente original.
Considero o cabeçalho do acórdão de baixa qualidade gráfica e pelintra: é assimétrico (12 idiomas de um lado e 11 do outro; podiam ter ido buscar o sânscrito ou o copta para encher-equilibrar) e a iconografia pobre.

Ass.: Besta Imunda

Anónimo disse...

Xavier faz rendilhados; Pacheco é claro e inteligente; Tó-costa, rotundo e sebáceo, tenta explicar a Pacheco e ao mundo "o que se passou na realidade".
Lino era um velho cabrão - mas esperto.
Mendonça é uma nódoa.
É de cólicas.

Ass.: Besta Imunda

Q disse...

Caro Besta Imunda,
Uma infeliz troca de dedos ou typing error, deixa-me nesta angustiosa dúvida: Sr. Dr. cloaca ou coloca?

APC disse...

O Senhor Dr. Marques Mendes veio provar, num seu recente comentário à famosíssima golden share, que se pode falar bem e alto, mesmo sendo pequeno. A sério.

Anónimo disse...

Caro Q,

"coloca", com certeza. Troca de dedos não; tenho este problema com os cascos, que tenho de mandar aparar. Além disso a mesa é manca e o teclado vagamente visível debaixo da cinza.
Agora vou rezar um tercinho.

Ass.: Besta Imunda

Mani Pulite disse...

O GOVERNO RECUSA APLICAR A DECISÃO DO TRIBUNAL EUROPEU.É UMA DECISÃO DE EXTREMA GRAVIDADE QUE FERE INTERESSES NACIONAIS VITAIS AO COLOCAR PORTUGAL NUMA POSIÇÃO DE CONFRONTO ABERTO COM TODAS AS INSTÂNCIAS EUROPEIAS.A FUGA PARA A FRENTE DO RECURSO À CAIXA,PARA ALÉM DE ILEGAL,SERÁ MAIS UM PASSO DESASTROSO DADO POR UM GOVERNO QUE JÁ CONDUZIU PORTUGAL A UM ABISMO.NESTE MOMENTO GRAVE, A FIRMEZA DA OPOSIÇÃO RESPONSÁVEL E DO SENHOR PRESIDENTE DA REPÚBLICA SÃO INDISPENSÁVEIS.

floribundus disse...

não são histórias retro
são recto
esta situação é coprofágica

como dizia um cómico italiano nos anos 50
«guarda que casino!»
no Porto era «casa de tias ou tiedo» tipo 'Micas da Boa'
PQP

fado alexandrino. disse...

Considero o cabeçalho do acórdão de baixa qualidade gráfica

Pois o que eu acho mal é a última página com as custas a serem pagas por nós, os tugas.

Anónimo disse...

Pagar é o nosso destino biológico. Mesmo dentro deste abençoado território existe uma parte de nós que paga a outra parte. Feitas as contas, era bom saber quem paga quem. Quantas das férias, almoços fora ao Domingo, 13ºs meses, comissões-de-serviço e baixas serão pagas por tipos que não têm férias, almoços fora ao Domingo, 13ºs meses, comissões-de-serviço e baixas.
E rendimentos mínimos a facínoras.

Ass.: Besta Imunda